Usar bebidas alcoólicas em receitas doces remonta de séculos atrás e tem raízes profundas em diversas culturas culinárias ao redor do mundo. Tudo começou como um método de preservação, frutas frescas ou secas podiam ser maceradas ou embebidas em álcool para prolongar sua vida útil e intensificar seus sabores.
Hoje em dia, a dobradinha bebidas alcoólicas e doces é mais complexa e também divertida e a dose nem sempre precisa vir misturada a receita. Além de sabor e fragrância, o álcool também é usado para equilibrar a doçura do prato.
Novidade no cardápio da Casa Riuga, a Tortinha de Banana com Queijo Curado em pouco tempo ganhou o coração dos clientes do restaurante, que por enquanto funciona apenas como delivery. Com uma base de massa sablé, ela leva um creme de queijo equilibrado entre o doce e o salgado, contrastando perfeitamente com uma bananada caseira flambada com um leve toque de rum, que torna o sabor do doce ainda mais especial.
“A sobremesa de banana surgiu com a ideia de usarmos uma fruta, a favorita do Pedro (Souza, também chef da Riuga), mas com algum elemento mineiro que as pessoas já tivessem alguma afinidade, por isso o queijo. Para um toque de sabor, escolhemos flambar o doce de banana com Rum para trazer uma complexidade e escolhemos fazer ela “brûlée” para dar mais uma textura à sobremesa” explica Carolina Elias, chef e sócia do restaurante.
A chef Ju Duarte conheceu Orlando Rodrigues, da Premium Vinhos, um pouco antes de abrir a Cozinha Santo Antônio. O ano era 2020 e a chef fez uma grande compra de vinhos para o seu novo restaurante. Quarenta dias depois tudo estava fechado por conta da pandemia. “O Orlando achou que eu não daria conta de pagar, ficou morrendo de dó. Mas eu consegui pagar tudo direitinho e nos tornamos além de parceiros, amigos”, conta a chef.
Entre as muitas trocas, uma sobremesa: figo rami, queijo do reino e um shot de xerez. A chef pediu licença a Orlando para colocá-la no cardápio, uma forma de homenagear o amigo e também a Premium que completa 25 anos em 2024. E a batizou de Memórias.
“Eu fiquei louca quando comi pela primeira vez, porque queijo do reino mexe com o meu coração, mexe com minhas memórias” explica Ju. “Minha família sempre comprava esse queijo quando eu era criança, no caminho para Cabo Frio. Na ida a gente comprava uma bolota que passava com a gente a temporada na praia, e na volta comprava outra ali na região de Santos do Morro, para trazer para casa”.
Já n’a A Casa da Agnes a “Mistura Fina” é quase uma não receita e foi pensada pela chef Agnes Farkasvolgyi em um momento de ócio: uma dose de licor Baileys servido na taça de vinho com um picolé. “Você vai molhando o picolé na bebida, ao mesmo tempo que a resfria”” conta a chef. O licor é uma típica combinação irlandesa, feita a partir de leite fresco, whisky irlandês, cacau, baunilha, açúcar e destilado neutro. E para Agnes, as melhores harmonizações são com picolés sabor chocolate 70%, doce de leite ou paçoca. Uma sobremesa perfeita para impressionar os convidados em casa, sem precisar gastar tempo na cozinha!
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