O legado da Semana de Arte Moderna de 1922 e os dois séculos da independência brasileira serão comemorados em grande estilo pela OVO – Orquestra de Formação e Transformação, que, aliás, também celebra seus três anos de vida. No dia 17 de dezembro, às 19h, na Sala Minas Gerais, a OVO realiza concerto com obras de grandes compositores nacionais, de maneira a destacar a importância do movimento nacionalista e modernista para o Brasil, iniciado em fins do século XIX. Sob a batuta de Werner Silveira, idealizador do grupo sinfônico e percussionista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, mais de 60 músicos, com idades entre 20 e 30 anos, interpretarão peças de Carlos Gomes, Guerra-Peixe, Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos.
Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria da Sala Minas Gerais, ou por meio do link https://ovo.byinti.com/#/event/-768-403, a R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). O público também pode optar pelo ingresso social, a R$ 65 (somente inteira). O valor de R$ 5 reais de cada ingresso social será destinado aos projetos do Quarteto Del Rey, que divulga a música de câmara pelo interior de Minas Gerais.
Repertório
Para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna, os 200 anos da Independência do Brasil e os três anos da OVO, Werner Silveira escolheu repertório dedicado a Carlos Gomes, Guerra-Peixe, Alberto Nepomuceno e Villa-Lobos. “Quero falar sobre essa independência cultural brasileira. A meu ver, a verdadeira independência do Brasil, como nação, se dá quanto nos libertamos culturalmente, e passamos a valorizar nossas origens, nosso folclore. É neste sentido que pretendo contar a história da música no país”, destaca o maestro.
Tudo se inicia por Carlos Gomes, artista bastante voltado à música europeia. “Ele foi um grande compositor de óperas ao estilo italiano, mas não é coincidência que sua obra de maior sucesso tenha sido O Guarani, justamente, por se tratar de uma história indígena brasileira”, lembra Werner Silveira, ao comentar, ainda, que a primeira dica aos artistas nacionais foi a de que “precisaríamos valorizar nossa cultura para nos tornar musicalmente universais”. Daí a escolha de abertura, no concerto da OVO, com O Guarani, obra icônica, que, até hoje, aparece no programa radiofônico “A voz do Brasil”.
Em seguida, destaca-se, no repertório da Orquestra, Batuque, de Alberto Nepomuceno, compositor que viveu bastante tempo no exterior. O artista morou, por exemplo, na casa de Edvard Grieg, na Noruega, onde presenciou o movimento estético da segunda metade do século XIX, segundo o qual vários países desejavam encontrar voz própria. “Ele se inspira em tais movimentos nacionalistas, que já aconteciam ao redor do mundo, e os traz ao Brasil, de modo a abrir outras portas e a mostrar que precisávamos olhar para nossa cultura. Só assim seríamos reconhecidos. “Nepomuceno dizia: Não tem pátria um povo que não canta em sua língua”, conta Silveira.
A Orquestra interpretará, então, as Bachianas Brasileiras nº 9, de Heitor Villa- Lobos, compositor que já nasceu com o pensamento nacionalista, e sempre valorizou as culturas indígena e negra, então às margens do reconhecimento público. “Ao observar o chorinho, por exemplo, ele levou instrumentos da música brasileira às orquestras, e, realmente, tornou-se universal. Único compositor a tocar na Semana de Arte Moderna de 22, Villa-Lobos foi responsável por essa revolução e essa transformação”, destaca o maestro.
O concerto da OVO se encerra com Tributo a Portinari, de César Guerra-Peixe, compositor que absorveu todo o legado nacionalista de seus antecessores. No concerto, durante a execução da obra, serão realizadas projeções das pinturas de Portinari nas quais o músico se inspirou.
O Concerto tem como patronos Rainer e Maria Brockerhoff; patrocínio do Taste-Vin e da Square Egg, copatrocínio da Fazfort, Cedro Mineração, Forneria Mineira, Ivair Barhouch e UM Participações; apoio do Centro de Atividades Musicais da PMMG e Serenata; e a colaboração de dezenas de pessoas que participam dos planos de doação da Orquestra OVO.
Sobre Werner Silveira
Werner Silveira é músico da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, desde a sua criação, em 2008. Também é diretor artístico e regente titular da Orquestra OVO – Orquestra de Formação e Transformação, criada em 2019, com o objetivo de dar, a dezenas de jovens estudantes de música da grande BH, uma formação orquestral de excelência.
Palestrante convidado na Fundação Dom Cabral em Arte e Gestão e idealizador do projeto de palestras “Degustação Musical”, que busca ampliar e desenvolver novas habilidades comportamentais (Soft skills), por meio da interação das artes, da ciência, da história, da filosofia, da educação e da gestão; um conceito inovador de aprendizagem e desenvolvimento humano.
Atualmente, está promovendo seu curso online “Arte e Desenvolvimento Pessoal”, uma ampliação das “degustações musicais”, sempre buscando o autoconhecimento e o enriquecimento cultural por meio da história da música.
Sobre a Orquestra Voluntária de Belo Horizonte
A OVO – Orquestra de Formação e Transformação foi criada em 2019, por Werner Silveira, com o objetivo de dar, a dezenas de jovens estudantes de música da Grande BH, uma formação orquestral de excelência.
A Orquestra é composta por estudantes de música que já têm boa formação em seu instrumento, mas pouca experiência em orquestras. A maior parte destes jovens é de alunos da graduação em música na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
Conta-se, também, com a participação ativa de vários músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que acompanham os ensaios e as apresentações da OVO, com o propósito de ajudar e instruir, técnica e artisticamente, tais talentosos estudantes.
A estreia da OVO se deu no dia 17 de dezembro de 2019, na Sala Minas Gerais, para celebrar a vida e a obra de Ludwig Van Beethoven, um dos maiores gênios criadores da história das artes. Agora, três anos depois, sobe ao palco, novamente, para celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna, o bicentenário da Independência do Brasil e os três anos da Orquestra.
SERVIÇO
Orquestra OVO
Concerto Independência Cultural Brasileira – 100 anos
17 de dezembro – 19h
Sala Minas Gerais
Werner Silveira, regente
CARLOS GOMES O Guarani (1871)
ALBERTO NEPOMUCENO Série Brasileira: Batuque (1891)
VILLA-LOBOS Bachianas Brasileiras nº 9 (1945)
GUERRA-PEIXE Tributo a Portinari (1991)
Venda de ingressos:
Valor da entrada: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Ingresso social: R$ 65 (somente inteira). O valor de R$ 5 reais de cada ingresso social será destinado aos projetos do Quarteto Del Rey, que divulga a música de câmara pelo interior de Minas Gerais.
Internet:
https://ovo.byinti.com/#/event/-768-403
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto – Belo Horizonte/MG
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
