sexta-feira, julho 26, 2024
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Em exposição inédita, Casa Fiat de Cultura apresenta transversalidades da arte moderna e da contemporânea em acervo que reúne nomes como Tarsila do Amaral, Helio Oiticica e Flávio de Carvalho

“EntrePanos: rupturas do moderno e contemporâneo na Casa Fiat de Cultura” reúne mais de 20 artistas, entre Tarsila do Amaral, Helio Oiticica e Flávio de Carvalho, para discutir as dimensões do vestir

O centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 marca uma série de reflexões sobre identidade, diversidade, um tipo de arte genuinamente brasileira e diferentes tipos de manifestações estéticas. É neste contexto que a Casa Fiat de Cultura apresenta sua nova exposição ao público. Em cartaz entre 22 de novembro de 2022 12 de fevereiro de 2023, a mostra “EntrePanos: rupturas do moderno e contemporâneo na Casa Fiat de Cultura” é inédita e exibe uma seleção de mais de 20 artistas de diversas gerações que em suas poéticas reformulam as relações entre o cobrir-se e o vestir, sendo este último muito mais potente e multifacetado em suas diversas camadas simbólicas e materiais.  A abertura será marcada por um bate-papo com os curadores, Rachel Vallego e Ricardo Ribenboim, no dia 22 de novembro, às 19h30. Serão abordados o detalhe sobre a seleção das obras, o percurso criativo e referências sobre a arte moderna e contemporânea, com uma visita mediada à exposição. O evento é gratuito, com inscrição pela Sympla.

Os tecidos e as roupas possuem uma complexa relação com os gestos corpóreos na arte. Assim como as práticas artísticas, os trajes são um importante elemento para se compreender a sociedade, as pessoas e seu tempo. Trajes, tecidos e vestes estabelecem um papel importante de distinção social, ao legitimar posições sociais, conceitos de beleza e de estética, em um intrincado e complexo sistema que se relaciona intimamente com a produção artística do último século. A exposição oferece, justamente, uma perspectiva concisa e notável das transformações do tecido na arte, com obras de diversas coleções particulares, como da Coleção Yunes, Coleção Setúbal, e reproduções de obras de acervos como MAC-USP, CEDAE-IEL Unicamp, Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea (mBrac) e Projeto Leonilson. Ela se dá por meio de quatro núcleos que, em cerca de 30 obras, perpassa tanto momentos de Ruptura, das transformações dos Suportes, das dimensões transcendentais dos Mantos, e permeia as sutilezas dos Imaginários de nossos desejos, aspirações e fantasias.

Para Massimo Cavallo,  Presidente da Casa Fiat de Cultura, essa exposição materializa e leva ao público o propósito da instituição de conectar referências históricas e contemporâneas da arte e da cultura, intercambiando obras dos cenários mineiro e brasileiro que perfazem um arco de 100 anos. “O olhar se desloca, da condição pragmática do vestir, a uma dimensão artística, potencializando nossa capacidade de discutir temas essenciais à compreensão e à construção de nosso tempo.”

O imaginário revolucionário dos campos artísticos revolucionaram o ato de vestir, inserindo, definitivamente, as roupas e os tecidos na arte. Os saberes próprios da moda, inserem valores multidisciplinares na práxis artística. “O que queremos evidenciar é que existe um eixo comum atemporal, que transcende a eterna tentativa de romper com os cânones da arte, para encontrar um espaço onde a singularidade da criação dialoga com temáticas de relevância contemporânea como sustentabilidade, gênero, etnia, identidade cultural e como essas discussões perpassam historicamente a produção artística”, explica Ricardo.

As chamadas artes têxteis trilharam um caminho de redescoberta de materiais, identificando as múltiplas facetas do tecido. Significante e significado se entrecruzam, de mero elemento que recebe a camada de tinta da pintura, o tecido como categoria e como poética ganha visibilidade na arte contemporânea. Seja na apropriação, transgressão ou transmutação do têxtil, o desejo de autoapresentação estética reforça a necessidade de subjetivação inerente ao material e o tecido se torna elemento ativo do discurso. “Ao colocar em evidência a tela como superfície, a arte moderna rompeu com o paradigma do ilusionismo da arte. Passamos a olhá-la como objetos per se, a experimentar com novos materiais, ressignificá-los e transformá-los para além da necessidade de representar”, destaca a curadora Rachel Vallego.

A exposição “EntrePanos: rupturas do moderno e contemporâneo” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Usiminas, e co-patrocínio do Grupo Colorado. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e do Instituto Usiminas.

Os 4 núcleos

A exposição “EntrePanos” contará com quatro núcleos distintos, que tecem uma relação entre como queremos ser percebidos dentro de uma perspectiva global de sociedade.

O primeiro núcleo, Rupturas, assinala os momentos de transformação abrupta, os rompimentos necessários à emergência do novo, com artistas que marcam novas linguagens e conceitos. Neste espaço, a grande referência é Flávio de Carvalho, que em 1956 realizou a performance “Experiência nº 3”. Ele andou pelo centro de São Paulo com um traje composto por blusa, meia-calça e saia, escandalizando a sociedade.  O artista dizia que a moda pertence aos domínios da fantasia e, portanto, da grande criação do espírito humano. Em Rupturas, serão exibidas desenhos e fotografias dessa experiência, reproduções e Parangolés de Hélio Oiticica, sendo que um deles é destinado à experiência do público ; a obra “Musa Paradisíaca” (2018), de Rosana Paulino, O Vestido de Gilette (1997), de Nazareth Pacheco, criado com cristais e lâminas de barbear; o registro da performance “A Costura do Invisível” (2004), de Jum Nakao; e a peça original Escudo Vênus Deitada, de Lyz Parayso.

No núcleo Suportes, os curadores propõem uma reflexão extremamente potente sobre as transformações plásticas no campo da arte, fazendo pensar nas estruturas sobre as quais as obras eram, são e poderão vir a ser realizadas. O grande destaque é a obra “Figura Feminina”, de Regina Gomide Graz. Além desta, o núcleo exibirá trabalhos de Antonio BokelAlex FlemmingYan CopelliBeth MoysésAline Bispo e Lídia Lisboa.

Já em Mantos, são apresentadas as dimensões estéticas, simbólicas e transcendentais de obras colocadas lado a lado, em uma provocação ao nosso pensar. Destaca a potência dessas obras para transcender: elas são, ao mesmo tempo, peças de roupas, que cobrem e protegem, com um status quase espiritual e de elevação. A principal obra é o “Manteau Rouge” de Tarsila do Amaral, que terá uma réplica em exibição na mostra, acompanhado de uma publicação com o  autorretrato da artista. Haverá, ainda, fotografias de O Manto da Apresentação, de Artur Bispo do Rosário, esboços e desenhos do manto e do figurino que Ronaldo Fraga criou para Milton Nascimento, na turnê “A Última Sessão de Música”, ponchos de Martin Lanezan, um deles, vestível, e o registro da performance “QuiZera”, de Arthur Scovino.

Por fim, o núcleo Imaginários materializa discussões e reflexões acerca de nossos desejos, aspirações e fantasias, por meio de figurinos, indumentárias ritualísticas marcadoras de identidade e outros trajes relacionados às tradições culturais. Serão exibidas obras e reproduções de Vicente do Rego Monteiro, desenhos e imagens ampliadas do figurino criado por Flávio de Carvalho para a série de balé “A Cangaceira”, projetos de figurinos desenvolvidos por José Leonilson para artistas como Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães; Efraim AlmeidaGrupo CorpoClaudia Andujar e um vestido de cartões telefônicos de Leo Piló.

Os curadores

Ricardo Ribenboim é artista e curador com ampla experiência na direção e produção de grandes exposições. Rachel Vallego é pesquisadora, produtora editorial e curadora, com doutorado em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo, mestrado em Artes e graduação  em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília.

Visita mediada e bate-papo de abertura

A exposição “EntrePanos: rupturas do moderno e contemporâneo” apresenta histórias, visões e artistas que ousaram romper com a arte tradicional, reformulando as relações entre os tecidos e o vestir, que assumem na dimensão artística o papel de promover novas reflexões sobre a arte e temas do mundo contemporâneo.

Para conhecer detalhes sobre a seleção das obras e o percurso desenvolvido por eles para o resultado da mostra, você é nosso convidado para um bate-papo, no dia de estreia, 22 de novembro, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura. Após o bate-papo, os participantes serão guiados em uma visita pelos núcleos da exposição. O evento é gratuito e presencial, com inscrição pela Sympla [bit.ly/BatePapoEntrePanos].

A Casa Fiat de Cultura

A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 60 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 16 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 3,5 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 600 mil participaram de suas atividades educativas. 

SERVIÇO

Exposição “EntrePanos: rupturas do moderno e contemporâneo na Casa Fiat de Cultura”
Período expositivo: 22 de novembro de 2022 a 12 de fevereiro de 2023
Visitação presencial: terça-feira, das 10h às 21h; quarta a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br

Abertura da exposição: visita guiada e bate-papo com curadores
22 de novembro, das 19h30 às 20h30, no hall da Casa Fiat de Cultura
Ingressos gratuitos com inscrição pela Sympla: bit.ly/BatePapoEntrePanos

Casa Fiat de Cultura
Circuito Liberdade
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG

Horário de Funcionamento
Terça-feira, das 10h às 21h
Quarta a sexta-feira, das 10h às 19h
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h

Informações
(31) 3289-8900
www.casafiatdecultura.com.br
casafiatdecultura@stellantis.com
facebook.com.br/casafiatdecultura
Instagram: @casafiatdecultura
Twitter: @casafiat
YouTube: Casa Fiat de Cultura

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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