O retorno às aulas presenciais em Belo Horizonte, especialmente das universidades, tem movimentado o setor de locação de imóveis. De acordo com levantamento da Netimóveis, maior rede de imobiliárias do país, houve crescimento de 25,74% no volume de aluguéis realizados em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo o diretor de locação da Netimóveis BH, Achilles Seabra, o mercado está vivendo um boom e já não há muitas opções na cidade. “A procura pelo aluguel de imóveis voltou a ser mais intensa entre dezembro e janeiro e muitos bairros da capital já apresentam uma menor oferta de apartamentos com o perfil de estudantes. Temos alguns casos em que já não se encontram mais imóveis desse tipo para alugar. Quem deixou para procurar imóvel agora, provavelmente, vai encontrar dificuldade”, afirma.
O estudo da Netimóveis aponta que os bairros que apresentaram maior procura no período foram aqueles em que estão concentradas as principais universidades da capital mineira. “A procura é maior por apartamentos compactos, de até três quartos, localizados, principalmente, no Buritis, Coração Eucarístico e Savassi”, destaca Seabra. Ele aponta, ainda, que houve uma retomada também da locação comercial. “O mercado já está mais confiante; temos grandes expectativas para esse segmento neste ano”, diz.
Apesar da alta demanda, o diretor de locação da Netimóveis BH afirma que o preço do aluguel não sofreu grandes alterações. “Durante a pandemia, foi preciso negociar muitos contratos vigentes e tivemos casos em que o proprietário concedeu descontos no valor do aluguel. Hoje, esses descontos foram retirados e o aumento foi aplicado de acordo com o IPCA”, relata.
Seabra aponta, também, uma grande adesão das imobiliárias na troca do IGP-M para reajustar os contratos de locação, decisão que visa reduzir o impacto sobre os reajustes. “Nossa prioridade é a manutenção dos contratos de aluguéis; imóvel fechado não é bom para nenhuma das partes. O IPCA tem se mostrado um índice que consegue atender às necessidades de locadores e locatários, evitando a desocupação dos imóveis”, explica.
Na avaliação da vice-presidente das Administradoras de Imóveis da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), Flávia Vieira, o mercado de locação tem apresentado ritmo acelerado, especialmente em função do retorno às aulas presenciais e também pela adoção do regime de trabalho híbrido por algumas empresas. “O mês de janeiro foi muito positivo e apresentou um bom volume de negócios de locação realizados”, comenta.