Essas ocorrências acenderam um alerta no mercado imobiliário. A partir dessa constatação, a CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais) e a cooperativa de crédito Sicoob Imob estão desenvolvendo uma campanha de conscientização coletiva de moradores, síndicos e conselheiros sobre a importância da responsabilidade compartilhada na gestão condominial. A ação inclui também um evento que reunirá, em maio, especialistas para debater estratégias eficazes de prevenção e segurança no ambiente condominial.
Segundo a gerente da área de condomínios do Sicoob Imob, Mayara Ramos, para conquistar a segurança e a transparência financeira, é essencial que os condomínios fortaleçam os mecanismos de controle e prevenção. Segundo ela, é fundamental que o condomínio mantenha uma fiscalização ativa. “O banco não pode negar acesso do síndico às contas e o conselho precisa estar atento ao dia a dia da gestão financeira.” Mayara reforça que o papel de um conselho eleito é, especialmente, fundamental, pois tem a responsabilidade de atuar como um elo entre os moradores e a administração.
Quanto à contratação de “síndicos profissionais ou externos”, muitas vezes, os critérios de preço podem ser decisivos para os condomínios. Contudo, Mayara alerta que a opção mais barata pode abrir margem para a contratação de pessoas que não são idôneas ou qualificadas para a função. “É indispensável verificar o histórico, referências e credibilidade do candidato antes da eleição, especialmente se este possui as qualificações necessárias para lidar com as complexidades da gestão condominial”, explica.
Outro ponto que pode auxiliar com a segurança é a contratação de uma administradora para acompanhar as finanças do condomínio. A gerente do Sicoob Imob explica que as administradoras atuam com transparência e segurança ao consolidar relatórios financeiros periódicos, que devem ser apresentados ao conselho e à assembleia de moradores. “A administradora oferece suporte técnico e financeiro, reduzindo a possibilidade de irregularidades e garantindo que as contas sejam sempre verificadas por um órgão externo à administração interna”, afirma.
Sobre a relação entre a administradora, o conselho fiscal e o síndico, Mayara defende que essas figuras sejam completamente independentes para evitar conflitos de interesse. Ela também destaca a necessidade de o conselho fiscal ser eleito na mesma assembleia que escolhe o síndico, “dando a esse conselho atribuição de formalizar um contrato de prestação de serviços com o síndico, contendo cláusulas que permitam o distrato em caso de má gestão”. “Nesse caso, caberia à assembleia de condôminos homologar a destituição e escolher um novo síndico.”