sábado, dezembro 7, 2024
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Cia. Luna Lunera apresenta “Urgente” após seis anos longe dos palcos de Belo Horizonte

Texto inédito proposto pela Luna Lunera e o Areas Coletivo levanta questionamentos em torno do tempo, provocando indagações sobre o desejo e aquilo que adiamos, em mundo regido pelo imediatismo e a ansiedade. A montagem estreou em 2016 em Belo Horizonte e já foi apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O retorno à capital mineira será no Teatro Marília, dias 09, 10 e 11 de agosto, dentro do Projeto Temporada Luna Lunera 2024.

“URGENTE”, da Cia. Luna Lunera, retorna aos palcos de Belo Horizonte após seis anos da última apresentação na cidade, em 2018. A dramaturgia inédita proposta pela Luna Lunera e o Areas Coletivo, em 2016, fala sobre um mundo em que as pessoas fazem coisas demais, se ocupam demais, mas estão sempre esperando o momento certo para viverem de fato. Com 1h30 de duração, a montagem levanta questionamentos como: nossa vida é assim tão curta ou somos nós que a tornamos breve ao nos dispersamos e nos atarefarmos constantemente?

Em cena, estão Anderson Luri, Cláudio Dias, Isabela Paes, Marcelo Soul e Zé Walter Albinati. A direção é de Miwa Yanagizawa e Maria Silvia Siqueira Campos. “Urgente” cumpre temporada nos dias 09, 10 e 11 de agosto, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h no Teatro Marília. Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do Marília e na Plataforma Sympla.

As apresentações de “Urgente” integram o projeto de manutenção da Cia. Luna Lunera em 2024, que, através da programação da Temporada Luna Lunera 2024, trará também o espetáculo “E Ainda Assim se Levantar” e oficinas. O resgate de peças em repertório iniciou-se em março deste ano com o espetáculo “Aqueles Dois”. Este projeto tem o patrocínio da MGS e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

“Urgente” estreou no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) em 2016, realizando temporadas nos CCBBs do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Oito anos após a estreia, o texto da Luna Lunera e do Areas Coletivo retorna extremamente atual. Em um cenário composto por quatro nichos de um metro quadrado cada, onde habitam cinco personagens e suas complexidades. Um enredo ficcional não linear se revela aos poucos e se relaciona com retrospectivas de vida dos atores, de dois minutos cada. A ambientação sonora da peça tem a assinatura da banda Constantina, grupo instrumental belo-horizontino de forte caráter investigativo e experimental. A proposta era que os músicos fossem afetados pela poética inicialmente colocada em cena e, a partir daí, entrassem em diálogo com o texto, através de releituras musicais da cena, interferências e provocações.

Na peça, a Cia. Luna Lunera e o Areas Coletivo trazem para a cena a recorrente impressão de que os dias, meses e anos passam cada vez mais rápido, assim como a sensação de impotência diante disso. Pessoas relatam a infinidade de planos e sonhos que morrem nas gavetas, a vida adiada para um futuro que nunca chega. O presente parece tornar-se, muitas vezes, o cumprimento de um amontoado de obrigações quase mecânicas. Em um mundo ainda regido pela obsessão pelo novo, o envelhecimento das pessoas e dos objetos é visto como ameaça da ampulheta impiedosa.

Como reflete a atriz Isabela Paes, “O ‘Urgente’ fala desses momentos em que, muitas vezes vivemos por esperar o instante certo, onde, enfim, viveremos de fato. Sempre à espera:  pelo final de semana, as férias, a aposentadoria. Ou protelamos tudo para quando comprarmos o apartamento, quando chegarem os filhos. Como diz o filósofo Blaise Pascal, ‘nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos’.”

Sobre a parceria com Areas Coletivo, Marcelo Soul, ator da Luna Lunera, conta que “escolhemos trabalhar com o Areas Coletivo depois de conhecermos o instigante trabalho de Miwa Yanagizawa. Além de reconhecer o viés poético desse coletivo composto unicamente por mulheres, nos identificamos com o grande frescor de suas obras e o esforço em sempre promover relações verdadeiras que se estabelecem no aqui e agora em suas criações”, destaca Marcelo.

O processo criativo de “Urgente” teve início com o trabalho de escuta e improvisação do elenco. Paralelamente, foi feita uma investigação das ansiedades pessoais e coletivas em relação ao tempo que nos atropela no dia a dia, que nos fazem deixar escapar nossas verdadeiras e essenciais urgências. Conforme o ator Zé Walter Albinati, “A ideia da direção não era a de criar previamente personagens e uma história, mas deixar que as relações genuínas estabelecidas através dos improvisos fizessem emergir situações autênticas, que se presentificaram para nós nesses exercícios. A partir daí é que veio o enredo.” E Cláudio Dias complementa: “Foi também um convite a um mergulho em nosso universo pessoal em diálogo com as questões e temáticas abordadas, que vão desde a passagem do tempo no corpo, o relógio biológico, à tendência contemporânea de um cotidiano acelerado que nos coloca em contato com múltiplas informações e funções que, por vezes, nos esvaziam”.

A gestação do texto também contou com a interlocução dramatúrgica do escritor e psicanalista Carlos de Brito e Mello, que realizou uma conexão entre a literatura, a filosofia e a poética das cenas capturadas em processo.

Em 2021, como uma das ações comemorativas dos 20 anos da Cia. Luna Lunera, foi lançada a publicação de “Urgente” pela Editora Javali.

AREAS COLETIVO

O Areas Coletivo foi fundado em 2012 por Miwa Yanagizawa, Liliane Rovaris e Maria Silvia Siqueira Campos a partir do espetáculo “Breu”, de Pedro Brício. Em 2013, Camila Márdila se juntou ao coletivo após trabalhar com Liliane e Miwa no espetáculo “Nada – uma peça para Manoel de Barros” com direção de Miwa e dos irmãos Guimarães. Também parte do trabalho e pesquisa do coletivo, a oficina “Estudo para o ator: a Escuta”, idealizada por Camila e Miwa, é realizada periodicamente desde 2013 em todo o Brasil.

Com importantes trabalhos anteriores no panorama cultural brasileiro, essas profissionais se reuniram em coletivo com o propósito de fomentar culturalmente o país de forma mais ampla, criando um intercâmbio cada vez maior entre as áreas da sociedade, com principal interesse nos indivíduos, em seus afetos, suas histórias, atuações políticas e modificações.

 

 

 

 

CIA. LUNA LUNERA

Desde a fundação, em 2001, a premiada Companhia Luna Lunera reúne nove trabalhos no repertório – “Perdoa-me por me traíres” (2001), “Nesta data querida” (2003), “Não Desperdice sua única vida ou…” (2005), “Aqueles dois” (2007), “Cortiços” (2008), “Prazer” (2012), “Urgente” (2016), “E ainda assim se levantar” (2019) e “Aquela que eu (não) fui” (2023). A Cia. realizou mais de 1.000 apresentações de seus espetáculos por todo o território nacional e em países como Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, França, México, Panamá, Portugal, Uruguai e Venezuela, atingindo um público aproximado de 200 mil espectadores. O grupo compartilha, permanentemente, seus processos criativos por meio de debates e do Observatório de Criação, ministrando oficinas e o Curso In Cena, atuante na formação de uma diversidade de artistas da nova geração.

SINOPSE

Moradores vivem em risco constante num espaço diminuto, imersos em suas tarefas inadiáveis, suas relações com o tempo, seus desejos adiados ou urgentes. O enredo ficcional se revela aos poucos, mesclado com as retrospectivas de vida do elenco. “Se você tivesse apenas dois minutos para repassar sua vida, sua vida inteira, que imagens você iria resgatar?”

FICHA TÉCNICA

Direção: Miwa Yanagizawa e Maria Sílvia Siqueira Campos . Assistente de direção: Liliane Rovaris . Texto: Areas Coletivo e Cia. Luna Lunera . Interlocução dramatúrgica: Carlos de Brito e Mello e Liliane Rovaris . Elenco: Anderson Luri, Cláudio Dias, Isabela Paes, Marcelo Soul e Zé Walter Albinati . Ambientação sonora: Constantina . Cenário: Yumi Sakate e Areas Coletivo . Cenotécnicos: Henrique Fonseca e Alexandre Silva . Figurino: Yumi Sakate . Criação de Luz: Felipe Cosse e Juliano Coelho . Arte: Leon Ramos . Assessoria de imprensa: Cristina Sanches (Cs Comunicação e Arte) . Gestão financeira: Graziane Gonçalves . Produção executiva: Nathan Coutinho . Coordenação de produção: Mariana Rabelo . Comunicação: Zé Walter Albinati  .  Coordenação geral: Cláudio Dias e Marcelo Soul

SERVIÇO

Espetáculo “Urgente” – Cia. Luna Lunera

09, 10, 11 de agosto

Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h

Local: Teatro Marília

Classificação Indicativa: 16 anos | Duração: 90 minutos

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) | R$ 20 (meia-entrada)

Vendas na plataforma Sympla (www.sympla.com.br) e na bilheteria do Teatro Marília

Redes sociais: Facebook: /cialunalunera | Instagram: @cia.lunalunera.oficial

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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