No último domingo (18), a cantora Beyoncé revelou ter psoríase no couro cabeludo, em entrevista publicada pela revista “Essence”. O assunto surgiu devido o lançamento de sua linha de cuidados para cabelos, e despertou a curiosidade de muitos sobre quais são as causas e os efeitos dessa doença.
Conforme explica a dermatologista e docente do curso de Medicina do Centro Universitário UniBH, Tatiana França, a psoríase é uma doença comum, crônica, que pode afetar diversas partes do corpo e sem possibilidade de contágio: “A psoríase é uma das doenças de pele mais comuns e mais prevalentes na nossa população, na qual o couro cabeludo é um dos locais mais afetados. Mesmo assim, muitas pessoas ficam anos sem o diagnóstico. Embora seja crônica, não é contagiosa e, para um bom controle, é necessário o acompanhamento regular com dermatologista para tratamento específico”, destaca.
O couro cabeludo é um dos locais mais comuns da psoríase, figurando em 50% dos casos de quem a desenvolve. Trata-se de uma doença inflamatória que gera o aparecimento de lesões avermelhadas que descamam na pele. A psoríase é causada por uma renovação excessivamente rápida das células da pele, associada a desregulação do sistema imune, e está relacionada a fatores genéticos e imunológicos.
Nesse formato, ela pode ser localizada no topo da testa, atrás das orelhas e da nuca, ou mesmo cobrir a cabeça inteira. A psoríase do couro cabeludo causa um verdadeiro desconforto, muitas vezes associado à coceira. A descamação das manchas produz escamas grandes, secas e brancas. Devido à sua localização, o impacto psicológico é geralmente significativo. É importante saber que no caso de as escamas no couro cabeludo serem muito espessas, há risco de queda de cabelo. Quando a psoríase é tratada e controlada, o cabelo tende a voltar ao normal.
Durante a entrevista, a popstar mundial fala sobre a relação que mantém com o seu cabelo: “Tenho muitas lembranças lindas ligadas ao meu cabelo. A relação que temos com o nosso cabelo é uma jornada profundamente pessoal. Desde passar a infância no salão da minha mãe até meu pai aplicar óleo no meu couro cabeludo para tratar minha psoríase – esses momentos foram sagrados para mim”, contou.
O diagnóstico da psoríase do couro cabeludo deve ser feito por um clínico geral ou dermatologista. Nos casos em que os sintomas são mais leves, o uso de medicamentos tópicos — como shampoos, loções e géis específicos pode proporcionar o desaparecimento dos sintomas. Esses produtos são fáceis de aplicar e podem ajudar a manter a psoríase sob controle.
Para evitar as coceiras, Tatiana dá dicas valiosas: “Um bom controle demanda lavar com frequência o couro cabeludo, usando um shampoo específico para psoríase, que na maioria das vezes, é o mesmo shampoo anticaspa. No caso em que só o shampoo e os medicamentos tópicos não surtam o efeito esperado, é muito importante uma consulta com o dermatologista para avaliar a introdução de medicamentos sistêmicos e até mesmo medicamentos modernos, que são os imunobiológicos”, conclui.
