quarta-feira, dezembro 4, 2024
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Professora da Faculdade Ciências Médicas alerta a população sobre aumento de casos de coqueluche em Minas Gerais

Nos últimos meses, Minas Gerais tem enfrentado um preocupante aumento nos casos de coqueluche, uma doença infecciosa altamente transmissível que afeta principalmente crianças pequenas. A baixa cobertura vacinal é apontada como uma das principais causas desse surto, que já resultou em um número significativo de internações e complicações graves.

A infectologista pediátrica e professora da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Andrea Luchesi, faz um alerta sobre o aumento de casos de coqueluche em Minas Gerais. “Devido à baixa cobertura vacinal, os casos de coqueluche dobraram neste ano se comparado ao ano passado. O Ministério da Saúde tem como meta alcançar 95% da população, porém Minas Gerais alcançou apenas 73,12% deste objetivo”, afirma a professora. Segundo dados da Secretaria do Estado de Saúde, mais de 240 casos foram confirmados apenas na primeira metade deste ano.

Andrea Luchesi explica que a coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade e distribuição universal. “É uma importante causa de morbimortalidade infantil, comprometendo especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracterizando por paroxismos de tosse seca. Em lactentes, especialmente os menores de seis meses, pode resultar em um número elevado de complicações e até em morte”, destaca a infectologista.

O agente etiológico da coqueluche é uma bactéria, a Bordetella pertussis, um cocobacilo Gram-negativo. “O ser humano é o único reservatório natural dessa bactéria. A doença é transmitida pelo ar, sendo uma grande preocupação para os pais de crianças com até um ano de idade, período em que os casos podem evoluir para quadros graves”, explica Luchesi. A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto entre a pessoa doente e a pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas durante a fala, a tosse e o espirro. “Em alguns casos, pode ocorrer a transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes, mas isso é pouco frequente devido à dificuldade de o agente sobreviver fora do hospedeiro”, acrescenta a professora.

Luchesi também ressalta que a suscetibilidade à coqueluche é geral. “O indivíduo torna-se imune em duas situações: ao adquirir a doença, embora essa imunidade não seja permanente, ou pela vacinação, que também não é permanente e deve ser repetida após cinco a dez anos”, explica. A doença apresenta três fases de apresentação clínica: fase catarral (inespecífica), fase paroxística (onde a queixa principal é a tosse, com paroxismos de tosse seca) e fase de convalescença.

“O diagnóstico definitivo é baseado no material obtido de aspirado nasal posterior com realização de cultura e PCR específico para a Bordetella pertussis”, diz Luchesi. O tratamento específico geralmente envolve o uso de macrolídeos, mas quando administrado na fase paroxística, não altera o curso clínico da doença, apenas diminui o período de transmissibilidade.

A professora conclui destacando a importância da prevenção e vacinação: “A vacinação é fundamental, especialmente da gestante, do lactente, dos cuidadores de lactentes jovens, e idealmente a revacinação universal do adulto a cada 10 anos”, recomenda Andrea Luchesi.

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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