quinta-feira, novembro 21, 2024
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“Da aldeia à cidade”: Colégio Santa Marcelina lança projeto por meio de trilha de gamificação que ensina como eram as aldeias no início do período Neolítico

- Participaram da iniciativa 140 estudantes do 5º ano da unidade de Belo Horizonte - Por meio de dez desafios aplicados em sala de aula, os estudantes desenvolveram habilidades de Geografia e História, fomentando o aprendizado referente a temáticas que envolvem toda a experiência de crescimento de uma sociedade, desde hierarquia social, produção excedente, escrita e moeda - Os resultados da atividade foram mensurados quantitativamente por meio de trabalhos avaliativos e das produções ao longo do processo. A maioria dos estudantes alcançou resultados acima da média estabelecida

Para que os alunos do 5º ano vivenciassem toda a experiência de crescimento de uma sociedade do início do período neolítico, o Colégio Santa Marcelina, de Belo Horizonte, desenvolveu um projeto inédito: “Da aldeia à cidade”. Por meio de uma trilha de gamificação e dez desafios aplicados em sala de aula, os 140 estudantes puderam desenvolver suas habilidades relacionadas às disciplinas de Geografia e História. Ao final, a maioria dos estudantes conseguiu alcançar resultados acima da média estabelecida.

De acordo com a professora e idealizadora do projeto, Natália Coelho Miranda, a ideia da iniciativa surgiu ao final de 2021, a partir de orientações da coordenação pedagógica, que instigou os professores a desenvolverem mais trabalhos a partir de metodologias ativas no ano seguinte. “Acredito que projetos como este revelam que é possível desenvolver propostas metodológicas que despertem o engajamento dos estudantes, tornando a sala de aula um espaço colaborativo e mais prazeroso”, completa.

O propósito da atividade, segundo Natália, era que as aldeias, formadas pelos grupos de estudantes, pudessem crescer e tornar-se uma grande cidade-estado. “O projeto permitiu que a turma observasse a divisão de tarefas e a hierarquia social, a produção excedente, a necessidade da escrita e da moeda da época, além das tecnologias para captar água em regiões como da Mesopotâmia e do Egito. Além disso, a iniciativa possibilitou que os estudantes desenvolvessem habilidades socioemocionais, como a regulação do tempo, o trabalho em equipe, o respeito às conquistas de outro grupo, bem como o fato de lidar com frustrações da perda ou de discordância nas tomadas de decisões em grupo. Tudo isto, fomentando a autonomia e proatividade de cada um”, explica.

A dinâmica da trilha gamificada

Natália ressalta que a gamificação foi a metodologia central de toda a trilha. Desta forma, os estudantes realizaram uma pesquisa prévia para se prepararem para os desafios. No primeiro, era necessário descrever detalhadamente o local onde a aldeia seria construída, pensando no espaço geográfico e justificando a escolha desse local, além de localizar a presença de rios na proximidade de suas aldeias e dividir as tarefas.

Já no segundo desafio, o grupo precisou decidir se iria “guerrear” por um novo território ou se tentaria um acordo amigável com a outra equipe. No desafio três, houve uma leitura prévia sobre a organização das primeiras cidades, além de um desafio de palavras cruzadas. Seguindo para o desafio quatro, em que as aldeias cresceram e se transformaram em cidades, o novo grupo formado precisou selecionar um nome para a sua cidade, definindo seu líder e as novas funções.

Para finalizar a primeira metade do projeto, no desafio cinco, a cidade já havia crescido, mas não recebia chuva regularmente. Por isso, os grupos realizaram pesquisas sobre como os povos que viviam no Crescente Fértil faziam para captar e utilizar a água. E, em seguida, selecionaram uma forma de resolver este problema.

Na sequência, no desafio seis, os grupos receberam uma rubrica produzida pela professora para lerem e corrigirem os registros do desafio cinco de outro grupo. Já no desafio sete, surgiram novas provocações, uma vez que o número de habitantes aumentou, crescendo a necessidade de produzir mais e gerar excedentes. Assim, os estudantes puderam negociar com outra cidade produtos que são do interesse do grupo, simulando um escambo e observando como a moeda e a escrita facilitaram as trocas comerciais.

Indo para o final do projeto, o desafio oito contou com uma leitura prévia sobre a formação do Estado e a criação de um código de escrita de cada cidade. Na penúltima etapa, a turma dividiu-se em duas grandes cidades, onde cada grupo apresentou seis perguntas sobre o conteúdo estudado. Assim, as duas cidades finais disputaram um jogo com perguntas elaboradas por eles mesmos.

No último desafio, foi levado em consideração que a turma toda se tornou uma cidade grandiosa, devendo rearranjar a sua organização e divisão de tarefas. Em um espaço aberto, a professora desenhou no chão uma grande pirâmide, e os estudantes organizaram a hierarquia da sociedade e as respectivas funções em 30 minutos, ganhando 20 minutos a mais de recreio aqueles que realizaram a tarefa no tempo estipulado.

Materiais utilizados

Para desenvolver a atividade, foi utilizado o site Prezi, no qual toda a narrativa e orientação dos desafios foi descrita e organizada. Além disso, foram usadas figurinhas adesivas para que os grupos pudessem acompanhar seu progresso e conquistas ao longo do jogo, além de cartas impressas com as perguntas dos quizzes ou orientações dos bônus.

Houve ainda um mural de papel, no qual foram colados os desenhos das aldeias e as figurinhas. Ao final, também foram utilizados computadores do laboratório de informática para que os estudantes pudessem responder ao Forms com as perguntas elaboradas por eles. Por último, a grande pirâmide foi desenhada no pátio da escola, utilizando giz branco.

Resultados

Os resultados da atividade foram mensurados quantitativamente, por meio das produções dos alunos e de dois trabalhos avaliativos realizados ao longo da trilha gamificada. Natália afirma que foi possível observar o processo de ensino-aprendizagem a partir das entregas durante a realização dos desafios. “Com a análise dos desenhos e das produções textuais, observei uma coerência com todo o objeto de conhecimento proposto, demonstrando que os estudantes estabeleceram uma relação entre o jogo e o que estávamos estudando”, conta.

Outro aspecto notado foi a organização em grupo. Ainda segundo a educadora, logo no início da trilha, as turmas precisavam de muito mais tempo para organizar as cadeiras, montar os grupos e realizar a divisão de tarefas. “Ao longo da atividade, analisei uma redução significativa desse tempo. As equipes já se organizavam em, no máximo, três minutos, demonstrando maior autonomia e capacidade de organização”, afirma.

Natália analisa que a turma se mostrou muito engajada na proposta, já que realizavam perguntas sobre a trilha, desejando os desafios em todas as aulas e participando ativamente durante as atividades. “Após o encerramento da trilha, vários estudantes questionaram se poderíamos fazer outra ainda este ano. Além disso, durante a atividade, os estudantes trouxeram sugestões que penso em acrescentar em uma próxima aplicação da atividade. Realmente, só comprova como projetos deste tipo podem ser um excelente instrumento para fomentar aprendizagem”, finaliza.

Sobre o Colégio Santa Marcelina

O Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália. Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais. 

Atualmente, presente em 8 países, espalhados por 3 continentes, e em 17 municípios e 9 estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Tocantins, o Instituto segue com a missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade. Tudo isto alinhado a uma metodologia inovadora de aprendizagem, alinhada às principais tendências do mercado educacional.

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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