Cafés especiais vencedores do 20º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais já podem ser encontrados nas gôndolas do Verdemar, em Belo Horizonte. Há seis anos, a rede de supermercados lança a linha “Cafés Campeões Verdemar” com os grãos que obtiveram as maiores notas na competição promovida pelo Governo de Minas, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Neste ano, 11 produtores das regiões das Matas de Minas, Cerrado e Sul de Minas tiveram os cafés colocados à venda nas 16 lojas do Verdemar. Os grãos são da safra 2023.
Durante o evento de lançamento dos produtos, o governador Romeu Zema destacou o protagonismo do café mineiro. Segundo ele, de cada quatro xícaras de café consumidas no mundo, uma é produzida em Minas Gerais. O governador ressaltou que, quando o agricultor é mais bem remunerado, ele investe na lavoura e amplia a contratação de mão de obra, gerando empregos e renda. “Nós entramos em um círculo virtuoso. É o que o governo tem feito, juntamente com a Emater-MG e com a Epamig, com o apoio do Verdemar”, completou.
O sócio-diretor do Verdemar, Alexandre Poni, pontuou que o objetivo da parceria é promover a valorização dos grãos, divulgar os diferenciais de cada região e também facilitar o acesso da população aos cafés especiais.
“O concurso da Emater-MG é altamente eclético, contando com a participação dos grandes produtores, mas sendo a maioria pequenos cafeicultores. É uma seleção às cegas e, neste ano, foram 1.600 amostras participantes. Nosso objetivo é incentivar e valorizar os produtores. Queremos divulgar e fazer com que os cafés especiais cheguem aos consumidores. É difícil, mas queremos que a população saiba o que é um café especial. Isso para mim é o mais importante e é o propósito do concurso. É importante mostrar o que virou a agricultura, o agronegócio e a potência deste produto no Estado”, diz Poni.
Qualidade dos Cafés de Minas Gerais
Esse é considerado o maior e um dos mais rigorosos concursos do país, por revelar os grãos mais finos e exóticos do estado e de três regiões produtoras: Matas de Minas, Cerrado Mineiro e Sul de Minas.
A competição é uma estratégia de assistência técnica e extensão rural que promove a melhoria contínua da qualidade do grão, além de valorizar a cafeicultura mineira e abrir mercados qualificados, como a parceria com o Verdemar.
Na 20ª edição do concurso, o Grande Campeão foi o produtor Mamédio Martins dos Santos, da cidade de Sabará, na região das Matas de Minas. A produção de Mamédio acontece no Sítio Santa Rosa e está a 1.400 metros de altitude, o que favorece a produção de cafés especiais. Na safra 2023, o volume somou 55 sacas de 60 quilos, das quais 35 sacas são de café especial. Seis sacas do café campeão, que atingiu a nota de 91,7 pontos, foram vendidas para o supermercado Verdemar. O preço ficou em R$ 5 mil por saca.
“Para mim, é uma satisfação muito grande ter meu café vendido no Verdemar. Eu nunca esperava chegar onde estou hoje, no topo da tabela. Mexo com o café desde menino e nunca esperava ser o Grande Campeão de Minas Gerais. Neste ano, vou tentar o bicampeonato. Nosso café valorizou: hoje, consigo vender uma saca pelo preço que antes vendia três ou quatro sacas. Também recebemos propostas para exportar para a Holanda, Espanha, Estados Unidos e Canadá”, comemora o campeão.
O produtor campeão foi orientado pela Emater-MG. Há dois anos, ele recebeu diagnóstico da equipe técnica, implementou um plano de ação na propriedade e cumpriu a promessa que fez de ganhar o concurso. “Isso mostra o poder da assistência técnica e da extensão rural; é um poder transformador junto aos produtores”, afirmou o presidente da Emater-MG, Otávio Maia.
As inscrições para o concurso da safra de 2024 estão abertas até o dia 6/9 e são esperadas mais de 1.500 amostras inscritas. A participação é gratuita.
Exportação
As exportações do café produzido em Minas somaram aproximadamente US$ 4 bilhões, com o embarque de 17 milhões de sacas, no acumulado de janeiro a julho de 2024. Na comparação com o ano anterior, o aumento da receita foi de 35,3% no valor e de 34,5% no volume.
Os principais mercados importadores registraram aumentos superiores a 19% na compra do café mineiro. Neste período, o destaque foi a Bélgica, que praticamente dobrou suas aquisições, totalizando 1,6 milhão de sacas adquiridas.