Os contratos com fiador vêm perdendo espaço no mercado imobiliário. Especialistas apontam uma tendência de busca dos consumidores por opções menos burocráticas e com taxas mais atraentes para inquilinos e proprietários, especialmente depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir que a casa do fiador seja penhorada para quitar débitos. Com a tecnologia como aliada, empresas do mercado imobiliário estão investindo em recursos para otimizar o processo de locação e oferecer alternativas às tradicionais garantias de aluguel.
“O novo perfil de locatário busca praticidade, optando por contratações mais rápidas e desburocratizadas”, afirma Josiane Coutinho, supervisora de locação da Sancruza Imóveis, empresa com sede em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Para ela, a modalidade de locação com fiador será cada vez mais rara e outras opções, como seguro fiança e o cartão de crédito, tendem a ganhar força. “Eu não acredito que será extinta, mas ficará cada vez menos frequente”, diz.
O número de contratos do tipo vem caindo nos últimos anos, especialmente pelo receio que muitos têm de ser fiador. Na avaliação de Josiane, além do risco de perder um imóvel, as relações entre as pessoas estão cada vez mais fragilizadas, o que reforça essa busca por outras modalidades de garantia. “Acredito que depender de alguém para realizar um ‘casamento’, como é um contrato de locação, será opção cada vez menos usada”, diz.
Uma alternativa em alta é o uso de cartão de crédito. Nessa modalidade, o limite de crédito é usado como garantia, sem a necessidade de indicar fiador. “Com esse processo, que é mais rápido e menos burocrático, o cliente pode ser aprovado em até 15 minutos e fica dispensado de enviar muitas documentações como as garantias tradicionais”, explica a supervisora de locação da Sancruza.