A exposição “Se, Ser, Serra” convida os visitantes a explorar uma profunda interação com a icônica Serra do Curral, um símbolo monumental que molda o horizonte de Belo Horizonte. O artista Sérgio Marzano transforma a serra em um elemento quase vivo, tornando-a parte integral de sua obra, utilizando minerais e materiais coletados da própria região como base de sua expressão artística.
Marzano, natural do coração do Quadrilátero Ferrífero, propõe uma experiência sensorial única, onde o espectador é convidado a contemplar a serra não como um cenário distante, mas como uma entidade viva e pulsante. A partir de elementos naturais, como o pó, a terra e o minério, o artista constrói obras que vão além da representação tradicional, criando pontes entre o passado geológico da serra e o presente humano.
O título da exposição, “Se, Ser, Serra”, reflete a fusão entre o ser humano e a serra, uma integração onde o artista atua como um mediador, permitindo que a serra conte suas histórias e compartilhe suas energias ancestrais. Através do processo criativo, Marzano peneira e transforma materiais brutos em obras que evocam a memória e a materialidade da terra.
Cada peça da exposição é um fragmento vivo, carregado de história e sentimento. A obra de Marzano não se limita à estética visual, mas desperta reflexões sobre a relação do ser humano com a natureza, as mudanças climáticas e a responsabilidade individual em relação ao meio ambiente.
Como destaca Sarah Ruach, curadora e art advisor do artista, “O uso de elementos como carvão e a representação das queimadas criam uma catarse visual, que provoca o espectador a pensar sobre as consequências das ações humanas no equilíbrio ecológico”. Marzano “retoca a forma como conhecemos o mundo e a relação entre o sujeito, a matéria e o pó, que nos forma”. A exposição, portanto, é um convite para que os visitantes se reconectem com a terra e reconheçam a beleza e a responsabilidade de fazer parte desse ciclo eterno de criação e transformação.
O crítico de arte Ângelo Oswaldo de Araújo Santos observa: “A memória da terra percorre camadas ancestrais que se estendem sobre o mistério da vida e da arte. O homem-pó reverte a poeira da terra em signo de luz”. Essa visão poética de Marzano revela uma profunda relação entre o homem, a arte e a natureza, onde a criação artística se torna uma extensão do próprio mundo natural.
Isadora Marzano, filha e studio manager do artista, comenta: “É um convite a se tornar serra, a sentir-se parte deste ciclo permanente de criação e transformação, onde cada obra é um testemunho da relação íntima entre o ser e a serra, entre o artista e a natureza, entre o presente e a eternidade”.
DESTAQUES DA EXPOSIÇÃO:
Obras compostas por materiais minerais presentes na Serra do Curral.
Reflexões sobre a mineralidade e a mineiridade, temas centrais na obra do artista.
A dualidade entre o natural e o criado, expressa em cores, texturas e formas.
Uma experiência visual e sensorial profunda, que convida à introspecção e ao engajamento e conciência ambiental.
Sérgio Marzano nasceu em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, e cresceu imerso na paisagem mineral do Quadrilátero Ferrífero. Sua arte reflete uma conexão visceral com a terra, e suas exposições ao longo dos anos o consolidaram como um dos artistas que mais explora a relação entre homem e natureza no Brasil.
Serviço
Exposição: Se, Ser, Serra
Artista: Sérgio Marzano
Local: Parque do Palácio
Inauguração: 22 de setembro de 2024
Encerramento: 01 de dezembro de 2024
Classificação Livre
Horários:
Quarta a sexta: 10h00 às 18h00.
Sábado e domingo: 09h00 às 18h00
Local: Parque do Palácio
Endereço: Portaria 2, na Rua Professor Djalma Guimarães, 161 – Mangabeiras, Belo Horizonte
Ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia entrada). Entrada franca às quartas-feiras mediante retirada de ingresso sympla.