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Rotina exaustiva e lesões por sobrecarga desafiam longevidade de atletas da Seleção Brasileira de Vôlei

Profissionais alertam para os impactos físicos e psicológicos do calendário internacional; novas tecnologias tentam conter avanço das lesões por excesso de jogos e viagens

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Belo Horizonte, junho de 2025 – A temporada 2025 da Seleção Brasileira de Vôlei projeta um dos calendários mais extenuantes dos últimos anos, com mais de 30 partidas distribuídas entre América do Sul, Europa e Ásia. O ritmo acelerado, com mudanças frequentes de fuso horário e curta janela de recuperação entre os jogos, acende o alerta entre especialistas em saúde esportiva quanto ao impacto físico e mental dos atletas.

De acordo com dados da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e estudos internacionais, cerca de 65% das lesões em jogadores de alto rendimento estão associadas à sobrecarga física gerada por treinos intensos, recuperação insuficiente e repetição constante de movimentos. Ombros, joelhos e tornozelos continuam sendo as articulações mais vulneráveis.

“O maior risco está justamente na falta de tempo adequado para recuperação muscular, o que favorece lesões por esforço repetitivo”, explica a fisioterapeuta Ana Paula Xavier, coordenadora do curso de Fisioterapia da Unifipmoc Afya. Ela defende a adoção de protocolos específicos, como o fortalecimento excêntrico (com exercícios como agachamentos em plano inclinado e cadeira extensora excêntrica), além da pliometria técnica voltada ao controle da aterrissagem. Para ela, estratégias preventivas, como limitar o número de saltos por sessão, usar palmilhas específicas e realizar análises biomecânicas, são fundamentais para evitar tendinopatias, como o popular “joelho de saltador”.

No caso de lesões graves, como a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA), a reabilitação deve respeitar fases progressivas, com base em critérios clínicos e funcionais. A especialista explica que “em atletas veteranas, como centrais com histórico de sobrecarga, é crucial respeitar o tempo biológico de regeneração e a individualidade funcional. Na reabilitação, utilizamos desde mobilização articular e liberação miofascial até protocolos avançados de controle motor e propriocepção”.

Já o médico ortopedista Dr. André Gismonti, professor da Afya Educação Médica e médico da Confederação Brasileira de Vôlei nas categorias de base, alerta que o diagnóstico preciso e ágil é o ponto de partida para a recuperação bem-sucedida. “O teste de Lachman, a ressonância magnética e a avaliação funcional integrada são ferramentas essenciais para definir condutas rápidas e seguras diante de um calendário tão apertado”, diz. Ele lembra que atletas do sexo feminino apresentam maior suscetibilidade a lesões ligamentares, como o LCA, exigindo atenção redobrada.

Nesse contexto, a saúde mental do atleta passa a ser uma variável central. “Já não é possível separar dor crônica e componente emocional. Em casos como lombalgias persistentes, fatores como distúrbios do sono, estresse e ansiedade influenciam diretamente a recuperação”, pontua o médico, que defende uma abordagem integrada, com foco no bem-estar global do atleta.

A atuação integrada entre médico, fisioterapeuta, preparador físico e psicólogo é apontada por ambos os especialistas como chave para o sucesso na prevenção e reabilitação. “A comunicação eficaz é o que sustenta o cuidado longitudinal. Ferramentas compartilhadas e reuniões semanais ajudam a alinhar metas e proteger o atleta”, reforça Ana Paula.

A CBV tem investido em recursos avançados como câmaras de compressão, crioterapia, análise de sono e nutrição individualizada, além da capacitação contínua de profissionais. Um dos exemplos é a pós-graduação em Medicina do Exercício e do Esporte da Afya, coordenada pelo Dr. Selênio Campos Filho, que prepara médicos para atuar com foco em prevenção, reabilitação e desempenho esportivo com base científica.

Diante de um cenário em que o desempenho extremo se confronta com os limites do corpo humano, a pergunta se impõe: como equilibrar performance e longevidade no esporte de elite? A resposta, para os especialistas, está em planejamento criterioso, cuidado multidisciplinar e atenção à saúde integral do atleta – dentro e fora da quadra.

  • Sobre a Afya

Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br  e ir.afya.com.br.

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