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Para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e também criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia, a VLI – administradora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) –, em parceria com a AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs e a administração municipal de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, inaugura no próximo dia 26, às 10h, o Estação de Memórias de Santa Luzia, cidade que está no Corredor Leste da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A exposição, que terá visitação gratuita, está instalada na Estação Ferroviária de Santa Luzia.
O Programa Estação de Memórias registra e difunde as memórias das pessoas sobre o passado, a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação.
A gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, destaca que preservar as histórias para a presente e futuras gerações integra o compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “A preservação do patrimônio histórico e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como é o caso de Santa Luzia. A companhia se orgulha por fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, frisa.
História
O Estação de Memórias de Santa Luzia é um espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município. O objetivo é contar as histórias que envolvem a ferrovia desde a inauguração da estação, em 1893, até os dias atuais. A relevância do território para a história do Rios das Velhas, da imigração no Brasil, as celebrações culturais, o trabalho dos ferroviários e a vida cultural no entorno da estação são alguns dos temas abordados.
Para contar todas essas memórias ferroviárias, a expografia é composta por uma linha do tempo, jogo da memória, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo, objetos cenográficos, entre outros elementos. Ela narra a história da região do Rio das Velhas, a ocupação do território nos períodos pré-colonial e colonial, a imigração, a chegada dos trilhos e a importância da estação para a vida cultural da cidade até os dias atuais.
Algumas particularidades da história ferroviária local ganham destaque, como os objetos, documentos e equipamentos utilizados no trabalho dos ferroviários, as memórias de quem conviveu com os trens, a movimentação no entorno da estação, entre outros aspectos. A expografia em Santa Luzia, construída de forma colaborativa, incluiu a identificação de cerca de 80 fotografias, além de 12 objetos e documentos históricos. Ao todo, foram realizadas 13 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 30 voluntários.
Segundo a coordenadora-geral do projeto pela AIC, Gislaine Gonçalves, a chegada da ferrovia, em 1893, transformou Santa Luzia. Localizada às margens do Rio das Velhas, em uma rota que já era estratégica por ligar a região mineradora ao sertão, a cidade teve sua vocação reforçada como ponto de distribuição de mercadorias. “A inauguração da estação fez com que o trem se tornasse um meio de transporte fundamental de moradores e cargas para diversas cidades do interior do estado. A Estaçãozinha virou o centro da vida cotidiana: armazéns, oficinas, pensões, padaria e até um cinema surgiram ao seu redor. A passagem do trem, com seu apito, o vapor da Maria Fumaça e o som dos trilhos, ainda hoje desperta memórias que ajudam a construir esta exposição, feita a muitas mãos”, frisa.
A iniciativa faz parte do programa homônimo da VLI, realizado pela AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Luzia.
Balanço
O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, cerca de R$ 16 milhões para a preservação da memória ferroviária. Para este ano, a companhia investirá R$ 1.720.000 no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades. O investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No ano passado, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões nesta iniciativa.
Em 2022, o programa chegou a Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a Cachoeira, na Bahia. Já no ano seguinte, foram inauguradas as estações em Carmo do Cajuru e Divinópolis, no Centro-Oeste Mineiro; Uberaba, Campos Altos, Araguari, no Triângulo Mineiro; Três Rios, no Rio de Janeiro.
No ano de 2024, o Estação de Memórias foi inaugurado em Mateus Leme, Formiga, Contagem, São João del-Rei e Tiradentes, em Minas Gerais. Neste ano, além de Santa Luzia e Pedro Leopoldo, na RMBH, o programa está previsto para ser inaugurado em Itaúna, no Centro-Oeste Mineiro; e Alagoinhas, na Bahia. Em 2026, as inaugurações serão em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais; Bambuí, no Centro-Oeste Mineiro; e Aguaí, em São Paulo.
Sobre a VLI
A VLI tem o compromisso de apoiar a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Ela transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. A companhia está entre as 50 melhores empresas para trabalhar no país, reconhecimento concedido pela consultoria global Great Place to Work (GPTW). E, por cinco anos consecutivos, a VLI está entre as três companhias mais inovadoras do setor de Transporte e Logística no ranking do Valor Inovação.
Sobre a AIC
Fortalecer, articular e promover ações coletivas de construção da cidadania, a partir de modos de fazer inventivos e colaborativos. Essa é a causa que move a AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs, organização sem fins lucrativos que soma 31 anos de atuação em cinco grandes áreas: mobilização social, educação, cultura, juventudes e fortalecimento da sociedade civil. Realizamos variados projetos e programas sociais, junto a uma rede de mais de 500 entidades parceiras – entre instituições públicas e privadas, movimentos sociais e fóruns de promoção de direitos. Nosso trabalho já obteve reconhecimento em mais de 30 prêmios nacionais e internacionais, concedidos por organizações como Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).