A Prefeitura de Belo Horizonte celebra o Mês da Mulher com a “VI Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais”, dedicada à visibilidade da atuação feminina no âmbito do audiovisual e a discutir o papel da mulher no cinema. Entre os dias 11 e 16 de março, o Cine Santa Tereza realiza, em parceria com o Circuito Municipal de Cultura, uma programação de longas e curtas-metragens, entre documentário, ficção, drama e suspense, que priorizam produções assinadas por mulheres ou obras que abordam temáticas relacionadas ao feminino em sua pluralidade, como ativismo social, ancestralidade, busca identitária, negritude, temática indígena, relações familiares e meio ambiente.
Esta sexta edição da “Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais” homenageia dois importantes nomes do teatro e do cinema mineiro e nacional: a atriz Fernanda Vianna, com a reprodução do longa “Cidade-campo”, de Juliana Rojas; e a atriz, dramaturga e diretora Grace Passô, com os curtas-metragens “República” e “Vaga Carne”, ambos dirigidos por ela. As exibições dos filmes serão seguidas de sessões comentadas pelas atrizes. Os ingressos para a Mostra são gratuitos e podem ser retirados on-line pela plataforma Sympla ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão.
A “VI Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais” é realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, da Fundação Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, e em parceria com o Instituto Odeon. A atividade integra a programação do Circuito Municipal de Cultura. Mais informações pelo site do Circuito Municipal de Cultura. Mais informações pelo site do Circuito Municipal de Cultura.
Homenagens
A “VI Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais” homenageia as atrizes Fernanda Vianna e Grace Passô, que transitam entre o teatro e o cinema mineiro e nacional, com as exibições de filmes e sessões comentadas.
Atriz do Grupo Galpão, Fernanda Vianna é uma das protagonistas do longa “Cidade-campo”, de Juliana Rojas, produção premiada no Festival de Berlim 2024. O filme apresenta duas histórias sobre migração entre a cidade e o campo. Na primeira parte, após o rompimento de uma barragem inundar sua terra natal, a trabalhadora rural Joana se muda para São Paulo para encontrar sua irmã Tânia e para sobreviver na “cidade do trabalho”. Na segunda parte, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, mas a natureza obriga as duas mulheres a enfrentar frustrações e lidar com memórias e fantasmas. “Cidade-campo” será exibido no dia 14, quinta, às 19h, seguido de sessão comentada pela atriz Fernanda Vianna.
A programação da Mostra no dia 15, sábado, às 19h, será dedicada à atriz, diretora e dramaturga mineira Grace Passô, com as exibições dos curtas “República” e “Vaga Carne”, ambos dirigidos por ela. O curta-metragem “República” se passa no Brasil de 2020, quando a pandemia da Covid-19 evidencia a necropolítica que opera no país, e a sociedade vive uma crise ética, em meio a um governo que é a exata expressão do poder colonialista. Já “Vaga Carne” é uma transcrição do espetáculo teatral de mesmo nome, protagonizado por Grace Passô, que se divide entre duas personagens: voz e corpo. Na trama, uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo, procuram por pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade. As exibições dos filmes serão seguidas de sessões comentadas por Grace Passô.
Demais filmes da programação
No dia 11, terça, às 19h, será exibido o filme “Praia Formosa”, dirigido por Julia de Simone, obra que conta a história da personagem Muanza, uma mulher natural do Reino do Congo, que foi traficada para o Brasil em meados do século XIX. Ao despertar nos dias de hoje, a personagem se depara com um Rio de Janeiro de tempos espiralados, onde figuras do passado e do presente são parte da busca por suas origens. Nesse entrelaçamento de tempos, o longa testemunha a vida que emerge dos espaços da cidade, os gestos de resistência frente à desterritorialização forçada e os afetos que sustentam as relações de irmandade.
A Mostra segue no dia 12, quarta, com as exibições dos filmes “Mugunzá”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, às 17h, “Para Ter Onde Ir”, de Jorane Castro, às 19h. O longa “Mugunzá” descreve a trajetória de Arlete, uma mulher que perdeu o seu amor, a sua dignidade e os seus sonhos, e que resolve buscar por justiça. Já “Para Ter Onde Ir” narra a viagem que marcou a vida de três mulheres bastante diferentes: Eva, formal e cheia de incertezas; Melina, que busca a liberdade e o amor; e Keithylennye, que lamenta ter abandonado a adorada carreira de cantora e dançarina de tecnobrega.
O longa “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Malon, abre a programação no dia 13, quinta, às 17h. No filme, milhares de passageiros frequentam o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) sem saber que a estrutura foi construída em um território indígena. Em um dia, sete pessoas se cruzam nesse espaço cheio de ancestralidade e rastros de um passado em um território em constante.
Ainda no dia 13, às 19h, a Mostra exibe o filme “A Flor do Buriti”, dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora. A história se passa entre os anos 1940 e 1969, quando duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a Ditadura brasileira. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sagrada, reinventando a cada dia infinitas formas de resistência.
A Mostra contará, também, com uma sessão de curtas no dia 14, sexta, às 17h, com as exibições de dois documentários: “Pulsão de vida”, de Ana Cândida, e “O Silêncio Elementar”, de Mariana de Melo. O curta-metragem “Pulsão de vida” destaca como a dança, mais do que uma expressão artística, é a própria essência da jornada de Barbara, uma talentosa bailarina diagnosticada ainda na infância com Lúpus, que está há mais de 13 anos em tratamento com hemodiálise e na fila à espera de um doador para transplante. O curta “O Silêncio Elementar” aborda o cotidiano do estado de Minas Gerais, que convive com a mineração. Cada metal escavado deixa suas marcas na terra e nas pessoas.
Os filmes “Quando eu me encontrar”, de Amanda Pontes e Michelline Helena, e “Minha África Imaginária”, de Tatiana Carvalho Costa, encerram a programação da “VI Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais”, no dia 16, domingo. Com exibição marcada para às 17h, “Quando eu me encontrar” é uma comovente história de luto e busca por respostas, explorando como a perda pode transformar as pessoas que ficam. A trama se passa após a partida repentina de Dayane, que impacta profundamente a vida daqueles que ela abandonou. À medida em que cada um deles lida com a ausência de Dayane, eles são forçados a enfrentar suas próprias fraquezas e a buscar a cura para a dor que a partida dela os causou.
“Minha África Imaginária” se constitui numa narrativa em primeira pessoa de um singular-plural, trazendo a experiência pessoal e as inquietações da diretora Tatiana Carvalho Costa, entrelaçadas com as vivências, memórias e experimentações de outras mulheres negras que revisitam seus passados em busca de definições de si mesmas. A obra se organiza em um experimento ensaístico das memórias e possibilidades subjetivas de refúgio e resistência aquilombada. O filme será exibido às 19h, seguido de sessão comentada pela diretora Tatiana Carvalho.
Sobre o Circuito Municipal de Cultura
O Circuito Municipal de Cultura foi criado com o compromisso de oferecer uma programação contínua, em diversos formatos, a partir de ações descentralizadas nas nove regionais da PBH. Desde então, o projeto tem realizado shows, espetáculos cênicos, intervenções urbanas, exibição de filmes e mostras temáticas, além de atividades de reflexão e formação em diferentes linguagens artísticas, reforçando seu importante papel de fomento.
Entre dezembro de 2019, quando foi lançado, e setembro de 2024, o Circuito Municipal de Cultura realizou 1150 atividades artísticas e culturais, que alcançaram um público estimado de aproximadamente 580 mil pessoas. Incluindo ações presenciais, virtuais e híbridas, a programação ocorrida durante esse período histórico do projeto movimentou a contratação de quase 7 mil artistas e profissionais técnicos da cadeia produtiva da cultura.
CIRCUITO MUNICIPAL DE CULTURA
“Mostra Diálogos pela Equidade: Mulheres Plurais”
Quando. De 11 a 16 de março, às 17h e 19h
Onde. R. Estrela do Sul, 89, Santa Tereza – BH/MG
Quanto. Gratuito. Retirada de ingressos pela Sympla.
Programação
11/3, terça, 19h
Praia Formosa (Julia de Simone / 2024 / Ficção / 94 min)
Classificação: 12 anos
12/3, quarta, 17h
Mugunzá (Ary Rosa/Glenda Nicácio | Brasil | 2023 | Ficção/Drama | 98 min)
Classificação: 14 anos
12/3, quarta, 19h
Para Ter Onde Ir (Jorane Castro | Brasil | 2016 | Drama/Ficção | 100min)
Classificação: 12 anos
13/3, quinta, 17h
O Estranho (Flora Dias/Juruna Malon | Brasil | 2023 | Ficção/Drama | 107 min)
Classificação: 14 anos
13/3, quinta, 19h
A Flor do Buriti (João Salaviza/Renée Nader Messora | Portugal/Brasil | 2023 | Drama | 124 min)
Classificação: 12 anos
14/3, sexta, 17h
Sessão de Curtas
Pulsão de vida (Ana Cândida | Documentário | 13′ | Brasil)
Classificação: 12 anos
O Silêncio Elementar (Mariana de Melo | Documentário | Brasil | 15 min | 2024)
Classificação: 12 anos
14/03, sexta, 19h
Sessão homenagem – Fernanda Vianna
Cidade-campo (Juliana Rojas | Drama/Suspense/Ficção | 119′ | Brasil, Alemanha, França | 2024)
Classificação: 16 anos.
Comentarista: Fernanda Vianna
Mediação: Karla Maia
15/3, sábado, 19h
Sessão homenagem – Grace Passô
República (Grace Passô | Brasil | 2020 | 15′)
Classificação: 16 anos.
Vaga Carne (Grace Passô, Ricardo Alves Jr. | Brasil | 2019 | 45′)
Classificação: 16 anos.
Comentarista: Grace Passô
Mediação: Alessandra Brito
16/3, domingo, 17h
Quando eu me encontrar (Amanda Pontes/Michelline Helena | 2023 | Ficção/Drama | 78 min)
Classificação: 16 anos
16/3, domingo, 19h
Sessão comentada
Minha África Imaginária (Tatiana Carvalho Costa | Brasil| 2024 | Documentário | 52 min)
Classificação: 12 anos
Comentarista: Tatiana Carvalho
Mediação: Alessandra Brito
Circuito Municipal de Cultura nas redes
Instagram | YouTube | Facebook