A nova temporada do programa Tropofonia está chegando ao fim. O programa que vai ao ar pela Rádio UFMG Educativa promove encontros de artistas que não se conhecem. Juntos, a partir de uma obra literária de autor mineiro, dialogam com as poéticas experimentais da voz e suas manifestações musicais.
“Nosso objetivo é promover pontes entre diferentes territórios artísticos de nossa cidade, entre periferia e centro, entre gerações de artistas e entre cenas culturais por meio de encontros criativos, que gerem resultados artísticos relevantes”, explica Djami Sezostre coordenador geral ao lado de Cesco Napoli.
O primeiro episódio da série de 10 desta nova temporada foi ao ar no dia 17 de abril. Confira as atrações dos três últimos programas:
05/06 – Hot e Raphael Sales – performam Cidinha da Silva
Cria do Sarau Vira-Lata, projeto itinerante que engaja artistas na poesia em Belo Horizonte, e dos Duelos de MCs, Hot é referência na cena do rap nacional.
Em carreira solo desde 2021, o artista possui mais de 15 milhões de visualizações só no Spotify. Dono de virais como Eu Vou, Tema e Pólen, o rapper também é colaborador da faixa Solto, feita em parceria com Djonga, com mais de 40 milhões de visualizações.
Raphael Sales é um artista de Contagem. Em 2018 lançou o elogiado “fundamental”. Em suas canções é possível perceber a pulsão rítmica afrobrasileira encontrando com as harmonias da música mineira. Em 2021 lançou seu clipe “Sai de mim ano ruim”. Atualmente integra os coletivos A Margem, IMUNE – Instante da Música Negra – e o bloco Pena de Pavão de Krishna. Raphael Sales lançará em 2023 o álbum afro-eletrônico YORUBYTE.
12/06 – Johnny Herno e Rita Silva – performam Laís Corrêa de Araújo
Johnny Herno é um artista mineiro com mais de duas décadas de dedicação à música e às artes, com trabalhos realizados na América Latina, Europa e Ásia. Na atualidade o artista compõe e pesquisa monocórdios. Previsto para o primeiro semestre de 2023 o lançamento de seu álbum autoral intitulado TSURU, uma homenagem a Naná Vasconcelos e aos povos das florestas.
Rita Silva é uma mulher artista afrodescendente. Cantora por herança atuou nos corais “Estável”- Conservatório Mineiro de Música e coral “Ar’s Nova” – UFMG.
Tem participação em 24 álbuns nacionais, produziu e gravou em 2003 seu 1°cd solo “Encontros Inusitados” interpretando compositores, poetas, músicos e artistas Nacionais. Prepara com vários parceiros seu Cd autoral “Sentidos Sons”.
Rita é presente no cinema, teatro, poesia, artes visuais, movimentos e grupos culturais: “Semente21”, “Capoeira Regional-Mestre João”, “Grupo Tecla”-Teatro Clube da Amizade, “Faculdade do Samba, VG-BH,MG, Grupo Fala Tambor-Samba de roda, Ayabás – espetáculo cênico musical apresentado em MG, SP ES e a banda “12Duoito” 23 anos de muito Rock e criações musicais por MGM e RJ.
Atualmente participa no Trio “Filhas da Mãe Solícita” – Samba de raíz e no espetáculo cênico poético musical “Nirvana de Ninguém”.
19/06 – Marcelo Kraiser e Vera Casa Nova – performam Amanda Vital
Marcelo Kraiser é artista plástico, fotógrafo, professor, ilustrador ,compositor, artista visual, poeta, inventor de instrumentos sonoros e visuais, performer e doutor em letras.
Realizou 11 exposições individuais e participou de mais de 40 coletivas em artes plásticas. Compõe trilhas sonoras para performances e dança, colaborando com a Benvinda Cia. De Dança, Quick Cia de Dança, dentre outros. É autor do DVD ‘ Para Teus Olhos’, com 20 vídeos de poemas livremente baseados na obra de Clarice Lispector. Dentre os livros publicados de poemas visuais, destacam-se ‘ Corpos Seriais’ e “Lucia Rosas’, em colaboração com a poeta Vera Casa Nova. Lançou em 2009 em coautoria com Paola Rettore o trabalho Pequenas Navegações, livro e DVD com poemas textuais, sonoros e visuais.
Fundou o Creuza-Grupo de Improvisação em Dança, Som, Imagem e Palavra.
“Além dos dez programas, produziremos um CD com 10 faixas a partir do material produzido nas experimentações feitas nos estúdios da rádio e também uma mostra, que começa amanhã, terça-feira (30/05) “, conta Cesco Napoli.
O Tropofonia nasceu da vontade de fazer arte sonora no rádio e vem sendo produzido e veiculado pela rádio UFMG educativa (104,5 FM) desde 2009. Vai ao ar toda segunda às 23h, também no ufmg.br/radio
Reprise na terça às 23h59
Mostra Tropofonia 15 Anos
A Mostra Tropofonia 15 Anos acontece nos dias 30 (terça-feira) e 31 (quarta-feira) de maio na Faculdade de Letras da UFMG e também no Centro Cultural da UFMG com mesas de debates e oficina.
O Tropofonia é um programa da Radio UFMG e desde 2009 e promove a poesia sonora e os movimentos de vanguarda que representam rupturas com a arte convencional. “É um espaço de difusão de obras literárias e não literárias de autores pesquisados por uma equipe especializada com a incorporação de elementos sonoros e interpretativos ao texto original. A característica inovadora é a busca a partir de textos de diferentes atmosferas com a utilização de elementos da poesia sonora e incorporação artística de ruídos” explica Francesco Napoli coordenador geral ao lado de Djami Sezostre.
“A voz é a condutora de um ensaio entre a literatura e a música no rádio, a fala e o canto, não é um programa de literatura ou música, nem da fala e ou do canto, mas de contrastes entre as artes, mostrando ser possível uma poética híbrida, uma performance ao mesmo tempo sonora e física, sendo as pregas da língua os instrumentos de um idioma no corpo da boca, uma Poiesis onde o corpo em sua natureza orgânica se revela um etnocorpus ao produzir o desejo original de manifestação artística”” completa.
Programação
- Dia 30 de maio (terça-feira). Local: FALE/ UFMG
Instalação Sonora Memorial Tropofonia 15 anos com trechos de mais de 100 programas
19h
Abertura com Georg Otte, ensaísta, tradutor e professor da FALE
Mesa Zero: Tropofonia Poesia e Não e Performance e Não com Djami Sezostre, Francesco Napoli, Jorge Dissonância. Mediação: Emília Mendes
20h30
Mesa 30: A Natureza da Poesia com poetas e músicos da última temporada: Cely Vilhena, Lou Albergaria, Neuza Ladeira, Yeda Prates Bernis, Maza de Palermo, Vera Macedo, Bruna Piantino, Cidinha da Silva, Laís Corrêa de Araújo, Amanda Vital. Efe Godoy e Pedro Morais, Nanauê e Maurinho Berrodagua, Silma Dornas e Chico de Paula, Déa Trancoso e Letícia Leal, Celso Adolfo e Kim Gomes, Lucas Avelar e Sandro Marte, Baka e Mamutte, Hot e Raphael Sales, Rita Silva e Johnny Herno, Vera Casa Nova e Marcelo Kraiser.
Mediação: Vera Casa Nova
Mostra de livros das autoras que passaram pelo programa
- Dia 31 de maio (quarta-feira). Local: Centro Cultural da UFMG
14H
Oficina ZUT: BIOPOESIA E ECOCRÍTICA com Djami Sezostre e Francesco Napoli
História
O Tropofonia nasceu em 2007, na cidade de Rosario, na Argentina. Em 2008, começou a ser produzido também no Uruguai, em 2009 em Belo Horizonte e em 2010 na Bolívia.
Neste mesmo ano, o programa Tropofonia Belo Horizonte foi o vencedor do prêmio Roquette Pinto de melhor programa de radioarte do Brasil.
Na sua versão brasileira, o programa enfatiza a poesia sonora e os movimentos de vanguarda que representam rupturas com a arte convencional. É um espaço de difusão de obras literárias e não literárias com a incorporação de elementos sonoros e interpretativos ao texto original.
“A voz é a condutora de um ensaio entre a literatura e a música, a fala e o canto, não é um programa de literatura ou música, nem da fala e/ou do canto, mas de contrastes entre as artes, mostrando ser possível uma poética híbrida, uma performance ao mesmo tempo sonora e física, sendo as pregas da língua os instrumentos de um idioma no corpo da boca”, explica Djami Sezostre.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
