Troféu Capivara consagra “Sonhos como barcos de papel”, “Americana” e “Núbia” no 27º FestCurtasBH

FestCurtasBH anuncia vencedores das mostras Internacional, Brasil e Minas e celebra a criação do Prêmio José Zuba Júnior, homenagem a trabalhadores do cinema de curta-metragem

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Em cerimônia realizada no Cine Humberto Mauro, o 27º FestCurtasBH anunciou os vencedores das mostras competitivas Internacional, Brasil e Minas. Os filmes “Sonhos como barcos de papel”, de Samuel Suffren (Haiti), “Americana”, de Agarb Braga (Pará), e “Núbia”, de Bárbara Bello (Belo Horizonte), receberam o Troféu Capivara, principal premiação do festival, concedida pelo júri oficial. O público também elegeu o seu favorito, o curta “Tita: 100 Anos de Luta e Fé”, de Danilo Candombe, vencedor do Júri Popular. A cerimônia marcou ainda a criação e entrega do inédito Prêmio José Zuba Júnior, homenagem ao criador do festival e a profissionais que fortalecem o cinema de curta-metragem.

O júri da Mostra Competitiva Internacional, formado por Ana Carolina Soares, Flaviana Lasan e Mariah Soares, premiou o curta haitiano “Sonhos como barcos de papel (Des rêves en bateaux papiers)”, de Samuel Suffren, elogiando os “riscos na determinação de um cinema territorializado” e o “aprimoramento da linguagem audiovisual em seu ápice tecnológico”. Uma menção honrosa foi concedida ao iraniano “As flores noturnas de Daria”, de Maryam Tafakory, pela força expressiva e simbólica de resistência feminina.

Na Mostra Competitiva Brasileira, o júri composto por Bramma Bremmer, Fernanda Pessoa e Rubens Fabrício Anzolin destacou o curta paraense “Americana”, dirigido por Agarb Braga, pela “descentralização regional, de classe e inventividade formal” de sua narrativa queer. O filme “Cartas do Absurdo”, de Gabraz, recebeu menção honrosa por sua montagem e diálogo poético entre palavra e imagem.

Já na Mostra Competitiva Minas, o júri formado por Ana Júlia Silvino, Anna Flávia Dias Salles e Marcos Donizetti escolheu o belo-horizontino “Núbia”, de Bárbara Bello, “por sua coragem estética e pelo modo singular como habita o espaço erótico-urbano”. A menção honrosa ficou com “Princesa Macula e o Canto Triste”, de Mayara Mascarenhas (São João del Rei), por transitar entre sonho e memória com lirismo e liberdade.

Além do Troféu Capivara, os filmes premiados nas mostras competitivas recebem R$ 5 mil cada. O vencedor do Júri Popular“Tita: 100 Anos de Luta e Fé”, sobre a matriarca quilombola Dona Tita, do Quilombo Morro Santo Antônio (Itabira), recebe R$ 3 mil.

Prêmio José Zuba Júnior, lançado nesta edição, celebra a trajetória de José Zuba Júnior, criador do FestCurtasBH, e reconhece artistas, coletivos e profissionais do cinema que contribuem para a vitalidade estética, política e social do curta-metragem. A primeira premiação foi concedida ao projeto “Luz Câmera, Escola em Ação”, da Escola Municipal Newton Amaral Franco (Contagem), coordenado pela professora Sheila Rodrigues. Criado em 2017, o projeto envolve estudantes de todas as idades na produção de curtas sobre temas como racismo, meio ambiente e amizade, já tendo circulado por 57 festivais nacionais e internacionais.

O encerramento do festival também homenageou a realizadora mexicana Azucena Losana, com a exibição dos filmes Pantano (2019) e Warmi Danzaq (2025). A sessão dos premiados acontece neste domingo, 9 de novembro, às 20h, encerrando dez dias de uma programação intensa, múltipla e poética.

Consolidado como um dos mais importantes eventos dedicados ao curta-metragem no país, o FestCurtasBH reafirma sua vocação de ser um espaço de encontro, crítica e celebração da arte cinematográfica.

IVO

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