Spalla da Filarmônica de Minas Gerais, Elizabeth Fayette se apresenta pela primeira vez como solista da Orquestra. Dias 29 e 30 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais

Na ocasião, a Orquestra faz a estreia mundial da obra Cristais, de Igor Maia, vencedor do 12º Festival Tinta Fresca, em homenagem a Adélia Prado

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A Spalla da Filarmônica de Minas Gerais, a violinista Elizabeth Fayette, faz sua estreia como solista nos dias 29 e 30 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais, executando a monumental Fantasia Escocesa de Max Bruch. Com regência do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais, a Orquestra revisita uma das sinfonias mais amadas do grande gênio de Bonn, a Sinfonia nº 2 de Beethoven, e revela a obra inédita Cristais, composta pelo vencedor do Festival Tinta Fresca 2024, o compositor Igor Maia, em homenagem à poeta Adélia Prado. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia). O concerto do dia 29 de maio terá transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube, pela Rede Minas (canal 2 na multiprogramação) e pela Rádio MEC FM (87,1 BH e Brasília/99,3 RJ).

 

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

 

Maestro Fabio MechettiDiretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais

 

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Elizabeth Fayette, violino

 

Elizabeth Fayette é a Spalla da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2024. Fez sua estreia como solista no Carnegie Hall em 2013, com o maestro Alan Gilbert e a Juilliard Orchestra. Apresentou-se com a Sinfônica de Houston e atuou como spalla convidada da Sinfônica de Princeton, da Osesp e da Sinfônica de Milwaukee. Recebeu o Segundo Prêmio nas Audições Internacionais da Young Concert Artists e o prêmio-bolsa da Musical Fund Society da Filadélfia. Como musicista de câmara, tocou em diversos países da América do Norte e da Europa, primeiro como fundadora do Sheridan Piano Trio e, entre 2016 e 2020, como primeira violinista do Vega String Quartet. Participou de diversos festivais internacionais, incluindo o de Ravinia, o Kneisel Hall e o de Aspen. Nascida em uma família de músicos, Elizabeth é bacharel pelo Curtis Institute of Music e mestra pela Juilliard School, onde também concluiu seu Artist Diploma. Este é o seu primeiro concerto como solista com a Filarmônica de Minas Gerais.

Repertório

 

Igor Maia (Campinas, Brasil, 1988) e a obra Cristais (2025 – Estreia mundial)

 

Criada por Igor Maia, vencedor do 12º Festival Tinta Fresca da Filarmônica de Minas Gerais, a obra Cristais nasceu de um convite do maestro Fabio Mechetti, ao compositor, para celebrar os 90 anos de uma das maiores vozes da literatura mineira: Adélia Prado. Uma homenagem merecida, mas que também carregava um desafio artístico — o de traduzir em música a vastidão, a intensidade e o mistério da poesia de Adélia.

A obra se desdobra em seis movimentos, concebidos como miniaturas expressivas, cada qual inspirado em um poema do ciclo “Cristais”, presente no livro Oráculos de Maio (1999). Trata-se de leituras musicais subjetivas, que não pretendem ilustrar os versos, mas dialogar com eles em outra linguagem.

No movimento “Velado, não estridente”, propõe-se uma escuta sensível, quase sussurrada. “Do amor e da dor” explora tensões harmônicas. “Liturgia” transforma gradualmente um coral de J. S. Bach. “Das tripas, coração” enfrenta a complexidade do gesto criador. “Militantes, padecentes, triunfantes…” justapõe camadas de material contrastante que se dissipam lentamente. E, por fim, “Mitigação da pena” percorre um caminho que nasce na angústia e culmina em lirismo crescente.

Cristais se organiza em um delicado equilíbrio, tecendo uma rede de significados paralela ao universo poético de Adélia Prado. Mais que uma tradução musical dos poemas, a obra busca refletir, em som, a pluralidade e a profundidade da experiência humana, tal como os cristais da poetisa: multifacetados, brilhantes e cheios de significado.

Max Bruch (Colónia, Alemanha, 1838 – Berlim, Alemanha, 1920) e a obra Fantasia Escocesa, op. 46 (1880)

 

A habilidade orquestral de Max Bruch só é ultrapassada por sua inventividade melódica. Frequentemente, essas melodias têm origem nos folclores de países próximos à sua Alemanha natal, como Suécia, Rússia e Escócia, ou então em tradições celtas ou judaicas. Além das três sinfonias e de belas partituras camerísticas, o catálogo de suas obras se destaca pela produção para coro e orquestra e pelas peças para instrumento solo e orquestra, notadamente para violino e violoncelo, a exemplo da Fantasia Escocesa, de seu popular Concerto para violino e do adágio Kol Nidrei, para violoncelo.

Fantasia Escocesa, op. 46 foi composta em Berlim no inverno de 1880, a pedido do violinista espanhol Pablo de Sarasate, ao qual foi dedicada. Fritz Simrock (da tradicional casa editorial alemã) publicou-a no mesmo ano com o nome Fantasia para violino acompanhado de orquestra e harpa, com uso livre de melodias folclóricas escocesas. Joseph Joachim estreou-a em Liverpool, em 22 de fevereiro de 1881, sob a batuta do autor.

Bruch escreveu a seu editor: “O título ‘fantasia’ é muito geral e, via de regra, indica uma peça curta […] Mas a obra não pode ser propriamente designada como um concerto porque a forma é totalmente livre, e são usadas melodias folclóricas”. Bruch buscou inspiração para tais melodias na antologia em seis volumes The Scots Musical Museum, publicada em Edimburgo entre 1787 e 1803. No “Allegro guerriero” final, prevalece a canção Hey Tuttie Tatie, que teria sido cantada pelos soldados de Robert the Bruce, Rei dos Escoceses, na Batalha de Bannockburn, em 1314, quando derrotaram o exército inglês de Eduardo II.

Ludwig van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e a obra Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36 (1801-1802)

 

Em 1802, com problemas de surdez havia já seis anos, Beethoven é aconselhado por seu médico a ficar algum tempo em um lugarejo perto de Viena, no intuito de poupar sua audição. Ali, escreveu uma carta, dirigida aos seus dois irmãos, que viria a ser conhecida posteriormente como o Testamento de Heilingenstadt: “Como posso admitir uma enfermidade no sentido que deveria ser mais perfeito em mim do que nos outros e que eu, antes, possuía no mais alto grau de perfeição? Cedo tive de me isolar e passar minha vida em solidão”. A decepção amorosa com Giulietta Guicciardi também pode ter contribuído para seu estado depressivo.

Entretanto, a Segunda Sinfonia, escrita neste mesmo ano de 1802, impressiona pelo colorido orquestral brilhante e vívido. Como a descreveu o regente Felix Weingartner, em seu tratado sobre as nove sinfonias: “Alegria jovial, fervor cheio de vida e força inquebrantável parecem ser as bases da sua essência”. A obra, em Ré maior, teve sua primeira apresentação em abril de 1803, no Theater an der Wien, em Viena, regida pelo autor.

Ter composto, naquele momento, a Sinfonia nº 2 parece-nos representar a elaboração de uma dolorosa reflexão e o renascer da “força inquebrantável” que levaria Beethoven a mais vinte e sete anos de vida. Não surpreende que, em 1803, aos trinta e dois anos, tendo na bagagem menos de um terço da sua obra – entre elas as Sonatas ao Luar e Patética, o Concerto para piano nº 3, o Concerto para violino e as duas primeiras sinfonias, para citar as mais conhecidas hoje em dia – Beethoven já fosse considerado o maior músico da Europa.

Filarmônica de Minas Gerais

 

Série Allegro

29 de maio – 20h30

Sala Minas Gerais

 

Série Vivace

30 de maio – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Elizabeth Fayette, violino

I. MAIA                  Cristais

BRUCH                       Fantasia Escocesa, op. 46

BEETHOVEN         Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36

 

INGRESSOS:

R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:

3ª a 6ª — 12h a 20h

Sábado — 12h a 18h

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:

— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana

— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado

— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos:

  • Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
  • Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

 

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

 A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

IVO

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