O SCIRAS, Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde da Santa Casa BH, faz um alerta sobre o número de casos de hepatite notificados em Minas Gerais este ano. De acordo com o último levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de BH, 273 casos já foram registrados de janeiro a agosto deste ano. Em 2024, foram 179 casos no total e quando comparamos com os dados de 2023 esse número é 4.450% maior.
Esse aumento acompanha uma tendência nacional. De acordo com o Ministério da Saúde, os casos no Brasil cresceram 54% em 2024 em relação ao ano anterior. Entre os fatores que explicam essa alta estão o aumento das relações sexuais sem proteção e a ingestão de água ou alimentos contaminados.
A hepatite A é uma infecção viral que atinge o fígado e se transmite principalmente por via fecal-oral, seja pelo consumo de água ou alimentos contaminados ou pelo contato direto com pessoas infectadas. Os principais sintomas incluem febre, cansaço, náuseas, dor abdominal, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) e alterações na coloração da urina e das fezes.
Não há tratamento específico para a hepatite A, a doença geralmente é autolimitada, com recuperação por meio de repouso, hidratação e acompanhamento médico.
Vacinação: a principal forma de prevenção
A vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a medida mais eficaz para prevenir a hepatite A. A imunização é feita em dose única, indicada preferencialmente aos 15 meses de idade. Caso necessário, a vacina pode ser aplicada em crianças a partir de 12 meses até pouco antes de completarem 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias).
Além das crianças, a vacinação também é recomendada para grupos com maior risco de complicações, como:
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Pessoas que vivem com HIV ou com hepatites B e C;
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Pacientes transplantados ou com imunidade comprometida;
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Usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV).
Além da vacinação, é importante manter cuidados básicos de higiene. “A gente tem sempre que reforçar a importância de higienizar bem as mãos e lavar com atenção os alimentos que a gente ingere e cuidar da água que bebe.
Além da vacina fica também o alerta para o uso de preservativo nas relações sexuais. É só com a prevenção e o cuidado que a gente vai conseguir diminuir novamente o número de casos” afirma a Márcia Bahia, médica infectologista da Santa Casa BH.
A Santa Casa BH mantém seu compromisso com a saúde da população, oferecendo orientações e suporte para prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento dos casos, contribuindo para reduzir o impacto da doença em Minas Gerais.