Em meio à estrutura patriarcal persistente e à abordagem do judiciário sobre o direito de família, observamos uma falta de suporte para a figura materna. Tradicionalmente, as mães assumem a responsabilidade abrangente pelos cuidados com os filhos, abrangendo educação, saúde, rotina, alimentação e muito mais. Infelizmente, ao buscar amparo judiciário, muitas vezes não encontram respaldo, pois continuam a arcar com essas responsabilidades enquanto enfrentam posturas agressivas e violentas por parte de ex-maridos ou companheiros.
O trabalho incansável das mulheres nessa tarefa, muitas vezes não escolhida por elas, é invisibilizado, perpetuando o discurso machista que limita o valor do trabalho à jornada tradicional de 8 às 18 horas. Esse discurso negligencia as inúmeras tarefas diárias que permitem que o provedor saia para trabalhar com tranquilidade e traga sustento à família. Lanna ressalta a sobrecarga imposta às mulheres, questionando quanto custaria contratar alguém para realizar todas essas responsabilidades.
Apesar de supostos avanços na sociedade, Lanna argumenta que a evolução é mais uma remodelação do patriarcado do que uma verdadeira transformação. Embora tenham ocorrido mudanças superficiais, a essência permanece a mesma de 100 anos atrás, com um discurso velado de suposta melhoria. Ele destaca a necessidade de um olhar mais atento para as causas das mulheres que desempenham o papel vital de cuidar das futuras gerações, ressaltando que há muito a ser conquistado para uma verdadeira igualdade.