quinta-feira, outubro 9, 2025
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Na CineBH, Filme uruguaio Quemadura China, de Verónica Perrotta, foi o grande vencedor da Mostra Território

Outros filmes latino-americanos foram agraciados no encerramento; no Brasil CineMundi, júri oficial escolhe "Filhas do Mangue", projeto de Alagoas. Outras propostas venceram categorias de parceiros para fomento a coprodução e desenvolvimento

A 19ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte anunciou, na noite de domingo, 28 de setembrol, os filmes premiados da Mostra Território e os projetos contemplados no Brasil CineMundi – 16th International Coproduction Meeting. A cerimônia de encerramento do evento aconteceu no Cine-Theatro Brasil. O prêmio de melhor filme da Mostra Território foi para “Quemadura China”, produção do Uruguai dirigida por Verónica Perrotta. Pela justificativa do júri oficial, a obra “ousa encarar de frente a fragilidade, lembrando-nos de que os corpos guardam memória e de que, mesmo na perda, pulsa a ternura”. A decisão destacou ainda “a beleza nascida do imperfeito, a ousadia estética e a entrega absoluta de seus intérpretes” e ressaltou a maneira como o filme entrelaça “o íntimo com o coletivo, o grotesco com o lírico, o teatral com o cinematográfico, num gesto de radical originalidade”.

Na categoria Melhor Presença, na qual o júri pode escolher livremente, foi escolhido o elenco de “Chicharras”, do México, dirigido por Luna Marán. A justificativa apontou que a obra retrata “atos de resistência dentro do território que percorre” e que experimenta “possibilidade de reinventar seus processos criativos e romper com as hierarquias individuais do cinema”. Foi apontada a consciência coletiva da produção: “Fazer filmes é um processo conjunto capaz de retratar a complexidade e o encanto de uma comunidade”.

O júri deu ainda um destaque à montagem de “Huaquero”, do Peru, dirigido por Juan Carlos Donoso Gómez. Foi enfatizado o caráter político e a densidade histórica do filme, que constitui “uma arqueologia de terras ainda habitadas por mistérios a serem revelados; uma síntese de oito anos que nos lembra que a verdadeira escrita do cinema está na articulação de suas imagens e sons”. A decisão destacou a capacidade do filme de “tornar visível o invisível, como na alquimia da prata, onde os halos ocultos na emulsão se revelam e se transformam em matéria perceptível”.

Prêmio Abraccine, dado por críticos de cinema, foi para “Punku”, também do Peru, dirigido por Juan Daniel Fernández Molero e descrito como “uma refinada arquitetura do (in)consciente, entre memória, sonho, mito e realidade”. O júri ressaltou a força do feminino na condução da narrativa, que revela “um território íntimo e múltiplo, em que corpos e paisagens se transformam em matéria poética e perturbadora”. A Abraccine ainda conferiu uma menção honrosa a “Chicharras”, reconhecendo a vitalidade do filme “ao nos envolver em uma comunidade viva e autônoma, que, mesmo diante das caravelas perenes do colonialismo, afirma-se como um corpo político coletivo e insubmisso, uma verdadeira inspiração”.

BRASIL CINEMUNDI

A 16ª edição do Brasil CineMundi também anunciou os projetos premiados em suas diferentes categorias, vindos dos vários parceiros que compõem a programação do encontro e colaboram nos processos de parceria, coprodução e fomento para o cinema do futuro.

prêmio principal do júri oficial, formado por Luana Melgaço, Jorge Cohen e Juliette Lepoutre, foi concedido ao alagoano “Filhas do Mangue”, escrito e dirigido por Stella Carneiro e produzido por Rafhael Barbosa (La Ursa Cinematográfica, Alagoas). O júri destacou que o projeto traz “uma voz jovem, promissora e profundamente singular” ancorando-se em vivências íntimas e familiares que, contadas com humor e ternura, ecoam debates mais amplos sobre preservação ambiental, assimetrias regionais e irreverência das novas gerações. “Trata-se de um cinema que “nasce nas margens de uma lagoa, em um estado ainda pouco representado, mas que, pela sua especificidade, tem o poder de dialogar com audiências maiores”.

Na categoria Work in Progress, o Prêmio O2 Pós reconheceu O Filho da Puta, a ser dirigido por Erica Maradona, Otto Guerra, Sávio Leite e Tânia Anaya, com produção de Cissa Carvalho, Elisa Rocha e Tatiana Mitre. A escolha chamou atenção pela “narrativa sólida e envolvente, conduzida com humor ácido e estética crua” e ressaltou que “mais do que uma viagem física, a obra é um percurso de identidade e afirmação”. Já o Prêmio Mistika foi para “Lusco-Fusco”, de Bel Bechara e Sandro Serpa, produzido por Rafaella Costa, pela “sensibilidade em abordar feminismo e violência contra a mulher” e por sua “coragem em demonstrar esperança mesmo nos territórios mais sombrios”.

O prêmio The End foi para “A Fabulosa Máquina do Tempo”, com direção de Eliza Capai e produzido por Mariana Genescá. O reconhecimento veio por sua “capacidade de unir potência artística e relevância social” e por oferecer “um olhar sensível sobre a infância feminina no sertão do Piauí, revelando como imaginação e ludicidade se tornam ferramentas de resistência”. Na categoria Foco Minas, o prêmio Cinecolor/CTAV/Edina Fujii/Parati Films foi de “Arrudas”, de Matheus Moura, com produção de Antonio Pedroni e roteiro de Ian Chang. A justificativa ressaltou que o projeto “nos confronta com a vulnerabilidade de nossas próprias estruturas sociais” e que transforma “a dor em poesia e o caos em uma reflexão lúcida sobre nossa fragilidade compartilhada”.

Você? Mãe?”, direção de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos e produzido por Dani Nascimento, Daniel Gonçalves, Roberto Berliner e Sabrina Garcia, foi agraciado em mais de uma premiação por júris distintos. Recebeu o DocBrasil, pelo “potencial de transformar o íntimo em universal e o pessoal em político” e pela relevância das questões sobre maternidade e capacitismo, e o Prêmio Conecta, pela “coragem em desafiar convenções visuais com uma estética que parte da perspectiva de uma pessoa cega e de uma cineasta com deficiência motora”. Além disso, “Você? Mãe?” conquistou o Prêmio DocSP pela “continuidade de uma carreira criativa que amplia perspectivas de viver e experimentar o mundo”.

Já o DocSP Study Center foi para “Tomba Homem”, de Gibi Cardoso, produzido por Lucas Uchôa e Victória Morais, pela importância de resgatar “a história de vida de referência em BH no movimento LGBTQIA+ e na resistência à ditadura”. O prêmio FIDBA #Link contemplou “Febre Tropical”, de Andy Malafaia e Carolina Hofs, pela advertência histórica “em um momento em que discursos autoritários ressurgem”.

Nuevas Miradas selecionou “Toshi Voltou do Japão”, direção de Marcos Yoshi e produzido por Rica Saito, por abrir “um espaço de reflexão sobre a experiência silenciada de uma geração de homens imigrantes atravessados pelo sofrimento mental”. Já o RIDM foi atribuído a “Enquanto te Escrevo a Paisagem Muda”, de Anna Lu Machado e Artur Monteiro, produção de Thaís Vidal, por “reinventar a road movie como cartografia afetiva e ecológica” e por entrelaçar “memória e amizade em uma narrativa poética que denuncia os impactos ambientais do nosso tempo”.

Prêmio Burning foi para “Soberbo”, de Camila Matos e Juliana Antunes, pela ousadia de entrelaçar “ficção, fantasia e experimentalismo a partir de um mito urbano de Belo Horizonte”. Já o WCF – World Cinema Fund premiou “Sapatour”, direção de Gab Laurenzato e produzido por Well Darwin, por ser “uma celebração rebelde e vibrante, com enorme potencial de ressonância global”.

MAFF/Projeto Paradiso foi para “Diamante, o Bailarina”, direção de Pedro Jorge e produzido por Heverton Lima, pela “capacidade de promover a inclusão social ao refletir realidades muitas vezes invisibilizadas” e por inspirar “uma cultura de respeito e aceitação em todas as formas de ser e viver”. Já o coletivo Filmes de Plástico, que concedeu prêmios de incentivo, dividiu sua contribuição em duas distinções: um especial para “Brilhante”, de Carol Silva e Karen Suzane, pela originalidade e relevância LGBTQIAPN+, e o Prêmio Principal para “Omágua Kambeba”, de Adanilo e produzido por Ítalo Bruce, por ser “um projeto ambicioso e ousado, capaz de renovar a cinematografia brasileira”.

LISTA DE PREMIADOS

Mostra Território

Longa-metragem: Quemadura China, Uruguai, direção de Verónica Perrotta

Melhor Presença: Chicharras, México, direção de Luna Marán

Destaque do Júri (Montagem)Huaquero, Peru, direção de Juan Carlos Donoso Gómez

Prêmio AbraccinePunku, Peru, direção de Juan Daniel Fernández Molero

Brasil CineMundi

Júri Oficial
Filhas do Mangue (AL) — direção de Stella Carneiro, produção de Rafhael Barbosa

WIP – O2 Pós
O Filho da Puta (MG / RS) — direção de Erica Maradona, Otto Guerra, Sávio Leite e Tânia Anaya; produção de Cissa Carvalho, Elisa Rocha e Tatiana Mitre

WIP – Mistika
Lusco-Fusco (SP) — direção de Bel Bechara e Sandro Serpa; produção de Rafaella Costa

WIP – The End
A Fabulosa Máquina do Tempo (RJ) — direção de Eliza Capai; produção de Mariana Genescá

Foco Minas
Arrudas (MG) — direção de Matheus Moura; produção de Antonio Pedroni e Matheus Moura

DocBrasil
Você? Mãe? (RJ) — direção de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos; produção de Dani Nascimento, Daniel Gonçalves, Roberto Berliner e Sabrina Garcia

Conecta
Você? Mãe? (RJ) — direção de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos; produção de Dani Nascimento, Daniel Gonçalves, Roberto Berliner e Sabrina Garcia

DocSP
Você? Mãe? (RJ) — direção de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos; produção de Dani Nascimento, Daniel Gonçalves, Roberto Berliner e Sabrina Garcia

DocSP Study Center
Tomba Homem (MG) — direção de Gibi Cardoso; produção de Lucas Uchôa e Victória Morais

FIDBA #Link
Febre Tropical (SP) — direção de Andy Malafaia e Carolina Höfs; produção de Leonardo Mecchi

Nuevas Miradas
Toshi Voltou do Japão (SP) — direção de Marcos Yoshi; produção de Rica Saito

RIDM
Enquanto te Escrevo a Paisagem Muda (PE) — direção de Anna Lu Machado e Artur Monteiro; produção de Thaís Vidal

Burning
Soberbo (MG) — direção de Camila Matos e Juliana Antunes; produção de Juliana Antunes

MECAS
Omágua Kambeba (AM) — direção de Adanilo; produção de Ítalo Bruce

WCF – World Cinema Fund
Sapatour (SP) — direção de Gab Lourenzato; produção de Well Darwin

MAFF / Projeto Paradiso
Diamante, o Bailarina (SP) — direção de Pedro Jorge; produção de Heverton Lima

Filmes de Plástico – Prêmio Especial
Brilhante (MG) — direção de Carol Silva e Karen Suzane; produção de Carol Silva

Filmes de Plástico – Prêmio Principal
Omágua Kambeba (AM) — direção de Adanilo; produção de Ítalo Bruce

***

A 19ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 16º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2025 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).

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SERVIÇO

19a CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

16º BRASIL CINEMUNDI – ENCONTRO INTERNACIONAL DE COPRODUÇÃO

23 a 28 de setembro de 2025 | PROGRAMAÇÃO GRATUITA

Fundação Clóvis Salgado (Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno e Jardim do Parque); Cine Theatro Brasil (Grande-Teatro e o Teatro de Câmara), Sala de cinema do Minas Tênis Clube, Cine Belas Artes, Cine Santa Tereza, Teatro Sesiminas, Praça da Liberdade e Casa da Mostra

LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA

ESTE PROJETO É REALIZADO COM RECURSOS DA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DE BELO HORIZONTE

Patrocínio Master: Petrobras

Patrocínio: Caixa, Rede Mater Dei de Saúde, Itaú, Prefeitura de Belo Horizonte, Codemge/Governo de Minas Gerais

Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO

MINISTÉRIO DA CULTURA | GOVERNO FEDERAL DO LADO DO POVO BRASILEIRO

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Informações pelo telefone: (31) 3282-2366

No Instagram: @universoproducao

No Youtube: Universo Produção

No Twitter: @universoprod

No Facebook: brasilcinemundi/cinebh / universoproducao

No LinkedIn: universo-produção

Site oficial do evento: www.cinebh.com.br

Link para fotos |https://www.flickr.com/photos/universoproducao/

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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