terça-feira, agosto 5, 2025
HomeEntretenimentoMúsica e ancestralidade: Ofainan leva herança afro-brasileira aos palcos em experiência musical

Música e ancestralidade: Ofainan leva herança afro-brasileira aos palcos em experiência musical

Com raízes em Belo Horizonte e inspirado pelo Grupo Ofá, de Salvador, o coletivo estreou em 2024 com o álbum “Heranças e Andanças – Oxalá”. Em agosto, lança seu segundo trabalho, reafirmando o compromisso de levar a musicalidade dos terreiros para novos espaços de escuta e reconhecimento. Cânticos iorubás tradicionalmente entoados nos terreiros de candomblé vêm ganhando novos caminhos de expressão e o Ofainan é fruto desse movimento. Ao transformar cantos ancestrais em apresentação musical, o coletivo abre caminhos para o diálogo entre o candomblé e a cena musical brasileira, entre o que é sagrado para o povo de terreiro, mas também pode ser reverenciado pelos demais. Fundado por Bruno Odessi, músico percussionista, educador e pesquisador da musicalidade afro-brasileira, o Ofainan reúne um coral com 10 integrantes, arranjos inéditos e uma audiência crescente, com 57 mil ouvintes mensais no Spotify. Em agosto, chega às plataformas o álbum “Heranças e Andanças: Casa Rosa”, sequência do trabalho de estreia dedicado a Oxalá. “A ideia é fazer um álbum para cada um dos Orixás, celebrando as casas matrizes do candomblé. Começamos com Oxalá em homenagem à minha mãe pequena Isabel Faustino, que é de Oxalá. E a sequência também parte de uma homenagem, dessa vez, ao meu mestre Tio Leonardo, que era de Obaluaê”, explica Bruno. As cantigas de candomblé, ou orikis, como são chamadas no terreiro, são narrativas ancestrais transmitidas oralmente pelos mais velhos e preservadas ao longo de gerações. Mesmo com seu profundo valor espiritual e cultural, o registro dessa musicalidade ainda é raro, o que contribui para a baixa representatividade das religiões de matriz africana nos registros oficiais do país. “Os cânticos de terreiro podem educar o Brasil sobre o candomblé, rumo a um país que reconhece suas raízes, independentemente da religião. Precisamos integrar essa herança na nossa cultura”, defende Bruno. Ao ampliar o alcance desses saberes para além dos espaços iniciáticos, o grupo ajuda a reposicionar a musicalidade de terreiro num lugar de escuta, beleza e contemplação. Isso contribui para um debate essencial dos tempos atuais: o reconhecimento da herança afro-brasileira sem exotismos ou estigmas. É nesse cruzamento da espiritualidade como força filosófica e da arte como cura coletiva, que o grupo encontra seu eixo e pede licença para chegar: “O ‘Casa Rosa’ vem com registros da nossa identidade, com releituras de cânticos tradicionais e uma faixa autoral, com a participação de uma guarda de congado mineira muito querida. Estamos ansiosos para colocar mais esse trabalho no mundo.” Sugestões de pauta – Como os cânticos de terreiro podem educar o Brasil sobre o candomblé? – Cantar para lembrar: o candomblé que educa, cura e resiste – Da oralidade ao palco: como a música sacra afro-brasileira vem ganhando novos espaços de escuta – Por que registrar os cânticos do candomblé é um ato político e cultural? – Música como ferramenta de educação antirracista Para entrevistas e mais informações

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Dê sua sugestão!spot_img

Most Popular

Recent Comments