“Luz, Câmera, Ação”. A famosa expressão comum nos sets de filmagens ainda tem poucas vozes de mulheres. De acordo com o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), órgão vinculado à Ancine, apenas 20% dos filmes brasileiros têm direção assinada por elas. Para enfrentar esse cenário tão desigual e destacar a participação feminina no audiovisual, estreia, em março, a mostra “Mulheres em Ação” na plataforma de streaming EMCplay. O serviço de vídeo sob demanda público e gratuito exibe trabalhos com diretoras, roteiristas, produtoras e atrizes.
São mais de 15 filmes que foram selecionados por uma curadoria composta por mulheres da diretoria de Audiovisual e Produtos Digitais da Empresa Mineira de Comunicação (EMC). As obras abordam o universo feminino, suas questões e dilemas com um olhar único e sensível que só uma mulher consegue captar e traduzir para a tela. A mostra está dividida em quatro eixos e incluem obras de ficção, documentário, animação e jornalismo cultural. “A EMCplay tem mostrado um conteúdo rico feito por elas. Isso já faz parte da política da plataforma de streaming e não poderíamos deixar de colocar em evidência, neste mês, a importância da participação delas no mercado audiovisual”, diz o presidente da EMC, Gustavo Mendicino.
Além de filmes, a programação conta com conteúdos exclusivos da Rede Minas, como a sexta temporada do programa “Cinematógrafo”, que foi inteiramente dedicada ao cinema feito por mulheres e, também, a temporada “Liberdade ainda que Tardia”, do programa “Mulhere-se”, composto por atrizes que dialogam de maneira ficcional e documental sobre a imagem e o papel da mulher na sociedade. “Essa mostra foi pensada para inspirar novas mulheres a ocuparem a indústria potente do audiovisual, para mostrar que elas podem estar onde quiserem num set de filmagem, tanto nos bastidores quanto nas telas, ou assumindo uma direção. Ainda são poucas as mulheres que conseguem se manter na realização, mas elas são fundamentais na construção do cinema mineiro e a EMCplay dá visibilidade a elas. Precisamos ocupar mais esses espaços, equilibrar as estatísticas”, ressalta Flávia Moreira, diretora de Audiovisual e Produtos Digitais da EMC.
A mostra “Mulheres em Ação” fica disponível de 06 a 31 de março na plataforma de streaming pública e gratuita EMCplay. Além dos filmes selecionados para a Mostra, o serviço conta com um catálogo extenso com longas, curtas, séries, shows e espetáculos. Nessa vitrine gratuita da produção audiovisual mineira tem, também, conteúdos especiais da Rede Minas e da rádio Inconfidência e a programação, ao vivo, dessas emissoras. O acesso é pelo site emcplay.com ou pelo aplicativo disponibilizado no Google Play e Apple Store. Os detalhes da mostra também são apresentados no instagram @emcplaymg.
Abaixo, você confere a sinopse dos filmes que são disponibilizados na mostra “Mulheres em Ação”, da EMCplay.
Serviço:
Mostra “Mulheres em Ação”
De 06 a 31 de março
Transmissão pela EMCplay: emcplay.com ou pelo aplicativo disponibilizado no Google Play e Apple Store.
Filmes (abaixo a sinopse completa):
Tema: Amadurecer
*A falta que me faz, de Marília Rocha
*Liberdade, de Larissa Benassi de Souza
Tema: Identidades
*Abra-se, de Karen Suzane Silva
*Diários sobre o corpo – Os corpos delas, de Gabriela Altaf e Marcos Pimentel
*Entre estações, de Alana Bambirra
*Estado itinerante, de Ana Carolina Soares
*Vaga carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.
Tema: Territórios
*Ponto org, de Patrícia Moran
*Belo Horizonte, cidades e bicicletas, de Maria Mourão
*Artemisia – Terra de mulheres, de Oriane Laurie Marie
*Lírios não nascem da lei, de Fabiana Leite
*Mulheres de luta, de Amanda Salvador, Ana Luísa Sanders, Giovana Lemos e Julia Braga
Tema: Mulher Arte
*O legado de Marlene Silva – Pele negra, dança negra, de Elaine do Carmo
*Baque mulher – Guerreiras, de Daniela Dornellas
*Arte delas – Mucuri, de Géssica Emanuele
*Castelos de vento, de Tania Anaya
*Coletânea – A história não contada da música, de Tatiana Coura
TEMA: AMADURECER
*A falta que me faz
Direção: Marília Rocha
Gênero: ficção
Durante um inverno, rodeadas pela Serra do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da juventude. Um romantismo impossível deixa marcas em seus corpos e na paisagem ao redor. Em meio a conversas, obrigações e prazeres cotidianos, cada uma delas encontra uma maneira particular de contar a solidão e enfrentar as incertezas de um futuro próximo.
*Liberdade
Direção: Larissa Benassi de Souza
Gênero: ficção
Uma menina cheia de dúvidas, em busca da sua liberdade, começa a se questionar, até que chega no foco dos seus pensamentos e descobre que, o que ela precisava, era de coragem para seguir e lidar com os obstáculos.
TEMA: IDENTIDADES
*Abra-se
Direção: Karen Suzane Silva
Gênero: animação
Quantas de nós, mulheres comuns, nos vemos representadas nas telas do cinema? Mulheres do dia a dia, que trabalham, suam, enfrentam o que tiver de enfrentar para trazer e prover para suas famílias. Mulheres simples e fortes devem ser apresentadas, ter suas histórias e vidas contadas e mostradas. Uma câmera, seus rostos, suas vozes três distintas mulheres contando suas trajetórias.
*Diários sobre o corpo – Os corpos delas
Direção: Gabriela Altaf e Marcos Pimentel
Gênero: documentário
A série tem o corpo como personagem central e traz contrapontos sobre os padrões estéticos. Ao longo de cinco episódios, de 26 minutos cada, acompanhamos o cotidiano de diferentes pessoas que não se enquadram nos padrões estéticos vigentes e tiveram que aprender a lidar com questões como bulimia, anorexia, gordofobia, cirurgia bariátrica, racismo, mudança de gênero e orientação sexual, compulsão por cirurgias estéticas, aceitação da própria imagem e envelhecimento. De forma intimista, a série investiga como, na atualidade, o corpo é um dos principais cartões de visita que uma pessoa dispõe e, ao mesmo tempo, seu principal algoz.
*Entre estações
Direção: Alana Bambirra
Gênero: ficção
Aurora, Sarah e Vera são três mulheres completamente diferentes. Elas vivem em mundos distintos, desde a idade até a classe social. No dia a dia, elas seguem a rotina de acordar cedo, ir para o trabalho/faculdade e, no fim do dia, retornam para suas casas. Contudo, seus caminhos se cruzam em ponto de ônibus de Belo Horizonte e essa rotineira viagem se transforma em uma epifania teatral para cada uma delas, revelando seus mais íntimos sentimentos através de monólogos.
*Estado itinerante
Direção: Ana Carolina Soares
Gênero: ficção
O filme conta a história de Vivi, uma mulher em processo de libertação de uma relação opressora. Em período de experiência como cobradora de ônibus, ele trabalha desejando não voltar para casa. A semana passa rápido entre as paradas no ponto final, o itinerário e os encontros com outras cobradoras, que fortalecem a mulher trabalhadora e seu desejo de fuga.
*Vaga carne
Direção: Grace Passô e Ricardo Alves Jr.
Gênero: ficção
Uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por pertencimento e por uma identidade própria enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade. O filme é uma transcriação do espetáculo teatral da atriz e dramaturga Grace Passô, que compõe o elenco com grandes nomes do cinema mineiro, como André Novais, Zora Santos, Aline Vila Real e, ainda, traz a participação de Dona Jandira.
TEMA: TERRITÓRIOS
*Ponto org
Direção: Patrícia Moran
Gênero: ficção
Bárbara (Erika Altimeyer) está trabalhando na produção de um documentário sobre a vida dos meninos de rua na cidade de São Paulo. Para obter imagens sobre o dia a dia deles, ela entrega uma câmera de vídeo a três garotos, Agnaldinho, Sarney e Bigode, que fazem imagens pela cidade. Um dos alvos dos garotos é Dona Zilda (Teuda Bara), uma mendiga que herdou um apartamento devido à morte da irmã, mas que se recusa a sair das ruas. Há também Diamantino (Flávio Renegado), que está trabalhando no desenvolvimento de um novo jogo e vem a São Paulo para ajudar Bárbara.
*Belo Horizonte, cidades e bicicletas
Direção: Maria Mourão
Gênero: documentário
Em Belo Horizonte, menos de 10% das pessoas que pedalam são mulheres. Elas estão vencendo os morros, os medos e o machismo estrutural. Juntas ou em suas individualidades, são exemplos de que dificuldades podem ser superadas. Na obra, a diretora Maria pedala para encontrar outras ciclistas pelas ruas da capital mineira e escutar suas histórias, medos e superações em cima ou ao lado de suas bicicletas.
*Artemisia – Terra de mulheres
Direção: Oriane Laurie Marie
Gênero: documentário
A diretora Oriane teve a ideia de fazer um filme só de mulheres em Rio Pomba e a Comunidade Quilombola dos Coelhos, na Zona da Mata. Sua maior inspiração atual são as agricultoras que cuidavam dos filhos enquanto trabalhavam. Elas trabalham com gado, milho, feijão, frutas diversas, horta, porcos, galinhas, patos e sempre adotavam um gato ou cachorro que aparece na estrada.
*Lírios não nascem da lei
Direção: Fabiana Leite
Gênero: documentário
“Lírios não nascem da lei” acompanha a trajetória de Ana Carolina, Liliane, Dayane e Marcela e revela seus sonhos, dramas e expectativas, entre transformações vividas por elas antes e depois de terem seus filhos na prisão. Como o estado brasileiro lida com a situação da mulher grávida e crianças encarceradas sob sua custódia? O filme busca desvendar essa realidade a partir de uma imersão, por dois anos, dentro de presídios brasileiros.
*Mulheres de luta
Direção: Amanda Salvador, Ana Luísa Sanders, Giovana Lemos e Julia Braga
Gênero: documentário
Em meio à lama e ao luto deixados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, grupos de mulheres de Brumadinho se organizam na busca pela reparação integral dos danos e pela efetivação de seus direitos. Impulsionadas por diferentes motivações, as atingidas se organizam em uma luta permeada por questões políticas e afetivas.
TEMA: MULHER ARTE
*O legado de Marlene Silva – Pele negra, dança negra
Direção: Elaine do Carmo
Gênero: documentário
O documentário apresenta parte da história da grande artista mineira Marlene Silva, que morreu em 2020. Pioneira da dança afro em Minas Gerais, Marlene conquistou fãs pelo Brasil e pelo mundo. Esse filme é uma homenagem a ela, sua trajetória artística e seu legado inegável.
*Baque mulher – Guerreiras
Direção: Daniela Dornellas
Gênero: documentário
Traduções e histórias das mulheres que ergueram um grupo de maracatu de baque virado, no interior de Minas Gerais, e utilizaram a arte e a sabedoria popular para transformar o maracatu em um espaço seguro para as mulheres.
*Arte delas – Mucuri
Direção: Géssica Emanuele
Gênero: documentário
Somos mulheres e artistas, mas o que nos diferencia? Quais questões socioculturais sofremos juntas? O curta-metragem documental “Arte delas – Mucuri” perpassa pela vida de três artistas de zonas urbanas e rural, apresentando suas trajetórias artísticas e o cotidiano de suas vidas. O documentário entra no dia a dia delas e coloca a mulher como destaque. São mostradas suas narrativas nas produções artísticas, evidenciando também as dores e dificuldades enfrentadas e ultrapassadas. O documentário representa muitas artistas, mães, avós e tantas outras funções que perpassam a vida das mulheres para além da arte e na arte.
*Castelos de vento
Direção: Tania Anaya
Gênero: animação
Destruir casas e arrastar pessoas pode ser obra do vento ou do amor.
*Coletânea – A história não contada da música
Direção: Tatiana Coura
Gênero: documentário
Quando se pensa na música da África os tambores soam e é raro que alguém associe o continente a ritmos do pop e rock. Esses gêneros têm também, no seu DNA, o sangue negro. Essas são alguns dos temas apresentados em “A história não contada da música”. A obra coloca em debate pontos que ficaram omissos na história da música mundial e faz uma análise da influência e importância de artistas negros.
A professora universitária e ativista da luta por igualdade racial Gláucia Vaz; o músico, jornalista e pesquisador Thiago Pereira; além dos cantores, compositores e instrumentistas Sérgio Pererê e Michelle Oliveira voltam às origens da música e tradições africanas para analisar o universo da música pop.
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