Minas Gerais, estado historicamente marcado pela mineração, também lidera uma preocupante estatística ambiental: é o estado com o maior número de minas abandonadas no Brasil. Segundo levantamento divulgado em abril pelo Instituto Escolhas, o país possui 3.943 áreas de mineração sem qualquer tipo de recuperação ambiental ou social — e 22% delas estão localizadas em solo mineiro.
A pesquisa chama atenção para o impacto direto desses passivos ambientais em comunidades locais, corpos hídricos e ecossistemas. As áreas desativadas, muitas vezes sem qualquer controle ou plano de reabilitação, se tornam fontes de contaminação por metais pesados, além de riscos geotécnicos como deslizamentos e erosões.
“Estamos diante de um passivo ambiental silencioso, mas com potencial destrutivo enorme. Minas abandonadas continuam emitindo poluentes, contaminando o solo e a água, mesmo décadas após o fim da atividade extrativista. É um problema de saúde pública, ambiental e de planejamento urbano”, explica Elizabeth Rodrigues, doutora em Engenharia Ambiental e professora do curso de Engenharia do UniBH.
A especialista ressalta que o enfrentamento desse cenário exige políticas públicas efetivas, fiscalização mais rigorosa e, principalmente, a responsabilização de empresas mineradoras que encerram atividades sem executar o plano de fechamento de mina. “Há tecnologia e conhecimento técnico suficientes para transformar áreas degradadas em espaços ambientalmente recuperados e até produtivos, mas falta vontade política e, muitas vezes, cumprimento da legislação por parte das mineradoras”, pontua Elizabeth.
O estudo do Instituto Escolhas propõe, entre outras soluções, a criação de um fundo nacional de recuperação de áreas mineradas, além da atualização do Cadastro Nacional de Barragens e da exigência de garantias financeiras para custear a reparação ambiental.
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