quarta-feira, novembro 12, 2025
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Mestranda da UFMG lança jogo da memória com as figuras Adinkra para celebrar o mês da Consciência negra

Um dos diferenciais do jogo será um site onde as pessoas aprenderão a pronunciar os nomes dos Adinkras da forma que é proferido. E o melhor, na voz de um africano de Gana

A mestranda em Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Sara Negritri realiza o lançamento do “Adinkra-Tri: Jogo da Memória dos Ancestrais”; no dia 10 de novembro; às 18h no Jardim Mandala localizado no prédio da FAE, na UFMG. O jogo consiste em uma atividade lúdica e educativa que estimula o exercício cerebral, a criatividade, além de convidar os participantes a simbolicamente reconstruírem e recuperarem a memória e sabedoria ancestral. Seu conceito demonstra que quem vence o jogo não é apenas quem tem mais acertos, mas quem demonstra sabedoria, generosidade e espírito comunitário.

O jogo foi criado para contribuir com ensinamentos sobre valores nobres africanos e afro-brasileiros de forma interativa, conectando educação, ancestralidade e ludicidade; além disso, contribuir com a execução da antes Lei 10.639/2003, agora, a lei que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e também incluiu o dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, no calendário escola que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas.

Segundo a autora “Ele nasce do propósito de fortalecer a memória, o corpo e a mente através do brincar, reafirmando a continuidade da voz e dos valores civilizatórios africanos na diáspora; resgata a sabedoria ancestral, promove o conhecimento sobre valores como respeito, solidariedade, equilíbrio, generosidade e sabedoria coletiva. Em uma era marcada pela hiperconexão digital e pela perda da memória cultural, o jogo propõe uma pausa reflexiva: um espaço de reencontro com a ancestralidade, de exercício cognitivo e emocional, de escuta e partilha”; completa.

O QUE SÃO ADINKRAS

De acordo com Sara Negritri, os Adinkra dizem respeito à humanidade são um antigo sistema africano de escrita, são símbolos visuais, originários do povo Akan, de Gana (África Ocidental), que representam conceitos filosóficos, morais, espirituais e sociais. Cada símbolo expressa um provérbio, um ensinamento ou um valor para a vida. “Eles são usados há séculos em tecidos, peças da realeza e construções, servindo como uma linguagem gráfica de sabedoria, memória e identidade”; explica.

EM QUE CONSISTE O JOGO

O jogo “Adinkra-Tri: Jogo da Memória dos Ancestrais” é composto por 52 cartas ilustradas com símbolos Adinkra, acompanhadas de seus significados e pronúncias originais de Gana, trazidos em um QR nas cartas. Para jogar é necessário formar pares de símbolos iguais, aprender suas pronúncias, seus significados e formas práticas da vida. Quem acertar dois pares seguidos torna-se “o sábio da vez”; quem doa sua jogada ganha pontos extras por demonstrar cooperação e autocontrole.

O jogo se estrutura em torno do desafio de recuperar a memória dos anciãos, encontrando pares de símbolos e compartilhando seus ensinamentos. Cada rodada é um exercício de aprendizado, reflexão e diversão. Durante a partida, os jogadores desenvolvem memória, atenção e habilidades cognitivas, ao mesmo tempo em que internalizam valores civilizatórios. As partidas podem ser adaptadas para diferentes faixas etárias e contextos — escolar, comunitário ou familiar.

Site –  A mestranda destaca que o jogo “Adinkra-Tri: Jogo da Memória dos Ancestrais” vai contribuir para combater os estereótipos sobre a cultura africana que ainda existem na educação brasileira. Haverá um site para que as pessoas escutem a pronúncia na voz de um Ganense e aprendam a pronunciar os nomes dos Adinkras da forma que é proferido em Gana. “O áudio pode ser acessado pelo QR Code das cartas” completa.

BENEFÍCIOS DO JOGO

O jogo proporciona benefícios físicos; emocionais; mentais e cognitivos aos participantes. Na parte física ele estimula coordenação motora fina e percepção visual; desenvolve atenção, agilidade e foco; favorece o relaxamento e o equilíbrio entre corpo e mente.

Na área mental e cognitiva o jogo fortalece a memória de curto e longo prazo; estimula o raciocínio, a concentração e a resolução de desafios; promove o aprendizado de línguas e símbolos africanos. Além disso incentiva o pensamento simbólico e o reconhecimento de significados.

Na área emocional ele resgata o senso de pertencimento e identidade afrodescendente; estimula o respeito mútuo, a empatia e a cooperação; favorece a conexão com a ancestralidade e com os valores comunitários africanos; e desenvolve o equilíbrio interior e o sentimento de dignidade e orgulho das origens. “O jogo também contribuir para acabar com a desconexão com a ancestralidade e os saberes tradicionais em tempos digitais; o déficit de memória e atenção causado pelo excesso de estímulos tecnológicos; a baixa valorização das culturas afro-brasileiras e africanas na educação formal; e a competitividade excessiva em detrimento da cooperação”; assegura a mestranda.

INDICAÇÃO

O Jogo “Adinkra-Tri: Jogo da Memória dos Ancestrais” é indicado para crianças, jovens e adultos, em especial; crianças a partir de 7 anos, em contextos escolares; estudantes e professores de artes, história, cultura afro-brasileira e afins; participantes de oficinas culturais, eventos comunitários e grupos tradicionais; famílias e educadores que valorizam a ancestralidade africana e a educação não racista; uma vez que desperta interesse em quem busca conhecer, celebrar e transmitir a sabedoria africana de forma leve, bela e significativa.

“O Jogo “Adinkra-Tri: Jogo da Memória dos Ancestrais” é mais do que um jogo, é um instrumento de reeducação cultural, cognitiva e ancestral, que resgata memórias apagadas e celebra a sabedoria da humanidade através dos povos africanos. É um convite para que cada jogador — criança, jovem ou adulto — se reconheça como parte de uma história viva, plural e sagrada”; explica a mestranda.

Engajada no mestrado na UFMG, Sara Negritri também é compositora, cineasta, produtora, pesquisadora das relações raciais e desenvolvedora de jogos pedagógicos. Uma trajetória marcada pela criação de obras que integram arte, ancestralidade, memória e educação. Sua atuação também abrange projetos sociais e culturais voltados à valorização das tradições africanas e afro-brasileiras, à promoção da equidade racial e à formação de público consciente e colaborativo, como o evento “Diálogos sobre a Saúde Mental da População Negra”, “Samba além da música” e o “Julho das Pretas”.

RELANÇAMENTO DO LIVRO

Além do lançamento do jogo, na mesma data, haverá o relançamento do livro, mesma autora Sara Negritri e Tadeu Kaçula “Samba e Pandemia: 2021- O Ano em que o Samba parou”. Na obra; Sara registra e exalta o saber dos mestres e mestras da cultura popular, defendendo o lugar das manifestações afro-brasileiras como patrimônios vivos de resistência e sabedoria coletiva

 

FORMA DE JOGAR O ADINKRA- TRI EM DETALHES

Contexto

Todos os dias, a sabedoria se apresenta em forma de nós — desafios, escolhas e aprendizados. Apenas quem observa com atenção e escuta com o coração é capaz de desatar o nó da sabedoria.

Há um antigo provérbio africano que diz:

“Quando um idoso morre, uma biblioteca é queimada”

Isso significa que, com a partida de um ancião ou anciã, vai embora também uma imensa riqueza de saberes, histórias e experiências. Ele leva consigo todo o conhecimento que acumulou em vida — histórias, conselhos e lições que sustentam uma comunidade.

Neste jogo, um casal de sábios acaba de morrer. Eles guardavam ensinamentos secretos e valiosos sobre como viver bem e ajudar seu povo a viver melhor.

Agora, cabe a você e aos outros jogadores recuperar essa memória e, assim, se tornar um novo sábio capaz de desatar o nó da sabedoria.

Missão do jogo

A missão é simples, mas profunda

Recuperar a memória dos anciãos, encontrando os pares de símbolos Adinkra e relembrando seus significados

Assim, cada jogador se aproxima da sabedoria ancestral, aprendendo valores como cooperação, respeito, empatia e equilíbrio.

Regras do Jogo (Versão Tradicional)

1. Preparação:

Idealmente jogado por 3 ou mais pessoas

As cartas são embaralhadas e dispostas viradas para baixo em fileiras organizadas.

2. Rodadas

Cada jogador, em sua vez, vira duas cartas

Se formar um par, permanece com ele e joga novamente

O “Sábio da Vez

Quem acertar dois pares seguidos torna-se o Sábio da Vez, podendo jogar de novo ou doar sua vez — ganhando pontos extras se escolher a generosidade.

4. Desafio da Sabedoria

Sábio pode desafiar outro jogador pedindo o nome, o significado ou um exemplo de aplicação do símbolo.

A cada acerto ou erro, os jogadores ganham, perdem ou trocam cartas

Se ambos souberem, o jogo “sobe de nível”, exigindo respostas mais complexas

 Coringas Adinkra

O jogo possui quatro cartas especiais com poderes simbólicos.

Sankofa: resgata um jogador eliminado.

Nyansapow: propõe duelos de sabedoria.

Nea Onnim no Sua a, Ohu: recompensa quem ensina o outro.

Owuo Atwedie Baako Nfo: encerra ou reinicia o jogo, simbolizando os ciclos da vida.

6. Vitória

Ganha quem somar mais pontos, mas o verdadeiro prêmio é o aprendizado coletivo.

O vencedor é aquele que demonstra sabedoria, calma, cooperação e respeito.

SERVIÇO: Lançamento do Jogo “Adinkra-Tri: Jogo da memória dos ancestrais

Data: 10 de novembro

Horário:  18h

Endereço: Prédio da FAE (Universidade Federal de Minas Gerais)

  Valor: Entrada gratuita

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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