quinta-feira, fevereiro 20, 2025
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Março Lilás: importância da vacina anti-HPV contra câncer do colo do útero

Oncologista ressalta a conscientização das mulheres para esse tipo de neoplasia que é causada em 99% pelo HPV

Ao longo do mês, a campanha Março Lilás vem para alertar sobre a prevenção e a conscientização ao câncer do colo do útero, o terceiro tipo de neoplasia que mais afeta as mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ainda de acordo com o Inca, são esperados 17.010 novos casos no Brasil e, em Minas Gerais, 1.670 novas ocorrências para cada ano do triênio 2023-2025. Para a capital mineira, são esperados 180 casos anualmente.

O câncer de colo de útero é mais comum em mulheres consideradas jovens, por volta dos 47 anos de idade. Já os tumores ovarianos e de corpo uterino se tornam mais prevalentes naquelas acima de 50 anos e são responsáveis por mais de 6.500 novos diagnósticos a cada ano, respectivamente.

Como é a transmissão do HPV?

O Papilomavírus Humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum. Via de regra é transmitido durante o sexo, seja ele vaginal, anal ou oral. Esse vírus fica alojado em qualquer parte da região genital, não só na vagina e no pênis. Vulva, períneo, bolsa escrotal e região pubiana também podem alojar o HPV. Sendo assim, o uso do preservativo masculino ajuda a evitar a doença, mas é importante ressaltar que ele não anula o risco de contágio.

“Mais de 90% dos casos do câncer do colo do útero estão ligados ao HPV. Infelizmente, apenas um terço das meninas são adequadamente vacinadas no Brasil e isso pode impactar diretamente no problema. A vacina tem o potencial de eliminação do câncer do colo do útero e de outros cânceres HPV relacionados “, observa a oncologista Angélica Nogueira, do Cancer Center Oncoclínicas em Belo Horizonte.

De acordo com a oncologista, existem mais de 100 tipos de HPV. Cerca de 40 afetam a região genital e, entre esses, pelo menos 13 eventualmente desencadeiam câncer de colo do útero, vagina, ânus, vulva e pênis. Em caso de sexo oral, eles aumentam também o risco de tumores na orofaringe e na boca.

Especificamente, dois tipos de HPV (16 e 18) são responsáveis por 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).  Desde 2014, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil e está disponível atualmente para todas as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

“A imunização pode ajudar não só a prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina e ânus nas mulheres e de pênis nos homens, além de orofaringe em ambos “, observa a oncologista. Além disso, vale lembrar que a vacina também é indicada para pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45 anos nas mulheres e 26 anos nos homens).

Como identificar tumores do colo do útero?

O ideal é a realização de exame preventivo regularmente – a cada três anos após dois negativos em anos consecutivos. Contudo, alguns sintomas podem indicar que algo está errado com o corpo, por isso, fique de olho se houver:

●         Sangramento vaginal anormal

●         Dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo

●         Dor de estômago

●         Alterações intestinais

●         Fadiga

●         Vulva e vagina com feridas, alteração da cor ou bolhas

●         Perda de peso sem motivo

Quanto ao rastreamento do câncer do colo do útero, Dra Angélica Nogueira comenta sobre o exame de Papanicolau: “Ele pode ajudar a diagnosticar precocemente o câncer do colo do útero ou lesões pré-malignas e evitar que o tumor seja encontrado em estágios mais avançados, prejudicando o tratamento e deixando-o mais complexo. O vírus HPV tem a capacidade de fazer modificações genéticas nas células do colo do útero e aí ocorre uma multiplicação celular desenfreada, o que gera o câncer. Em geral, esse processo demora muitos anos, por isso a importância de fazer periodicamente o Papanicolau a partir dos 25 anos”.

Quais os fatores de risco?

Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV, outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer. Desta forma, o tabagismo, a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de câncer do colo do útero.

Como é feito o tratamento?

O tratamento adequado irá depender do estadiamento das neoplasias e também se existem metástases. “Podem ser recomendadas radioterapia, cirurgia, quimioterapia, braquiterapia, ou ainda a combinação de dois ou mais tratamentos”.

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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