Vencedora do Prêmio APCA 2022 de melhor atriz de teatro, por Órfãs de Dinheiro, Inês Peixoto está de volta com o espetáculo, monólogo escrito e encenado por ela. No palco, Inês, que integra o Grupo Galpão, dá vida a três mulheres em situações diferentes de vulnerabilidade, decorrentes da impossibilidade de autossustentação. Com direção de Eduardo Moreira e trilha sonora original criada por Tiago Pereira, filho da atriz, o espetáculo cumpre temporada de 15 de abril a 7 de maio, em cinco diferentes espaços culturais de Belo Horizonte: Zap 18 (15 e 16 de abril, sáb. e dom., 19h), Teatro Espanca (22 e 23 de abril, sáb. e dom., 19h), Usina de Cultura (28 de abril, sex., 19h, gratuito), Teatro 171 (29 e 30 de abril, sáb. e dom., 19h) e Centro Cultural Vila Santa Rita (7 de maio, dom., 19h, gratuito.). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e podem ser adquiridos pelo site https://www.sympla.com.br/orfasdedinheiro e na bilheteria dos espaços teatrais. As apresentações integram o projeto “Trocando experiências acerca do feminino”, e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
O espetáculo surgiu do desejo de Inês de levar ao teatro assuntos da atualidade que a sensibilizam. “A obra é uma reflexão sobre coisas do mundo que me atravessam como mulher. As três personagens que interpreto, em contextos distintos, promovem o diálogo sobre como a dependência econômica ainda mantém mulheres reféns. É uma travessia que ainda acontece para todas nós”, destaca a atriz, que também assina concepção, texto e figurino do espetáculo.
No espaço cênico, uma canoa serve de palco, para que as personagens – uma mulher vendida à exploração sexual ainda criança; uma refugiada que luta pela própria sobrevivência e a de seu bebê; e uma empregada doméstica sonhadora – apresentem um pequeno recorte das tantas realidades de vulnerabilidade vividas por mulheres do Brasil e do mundo. “É uma reflexão de várias histórias que passaram por mim, coisas que eu li, vi, ouvi e me impactaram de alguma forma, pois me causaram incômodo”, conta a atriz.
Em registro tragicômico, os relatos das personagens convidam o público a refletir sobre a necessidade de emancipação econômica da mulher e a importância do direito à escolaridade como requisitos básicos à luta contra a desigualdade de gênero. “A falta de emancipação financeira dificulta demais a busca das mulheres pela independência, uma luta de todas nós, a despeito de raça, idade ou endereço”, afirma Inês. De acordo com o diretor Eduardo Moreira, a peça “apresenta uma reflexão sobre o tema, mas no lugar da fantasia, o que é importante. Não é um trabalho conceitual, mas sensitivo, que vai direto ao coração. Neste momento em que vivemos, isso é fundamental”.
Inês Peixoto
Atriz, diretora, dramaturga e roteirista, nasceu em Belo Horizonte em 1960. Ingressou no Teatro Universitário em 1979, migrando para o Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado (CEFAR) em 1981, onde se profissionalizou. Trabalhou em vários espetáculos de produtores locais na década de 1980, entre eles: “A Viagem do Barquinho”, direção Tião Camilo e Beto Lima, “Cigarras e Formigas”, direção Afonso Drumond, “Brasil, Mame-o ou Deixe-o”, direção Luiz Carlos Moreira, “Quando Fui Morto em Cuba”, direção Belisário Barros e “Foi bom, meu bem?”, direção Luiz Carlos Moreira.
Participou da comédia musical “No Cais do Corpo”, direção Ricardo Batista, trabalho que uniu o grupo de atores e músicos, que formaria “Veludo Cotelê”, a maior banda de rock-brega do mundo. Paralelamente, produziu e atuou em “Casablanca, meu Amor”, direção Yara de Novaes. Em 1992, depois de participar de uma série de workshops promovidos pelo Grupo Galpão, foi convidada para a montagem de “Romeu e Julieta”, direção Gabriel Villela.
Desde então, tornou-se integrante do grupo, participando das montagens seguintes: “A Rua da Amargura”, direção Gabriel Villela; “Um Molière Imaginário”, direção Eduardo Moreira; “Partido”, direção Cacá Carvalho; “Um Trem Chamado Desejo”, direção Chico Pelúcio; “O Inspetor Geral” e “Um Homem é um Homem”, ambos dirigidos por Paulo José; “Pequenos Milagres”, direção Paulo de Moraes; “Till, a saga de um herói torto”, direção Júlio Maciel; “Eclipse”, direção Jurij Alschitz e “Os Gigantes da Montanha”, direção Gabriel Villela; “Outros”, direção Márcio Abreu.
No cinema, participou de “Vinho de Rosas” e “O Crime da Atriz”, de Elza Cataldo; “5 Frações de Uma Quase História”, de Criz Azzi; “Outono”, de Pablo Lobato; “Tricoteios”, de Eduardo Moreira, Rodolfo Magalhães e Criz Zago; “Os Filmes que Eu Não Fiz”, de Gilberto Scarpa; “Revertere ad Locum Tum”, de Armando Mendz; “Oxianureto de Mercúrio”, de André Carrera; “Moscou”, de Eduardo Coutinho; “Meu pé de Laranja-Lima”, de Marcos Bernstein; “Entre Vales”, de Felipe Barcinski; “Quase Memória”, de Ruy Guerra; “Redemoinho”, de José Luiz Villamarin , “Todas as Tardes” de Diogo Cronemberg, “As Duas Irenes”, de Fábio Meira, “O Lodo”de Helvécio Ratton”, “Órfãs da Rainha” de Elza Cataldo.
Dirigiu, em parceria com Rodolfo Magalhães, o média-metragem “Para Tchékhov”. Montou o documentário “Portunhol”. Dirigiu e roteirizou o curta-metragem Apagão. No teatro, dirigiu os espetáculos “Vexame”, “Arande Gróvore”, “Doida”, “Bumm”, “Boa noite, Cinderela” “Tempo de Águas” e “Cidades dos Sonhos”. É bacharela em Cinema e Audiovisual pelo Centro Universitário Una, em Belo Horizonte. Na televisão, participou do especial “A Paixão Segundo Ouro Preto”, de Rogério Gomes e Cininha de Paula; das minisséries “Hoje é Dia de Maria” e “Hoje é Dia de Maria Segunda Jornada”, de Luiz Fernando Carvalho; “A Cura”, de Ricardo Waddington; “A Teia”, de Rogério Gomes; Novelas: “Meu Pedacinho de Chão”, de Luiz Fernando Carvalho e “Além do Tempo” de Rogério Gomes, “O Sétimo Guardião”, de Rogério Gomes, “Sob Pressão”, de Andrucha Waddginton. Já foi agraciada com 20 prêmios por sua atuação em teatro e três prêmios por sua atuação em cinema, entre eles APCA 2022 de Melhor Atriz, com Órfãs de Dinheiro.
ÓRFÃS DE DINHEIRO
Ficha técnica – Projeto “Trocando experiências acerca do feminino”
Concepção, texto, figurino, atuação – Inês Peixoto
Direção – Eduardo Moreira
Desenho de luz – Rodrigo Marçal
Projeto e construção da canoa – Taísa Campos
Trilha original, vídeos e programação visual – Tiago Pereira
Design sonoro – Vinícius Alves
Preparação vocal e assessoria de direção de texto – Babaya
Assessoria de Imprensa – Polliane Eliziário (Personal Press)
Design gráfico -– Samira Motta
Intérpretes de libras – Rosane Lucas e Flavio Maia
Captação de imagens – Pâmela Margarida
Gestão financeira – Angelo Vicente Batista
Apoio técnico – William Teles
Produção – Beatriz Radicchi
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
A PROGRAMAÇÃO
15 e 16 de abril (sáb e dom, 19h)
Zap 18
Rua João Donada, 18 – Santa Terezinha
Dia 15 de abril, espetáculo com acessibilidade em libras e bate-papo após a apresentação.
Ingressos antecipados: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
https://www.sympla.com.br/orfasdedinheiro
22 e 23 de abril (sáb. e dom., 19h)
Teatro Espanca
Rua Aarão Réis, 542 – Centro
Dia 22 de abril, espetáculo com acessibilidade em libras e bate-papo após a apresentação.
Ingressos antecipados: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
https://www.sympla.com.br/orfasdedinheiro
29 e 30 de abril (sáb. e dom., 19h)
Teatro 171
Rua Capitão Bragança, 35 – Santa Tereza
Dia 29 de abril, espetáculo com acessibilidade em libras e bate-papo após a apresentação.
Ingressos antecipados: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
https://www.sympla.com.br/orfasdedinheiro
28 de abril (sex., 19h)
Usina de Cultura – Centro Cultural
Rua Dom Cabral, 765, Bairro Ipiranga
Acesso gratuito limitado à lotação do espaço.
Bate-papo após a apresentação.
7 de maio (dom., 19h)
Centro Cultural Vila Santa Rita
Rua Ana Rafael dos Santos, 149 – Vila Santa Rita
Acesso gratuito limitado à lotação do espaço.
Bate-papo após a apresentação.
Confira a programação:
@orfasdedinheiro