terça-feira, novembro 19, 2024
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Grupo de Palhaças fortalece autoestima de mulheres vítimas de violência

Idealizado pela Cia Caxangá, projeto Zona de Riso fecha mais um ano com programação aberta ao público, a partir de segunda (25.11), dia internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Com espetáculos, cortejos, intervenções artísticas e oficinas de capoeira, a proposta é promover reflexão sobre temáticas do feminino, com foco na agressão contra a mulher. As atividades de encerramento são voltadas a todas e todos, sobretudo, a mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, de todas as idades, e ocorre em Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) de Belo Horizonte.

Sessenta e oito por cento das brasileiras têm uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica, segundo pesquisa divulgada este ano, pela Agência Senado. Em Belo Horizonte, um projeto utiliza a arte para tentar reverter esse cenário na capital. Zona de Riso chega em sua segunda edição com 3.200 mulheres atendidas e diversas atividades de teatro, música e palhaçaria para fortalecer a autoestima de mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. A partir de 25.11, segunda, Dia Internacional de Eliminação da Violência Contra as Mulheres, no CRAS Vila Cemig, o projeto encerra o ano com atividades de conscientização sobre o tema, abertas ao público, sobretudo para mulheres, independentemente da idade. Com acesso gratuito, a programação está prevista para ocorrer também nos dias 27/11 e  28/11, quarta-feira e quinta-feira, no CRAS Granja de Freitas, e nos dias 2/12, segunda-feira, e 18/12, quarta-feira, no CRAS Vila Califórnia.

Já nos espaços Casa de Referência da Mulher Tina Martins, Para Elas (Ambulatório Jenny de Faria/HC/UFMG), Casa Abrigo Sempre Viva, e aKasulo – Centro de Convivência LGBTQIA+, as ações do projeto seguem, de forma permanente, desde maio,  com intervenções de palhaçaria que focam no fortalecimento de mulheres que foram ou são afetadas pela violência. Este projeto é realizado através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, e conta com patrocínio da Supermix.

AÇÕES ABERTAS AO PÚBLICO

 

Desde maio, os CRAS – Centros de Referência e Assistência Social de Belo Horizonte dos bairros Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Vila Cemig e Vila Califórnia têm recebido ações do projeto Zona de Riso, abertas ao público.

 

Agora em novembro, nos dias 25, 27 e 28, segunda, quarta e quinta-feira, a proposta é realizar oficinas. “Vamos ofertar oficinas de capoeira com foco intergeracional, prioritariamente para mães e filhos, mas não se limitando a este público. A atividade é adaptada de acordo com a necessidade de cada participante, respeitando as limitações físicas e cognitivas de cada um, pensando na melhor forma de incluir a todos que queiram participar.  Não precisa de inscrição prévia e não tem limite de idade. O foco são mulheres e pessoas LGBTQIAPN+: meninas, adultas, idosas e adolescentes. As mães que não têm com quem deixar os filhos, podem e devem participar da atividade com as crianças. A proposta é um incentivo à prática e ao desenvolvimento da autonomia de cada participante, reafirmando que podem ser o que quiserem”, explica a idealizadora e coordenadora do projeto, a palhaça Lori Moreira (Cia Caxangá).

Já em dezembro, a programação ocupa o CRAS Vila Califórnia. No dia 2.12, segunda, tem apresentação do espetáculo Adiante. Com estética mambembe que referencia clássicos da palhaçaria, a peça traz, para a cena, Lorota e Aurélia que conduzem o público a um universo místico e poético, em que a bobagem é a guia. Um ótimo refresco para dias de fracasso, quando precisamos de uma mãozinha para seguir adiante. No mesmo local, no dia 18.12, quarta, o público será recepcionado com cortejo de palhaças, seguido de nova apresentação de “Adiante”. Toda programação é gratuita e aberta ao público.

ZONA DE RISO – BREVE HISTÓRICO DO PROJETO

Lori conta que o Zona de Riso foi criado em 2022, com o objetivo de fortalecer mulheres, sobretudo as que vivenciaram algum tipo de violência, por meio da palhaçaria, teatro e música. “É preciso falar da violência que existe e consome a vida de diversas mulheres. É esperado de nós, mulheres e outras pessoas com corpos dissidentes, que a gente sofra em silêncio, mecanismo inclusive de perpetuação da violência. A vergonha, a culpa, o julgamento social que recai sobre a vítima nessas situações é um pouco o motivo que nos move no esforço de mudar esse padrão”, afirma.

Desde então, as atividades do projeto são realizadas na Casa Abrigo Sempre Viva, na Casa de Referência da Mulher Tina Martins, no Para Elas (Ambulatório Jenny de Faria/HC/UFMG), na aKasulo – Centro de Convivência LGBTQIA+, e nos Centros de Referência e Assistência Social de Belo Horizonte dos bairros Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Vila Cemig e Vila Califórnia. Até agora, o projeto contemplou cerca de 3.200 mulheres.

A depender do espaço, toda semana ou quinzenalmente, as palhaças da Cia Caxangá visitam as mulheres que sofreram violência e estão abrigadas nas instituições de acolhimento ou participam de grupos de apoio. De acordo com Lori Moreira, as intervenções trabalham o lúdico, a leveza, a bobagem, com o intuito de conectar e dar voz às mulheres. “A gente procura reforçar a identidade individual de cada uma, para que elas se reconheçam e sejam acolhidas, com afeto, respeito e brincadeira. Por que o riso, nesse caso, é uma ferramenta maravilhosa de transformação, de catarse mesmo”, destaca.

Por ser uma casa de passagem, a Casa Abrigo Sempre Viva, Lori explica que nem sempre o grupo de mulheres é o mesmo em todos os encontros. “Algumas ficam dias, outras, meses. Esse tempo impacta diretamente na conexão com as palhaças e as vivências. A gente percebe que a relação com as que permanecem mais tempo na casa, cresce de forma potente. Normalmente começam mais tímidas, observadoras, e, em pouco tempo, o riso chega. Às vezes vira gargalhada, às vezes, lágrima. Porque a emoção também vem pelo riso. E ali é um espaço de confiança e de reverberar o sentir“, conta.

Para a palhaça, um dos maiores desafios dessas mulheres que sofreram agressão, é a sociedade. “A mulher vítima de violência passa por diversas situações de preconceito, como se entrasse numa inquisição. Por isso a grande dificuldade delas em expressar isso. Muitas vezes não têm a quem recorrer, porque a ajuda também não é tão simples. A experiência de buscar ajuda pode ser tão violenta quanto a própria violência. Todas nós sofremos. Alguma coisa tem que mudar e é para ontem”, afirma.

SERVIÇO

ZONA DE RISO

= programação de encerramento do projeto 2024 =

((AÇÕES ABERTAS AO PÚBLICO))

CRAS Vila Cemig

Oficinas de capoeira Angola

25/11, segunda – Horário: 14h30

CRAS Granja de Freitas

Oficinas de capoeira Angola

27/11, quarta – oficinas de capoeira – Horário: 14h às 16h

28/11, quinta – oficinas de capoeira – Horário: 9h às 11h

CRAS Vila Califórnia

02/12, segunda – Espetáculo Adiante – Horário: 14h
18/12, quarta – Cortejo + Espetáculo Adiante – Horário: 13h às 15h

((AÇÕES FECHADAS))

Com Intervenções de palhaçaria com periodicidades semanais ou quinzenais (a depender do espaço)

de maio a dezembro de 2022

Casa de Referência da Mulher Tina Martins (ações pontuais)

Para Elas (Ambulatório Jenny de Faria/HC/UFMG)

Casa Abrigo Sempre Viva

aKasulo, Centro de Convivência LGBTQIA+

Total de pessoas contempladas até agora desde 2022: 3.200

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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