Chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte a exposição “Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará”, um painel de mais de quarenta anos de produção fotográfica feminina na região Norte do Brasil, pelas lentes de 11 artistas da Amazônia Brasileira. A mostra ocupará as galerias do terceiro andar e o pátio do CCBB BH, de 4 de junho a 28 de julho, apresentando cerca de 170 obras – entre fotografias, fotonovelas, jornais artísticos, vídeos e áudios – que abrangem desde a década de 1980 até os dias atuais. A entrada é gratuita mediante retirada de ingresso pelo site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.

 

“Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará“, exposição do Museu das Mulheres, é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresentando trabalhos que jogam luz sobre questões de gênero e regionalismo, vistas sob a força do olhar feminino e representadas por três gerações de fotógrafas amazônicas. A mostra exibe trabalhos das precursoras das décadas de 80 e 90: Cláudia Leão, Bárbara Freire, Paula Sampaio, Walda Marques e Leila Jinkings; da geração seguinte: Evna Moura, Renata Aguiar, Nailana Thiely e Nay Jinknss, além da nova geração, estampada na arte de Deia Lima e Jacy Santos.

 

“A ideia foi trazer matizes estético-poéticos da fotografia do Pará que são pouco conhecidos nacionalmente, abordando a fotografia afetiva da visualidade feminina amazônica e a potência estilística dessas artistas”, conta a diretora artística e curadora Sissa Aneleh.

 

A exposição nasceu de um recorte da tese de doutorado de Sissa Aneleh, e é resultado de uma ampla e aprofundada pesquisa sobre o papel das mulheres na fotografia da região Norte do país. “O conceito do trabalho partiu de uma base temática e histórica, demonstrando estilos e tecendo interpretação de gêneros da fotografia, entre subjetivo e objetivo, experimental e documental, de todo esse período retratado”, explica a curadora.

 

A montagem foi feita para garantir ao público uma verdadeira imersão nas representações visuais da Amazônia, com passagem por quatro espaços que conectam os visitantes a todo o vigor da arte fotográfica tradicional e contemporânea feminina paraense. Temos o espaço dedicado à produção experimental, num trabalho em que as artistas manipulam imagens e linguagens inovadoras, criações que resultam da articulação entre o digital e o analógico. Nesse ambiente, Paula Sampaio, Walda Marques e Deia Lima flertam com novos suportes e se comunicam com o passado e o presente da fotografia. Outros espaços englobam fotografias coloridas e p&b, com diversidade, universo feminino local, afro-indígenas e quilombolas que exaltam a cultura, a religiosidade, festividades e o cotidiano amazônico. Manifestam-se nas fotografias a vida dos povos locais, os rituais, as festas e as manifestações culturais da Amazônia urbana e da floresta.

 

Uma camada imersiva e sensorial da exposição ficou guardada para o pátio do CCBB BH, onde uma oca abrigará a projeção do filme em realidade virtual MUKATU’HARY (Curandeira), com experiência em realidade expandida. Baseado em um ritual real, o curta conduz o visitante a uma aldeia indígena de paisagem milenar, para uma imersão na musicalidade e nos rituais ancestrais de cura de Maputyra Guajajara. O espectador ainda pode conferir o figurino e os objetos de cena usados no filme e apresentados no circuito da Oca.

 

Ao longo de todo o percurso da mostra, o público poderá experimentar atividades interativas, como fotos exibidas por realidade aumentada e possibilidade de selfies, vídeos e interações com as obras expostas. Uma instalação aromática, inspirada nas mulheres guerreiras indígenas Icamiabas, completa a experiência com seis composições aromáticas produzidas exclusivamente para a exposição, aproximando os visitantes dos cheiros e da história da Amazônia.

 

SOBRE A CURADORA

Sissa Aneleh é fundadora e diretora do Museu das Mulheres. Além de curadora, pesquisadora, historiadora da arte, diretora artística e gestora cultural, é doutora em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB) e mestra em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Tem mais de quinze anos de atuação em pesquisa de fotografias, artes plásticas e artes visuais.

Dirigiu e fez a curadoria de duas exposições com circulação internacional na Alemanha e 17 

exposições nacionais em museus e centros culturais.

 

SOBRE AS FOTÓGRAFAS

 

  1. Bárbara Freire: Une fotografia urbana e poética, destacando a relação entre narrativas fotográficas, audiovisuais e documentais em suas imagens, que ora estão no experimental, ora no registro da diversidade visual do Pará.

 

  1. Cláudia Leão: Especialista em fotografia experimental, lança mão de processos alquímicos de fotografia, interligando elementos diversos aos processos de revelação de negativos fotográficos e composição física de obras.

 

  1. Deia Lima: sua obra ressignifica a imagem das mulheres e apresenta a identidade visual regional na era digital.

 

  1. Evna Moura: Explora a fotografia experimental, direta e performática, utilizando processos analógicos e digitais para criar imagens que dialogam com a ancestralidade, a espiritualidade afro-amazônica e o meio ambiente urbano amazônico, além de registrar personalidades LGBTQIAP+ regionais.

 

  1. Jacy Santos: influenciada pela fotografia documental regional, suas imagens retratam o cotidiano amazônico com um olhar humanista e poético. Seu trabalho é um testemunho visual das identidades sociais e culturais da região.

 

  1. Leila Jinkings: Fotógrafa e documentarista com forte envolvimento nos movimentos sociais, sua obra é um registro da luta política e cultural da Amazônia e do Brasil.

 

  1. Nailana Thiely: Dedica-se à documentação de culturas indígenas, ribeirinhas e afrodescendentes, acrescentando um olhar intimista aos retratados, o que valoriza a narrativa.

 

  1. Nay Jinknss: Com uma abordagem decolonial e social, retrata questões de identidade, feminismo negro e mulheres representativas da cultura amazônica.

 

  1. Paula Sampaio: Reconhecida por seu trabalho no fotojornalismo e na documentação de comunidades ribeirinhas e quilombolas, retrata a resistência das populações tradicionais, as memórias urbanas de Belém e a exploração ambiental da Amazônia.

 

  1. Renata Aguiar: Doutora em Artes Visuais, investiga as relações entre corpo, território, performance fotográfica, autobiografia, ritualidade e cultura artística local, além de abordar a representatividade LGBTQIAP+ na Amazônia.

 

  1. Walda Marques: Mescla fotografia documental e arte conceitual, percorrendo a identidade, a memória e a religiosidade urbana amazônica.

 

 

 

Circuito Liberdade

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

 

 

 

SERVIÇO

Exposição “Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará” 

Data: 4 de junho a 28 de julho de 2025

Local: Pátio e Galerias do 3º Andar do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte

Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – BH/MG

 

Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 22h.

Ingressos gratuitos: disponíveis em ccbb.com.br/bh e na bilheteria física do CCBB BH.

 

Informações: (31) 3431 9400 | ccbb.com.br/bh

Instagram.com/ccbbbh | Facebook.com/ccbbbh

E-mail: ccbbbh@bb.com.br

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