Atuando para impulsionar a relação entre os equipamentos públicos e a cidade, o Museus Centro busca fortalecer os acervos, a estrutura e a equipe de cada museu e seus papéis como vozes conscientes e presentes no percurso de constituição simbólica do belorizontino. Este percurso cultural promove um diálogo contínuo entre história, moda e audiovisual, revelando quem somos como cidadãos e reforçando as raízes características de Belo Horizonte.
Os museus municipais localizados no Centro de Belo Horizonte guardam um acervo de reconhecimento e memória de Belo Horizonte, elementos que são enfatizados na programação de dezembro, que chega a público em clima de celebração com atividades gratuitas que destacam a valorização da cultura e da arte negra e periférica, assim como consolida um importante espaço de acervo e difusão do audiovisual mineiro.
O projeto Museus Centro busca fortalecer as ações artísticas, culturais e de formação realizadas por esses equipamentos municipais, com o objetivo de promover uma ampla agenda de atividades artísticas, que incluem exposições, programas educativos, publicações e programações culturais relacionadas aos museus, seus acervos e aos territórios onde estão instalados. Todas as atividades são gratuitas.
A Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca a importância do início das atividades do projeto “Museus Centro – o percurso da memória de Belo Horizonte”. “Temos enorme carinho por esses espaços que guardam um valioso acervo de reconhecimento e memória da nossa cidade, além de reforçarem seu papel como guardiões e difusores do audiovisual mineiro e da valorização da cultura, da arte negra e periférica e da moda de maneira geral. Convidamos todos a participar dessa celebração da memória, da diversidade e da arte. Que os museus continuem sendo espaços vivos de encontro, reflexão e inspiração para toda a comunidade”.
Para Bernardo Correia, Presidente da Fundação Municipal de Cultura, o projeto Museus Centro busca fortalecer as ações artísticas, culturais e educativas desses importantes equipamentos culturais, promovendo uma ampla e diversa agenda de atividades. “Com uma rica programação, que inclui exposições, programas educativos, publicações e programações culturais, a população tem acesso gratuito a atividades de lazer e de formação, altamente qualificadas, reafirmando o compromisso da Prefeitura de Belo Horizonte com a democratização do acesso à cultura”.
Exposição inédita no MHAB
A programação de dezembro traz a ocupação do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), por meio de uma exposição inédita, realizada em parceria com o MUQUIFU – Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos. Intitulada “Generosa, Felicíssima e Nicolau – Nomes sem Histórias e Histórias sem Nomes”, a ação rende um tributo a esses nomes que pertenciam a pessoas escravizadas na Fazenda do Leitão, onde hoje está instalado o MHAB, e terá abertura no dia 14 de dezembro, a partir das 17h, incluindo uma série de atividades.
Para o curador do Muquifu e coordenador do Projeto NegriCidade, Padre Mauro Luiz da Silva, “o projeto expográfico, proposto pelo Arte-Educador Cleiton Gos, nos convida a refletir sobre a desumanização do período escravocrata e a ausência de narrativas sobre as experiências dessas pessoas. É uma excelente oportunidade para compreender como o apagamento histórico impacta a memória coletiva, enquanto se celebra a força e a resistência de pessoas que, mesmo em condições adversas, deixaram marcas indeléveis na história”, conclui.
Na exposição, objetos do acervo do MHAB e do Muquifu, junto a um conjunto de bonecas e bonecos pretos do colecionador Dênio, dão representatividade à história da população negra. Cada peça exposta é mais do que um objeto, é um testemunho de vidas que resistiram ao esquecimento.
Para abrir os trabalhos, estão programados o levantamento da Bandeira de Nossa Senhora do Rosário, às 17h, pela Guarda de Marujos São Cosme e São Damião, do Morro do Papagaio, e, às 18h, acontece a inauguração de placa com a designação do nome do Auditório do MHAB em homenagem a Generosa, Felicíssima e Nicolau; em memória e tributo aos que foram escravizados e que não tiveram seus nomes marcados na história.
O público poderá ainda participar de uma visita mediada pelo Padre Mauro Luiz da Silva, responsável pela pesquisa e preservação histórica focada nos territórios negros e afro-patrimônios de Belo Horizonte e que também inspira a criação da exposição em cartaz no MHAB. O projeto busca resgatar a memória de espaços como o Largo do Rosário, que foi soterrado durante a construção da capital mineira. Este local, que abrigava uma capela e um cemitério da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, é hoje reconhecido como patrimônio cultural imaterial da cidade.
A exposição pode ser visitada gratuitamente de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h, e fica em cartaz até 29 de junho de 2025.
O Muquifu – Museus dos Quilombos e Favelas Urbanos tem como vocação garantir o reconhecimento e a salvaguarda das favelas, os verdadeiros quilombos urbanos do Brasil: lugares não apenas de sofrimento e de privações, mas, também, de memória coletiva digna de ser cuidada. A instituição reúne como acervo fotografias, objetos, imagens de festas, danças, celebrações, tradições e histórias que representam a tradição e a vida cultural dos moradores das diversas favelas e quilombos urbanos do Estado de Minas Gerais.
UMA DÉCADA DE ATUAÇÃO DO MIS BH
Consolidação é a palavra-chave que norteia os 10 anos de atividades do Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte. Localizado em um antigo casarão na avenida Álvares Cabral, no Centro da capital mineira, o espaço museal tem um acervo de mais de 90 mil itens da memória da cidade e celebra uma década de atuação.
Para marcar a data, o MIS BH lança, no dia 20 de dezembro, às 19h, a publicação de um catálogo de registro do acervo tridimensional que celebra a concretização de uma década da transição do que antes era o Centro de Referência Audiovisual para se tornar o Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte.
O catálogo faz referência ao acervo tridimensional do MIS BH, que inclui câmeras, microfones, gravadores, aparelhos de som e diversos outros equipamentos e materiais que remontam à história do audiovisual na capital mineira. Além disso, reúne textos de estudiosos e especialistas sobre a missão do espaço de preservar, guardar e difundir esse acervo tão raro e especial.
“O MIS BH possui a nobre missão de preservar, guardar e difundir as produções audiovisuais criadas na capital mineira. Ao longo da última década, o Museu se consolidou como um espaço essencial para a preservação da memória audiovisual, abrigando um vasto acervo. O catálogo é uma entrega que celebra 10 anos do museu e representa a união de esforços e competências de dezenas de profissionais que atuaram na instituição desde sua formação”, afirma Isabela Guerra, diretora de Museus da FMC.
Para manter o clima de nostalgia, o evento contará com discotecagem de vinil, com o DJ Thomás Amaral e a entrada é gratuita.
Sobre o Viaduto das Artes
Localizado sob um viaduto na regional Barreiro, em Belo Horizonte, o espaço cultural Viaduto das Artes foi idealizado pelo escultor mineiro Leandro Gabriel, onde, há quase 20 anos, o artista e o próprio local se tornaram precursores na ampliação do acesso à arte e à cultura na comunidade.
Gerido por uma Organização da Sociedade Civil (OSC) formada por artistas e profissionais diversos, o espaço atua para manter vivas e acessíveis expressões artísticas e culturais, em consonância com seu propósito de promover mudanças por meio da reabilitação de espaços e condições inicialmente degradadas. Dessa forma, o Viaduto das Artes não só realiza atividades locais, mas também amplia sua atuação para outros espaços, compartilhando sua expertise em gestão e execução de projetos desenvolvidos em parceria com o poder público.
Sobre os Museus
O Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO), inaugurado em 2016, surgiu como uma evolução do Centro de Referência da Moda, tornando-se, então, o primeiro museu público de moda do Brasil e importante marco para o reconhecimento da moda como bem cultural da capital. Os espaços da instituição são entendidos para além de exposições, encontrando-se também abertos para criação, fruição e experimentação.
O Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte (MIS BH) tem a missão de garantir o acesso aos acervos audiovisuais representativos da produção local, trabalhando na perspectiva de sua preservação, englobando a catalogação, tratamento, guarda, pesquisa e divulgação. A instituição conjuga suas atividades de conservação com projetos destinados ao acesso e difusão do acervo, como ações de educação patrimonial, pesquisas agendadas, mostras de filmes, exposições e oficinas de preservação fílmica.
O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), foi inaugurado como museu da cidade em 1943, e dedica-se à história, à pesquisa, à produção e à difusão do conhecimento sobre Belo Horizonte. Situado no bairro Cidade Jardim, seu conjunto arquitetônico compreende o casarão secular, sede da antiga Fazenda do Leitão, construído em 1883, o edifício-sede, inaugurado em dezembro de 1998, o palco ao ar livre e os jardins concebidos como local de educação e lazer. Na área externa, estão em exposição permanente os acervos de grande porte, como o bonde elétrico, a locomotiva a vapor, o coche, carro de boi, entre outros.