quinta-feira, novembro 21, 2024
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Estudantes mineiros somam mais de 15 mil horas de atuação em projetos sociais, em 2023

Colégio Santo Agostinho foi uma das primeiras instituições em Minas Gerais a acrescentar o voluntariado como parte do currículo escolar

Não há idade para ser um voluntário. Prova disso é a estudante Luísa Wandermurem das Neves, aluna do 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, que aos 11 anos passou a fazer parte do programa de voluntariado da instituição. Para ela, ser parte do projeto é extremamente importante para a sua formação como ser humano. Luísa participa de um projeto voltado para visitas a lares de idosos.

“Nas visitas a gente aprende muito sobre estar presente. A gente escuta, aprende a ouvir, a conversar e até mesmo a dançar, cantar e brincar para levar alegria a eles.  Eu gosto de fazer parte do voluntariado porque ele me ajuda a ser quem eu sou. Já faz parte de mim, já faz parte de tudo que acontece na minha formação, como pessoa, como estudante. Aprendemos muito a valorizar os pequenos momentos. É uma sensação excepcional. Só vindo para descobrir”, conta.

No Colégio Santo Agostinho, a responsabilidade social e a empatia são valores que estão presentes na formação das crianças e adolescentes. Os estudantes da instituição têm dado um show de solidariedade. Neste ano, eles já somam 15.642 horas de atuação em projetos sociais. São quase 800 alunos voluntários espalhados pelas unidades Belo Horizonte, Gutierrez, Nova Lima, Contagem e na Escola Profissionalizante Santo Agostinho (EPSA).

Jonathan Félix, coordenador Institucional de Pastoralidade da Rede Lius Agostinianos – responsável pelo Colégio Santo Agostinho e escolas sociais agostinianas –, conta que a instituição busca inserir os estudantes em diferentes realidades sociais: comunidades periféricas, instituições de cuidado a crianças e idosos, projetos socioambientais, coletas solidárias, campanhas de mobilização, para, a partir daí, transformá-las. “Oferecemos uma jornada para transformar as pessoas que vão transformar o mundo. Essa diversidade de experiências nos faz entender o serviço voluntário como uma forma de educar para a participação cidadã na sociedade. Queremos que a partir desse conhecimento sobre a realidade do entorno em que estão inseridos, considerando o país, a cidade e o bairro, eles possam ser sensibilizados para ajudar a transformar vidas”, destaca.

O Colégio foi uma das primeiras instituições de ensino em Minas Gerais a acrescentar o voluntariado como parte do currículo escolar e as horas de atividades são registradas no histórico dos alunos. O programa de voluntariado tem um espaço estratégico e hoje conta com uma área institucional de Cidadania e Solidariedade com o foco no protagonismo por meio de uma formação integral (integrada, crítica e criativa), na realidade. Todo início de ano é feita a convocação de novos voluntários. Os pais são informados sobre a iniciativa e os programas desde a chegada ao Colégio. Em fevereiro, é feita a divulgação das inscrições para os interessados em fazer parte do programa e os trabalhos começam no mês de março. Podem se inscrever alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental.

Atualmente, o Programa de voluntariado da Rede Lius atende a 21 instituições sociais. “Envolvemos os estudantes na construção de projetos específicos para cada uma dessas instituições para que eles possam construir uma relação com elas. Buscamos as pessoas que mais precisam da nossa ajuda humana. Escolhemos instituições de atendimento a crianças, idosos, bairros em situação de vulnerabilidade, entre outros. A contribuição efetiva para as realidades locais, demandam diálogo com os sujeitos e as organizações que estão ali e que, portanto, têm elementos empíricos para indicar as ações mais necessárias”, conta.

O programa de voluntariado do Colégio Santo Agostinho é conectado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas, que são ligados a três eixos de atuação: educação, ecologia integral e territorialidade. “A territorialidade é muito importante, pois alguns alunos, antes de ter o contato com o voluntariado, não tinham o conhecimento do território em que vivem e os espaços que transitam. Por isso, o Voluntariado Agostiniano busca desenvolver nos sujeitos a capacidade de olhar, com empatia e acolhida, a realidade que os cerca: sua rua, seu bairro, sua cidade. Buscamos gerar conexões entre pessoas, grupos e instituições para favorecer a transformação da sociedade. A imersão no território, com postura aberta e dialógica, nos conecta com os sujeitos, as organizações locais e o trabalho que prestam à sociedade.”, destaca.

Voluntariado aumenta os laços relacionais

Para Jonathan Félix, como escola católica agostiniana, o Colégio tem a missão da solidariedade e do trabalho voluntário alicerçados. Ele reforça que a família também tem um papel primordial e são um instrumento de inspiração para os estudantes. “Muitos pais abraçam as iniciativas e isso deixa o trabalho muito mais significativo para as crianças e adolescentes. Nossos estudantes são muito engajados. Assim que passam a conhecer a importância do trabalho que executam e como estão ajudando a transformar vidas e a realidade do ambiente em que estão inseridos, eles querem ajudar mais e mais. Eles ficam ansiosos para saber quando serão as próximas ações”, enfatiza.

O Colégio tem ações que acontecem semanalmente, quinzenalmente, mensalmente, mas, a maioria, ocorre semanalmente. Um dos projetos que estão em andamento é o “Segue o Fluxo”, criado para combater a pobreza menstrual. Os alunos arrecadam absorventes higiênicos para serem doados a pessoas em situação de vulnerabilidade e também para escolas públicas.

Outro projeto emocionante é o “Novos Laços”, direcionado às crianças e adolescentes acolhidos em instituições. São jovens que passaram por alguma situação de vulnerabilidade, maus-tratos, abandono, violência física ou outra situação que viole a garantia de proteção e dignidade. Os voluntários fazem visitas recorrentes e ações para levar apoio, afeto, carinho e amizade.  A próxima que está agendada é uma piscinada, no qual o Colégio vai abrir as portas para receber esses adolescentes para um dia de alegria, sol, piscina e diversão. São estratégias de convivência e interação que mudam a vida de todos os envolvidos.

A estudante Fernanda Lott Gonçalves, do 2º ano do Ensino Médio da Unidade Belo Horizonte do Colégio Santo Agostinho, faz parte do projeto Novos Laços. Ela iniciou no voluntariado da instituição aos 15 anos. “Ser voluntário é uma coisa maravilhosa na minha vida.  Eu me sinto importante fazendo parte de algo maior, que pode mudar  a vida de alguém e deixá-la mais feliz”, conta.

Fernanda relata que quando planeja as ações, sempre pensa no impacto que elas terão na vida dos assistidos. “Participar do projeto me ajudou a sair da minha bolha. Conhecer pessoas novas, com diferentes realidades e vivências também desfaz os pré-julgamentos , afinal você passa a ver o mundo com outros olhos.  Em cada ação, me sinto feliz e realizada e espero muito que eles se sintam assim, sempre que a gente se encontra. Nem sinto que estou fazendo um trabalho  voluntário, mas, sim, que faço parte de um grupo de amigos”, destaca.

Marco Henrique Silva, diretor de Ação Social e Pastoralidade da Rede Lius Agostinianos, destaca que a justiça social, a fraternidade e o engajamento para transformar o mundo são compromissos dos freis agostinianos. “Além das ações de voluntariado nas unidades do Colégio e nas paróquias agostinianas, por meio da Rede Lius, os freis são mantenedores de escolas sociais criadas com o objetivo de acolher, gerar oportunidades e transformar vidas. Para cada 5 alunos pagantes nas unidades do Colégio Santo Agostinho, há 1 aluno sendo acolhido em nossas unidades sociais”, ressalta.

Ele acrescenta que “a desigualdade social é um problema nosso, não é um problema só do outro. Se eu não me comprometo como cidadão,  isso afeta a todos nós. Trazer essa noção para os estudantes, de mudar o mundo através do olhar, os dará uma noção ampla de cidadania planetária e de comprometimento de vida para o coletivo”, finaliza.

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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