Um convite para o público de todas as idades, a peça propõe reflexão sobre diferenças, respeito e diversidade.
Crédito das fotos: Christina Amaral e João Julio Mello
O Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte é palco, até 20 de novembro, do espetáculo infantojuvenil: AZUL, da premiada Artesanal Cia. de Teatro, com direção de Henrique Gonçalves e Gustavo Bicalho, que assina também o texto e dramaturgia ao lado de Andrea Batitucci. A peça é uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença e poderá ser vista sextas e segundas às 19h, sábados e domingos às 16h. A entrada é acessível: ingressos a R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), disponíveis no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB.
A narrativa é transmitida através dos olhos de Violeta, uma menina de quatro anos, que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família. Entre os ciúmes e a aceitação de um irmão tão diferente, Violeta descobre que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos. Afinal, o amor entre os irmãos é maior do que qualquer diferença que possa existir entre eles.
O espetáculo é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, com uso de bonecos e máscaras executados pelo artista visual Dante. A trilha sonora traz marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista, agindo como mais um elemento narrativo da cena e oferecendo ao público um espetáculo lúdico e engraçado, que vai emocionar as pessoas de todas as idades. “A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Gustavo, que também é responsável pela trilha sonora.
Apesar de não lidar diretamente com a questão do TEA (Transtorno do Espectro Autista), a peça aborda o tema através das percepções de Violeta, que tenta não só compreender o universo do irmão, como busca maneiras de interagir com ele. De forma leve, lírica e bastante incomum, o texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular. “O primeiro sentimento é o de ciúmes e depois vem a competição, que, pouco a pouco, vão sendo substituídos pela relação de afeto e confiança. Com isso, temos uma história familiar que se desenvolve dentro de uma dinâmica muito parecida com toda e qualquer família, que tem mais de um filho”, diz Henrique Gonçalves.
“Há uma questão na peça que nos é colocada de forma bastante sutil, mas Azul não é o irmão que Violeta esperava ganhar. A família precisa descobrir formas de se comunicar com o menino. Logicamente, o TEA é um espectro muito amplo e não temos como abordar todas as questões relativas a isto. Azul (o irmão) está no espectro autista e tem o seu jeito de ser”, avalia o diretor e autor Gustavo Bicalho.
Para construir o personagem, a Artesanal Cia. de Teatro contou com a Consultoria para Acessibilidade e Inclusão de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica e sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade. “A família é parte indissociável da vida, nela construímos afetos, construções, aprendemos comportamentos e partilhamos momentos que irão fazer parte do nosso entendimento sobre nós mesmo enquanto indivíduos e enquanto grupo com o qual nos identificamos”, reflete. “Azul” terá uma sessão com acessibilidade em Libras seguida por bate-papo no dia 10 de novembro.
Os atores também têm experiência em aulas para crianças dentro do espectro autista, e todo o processo do ensaio trouxe um momento de conversas e troca de experiências. Segundo a equipe, esta produção está sendo um processo bem rico de aprendizado sobre o tema.
Ao término da temporada no CCBB Belo Horizonte, o espetáculo, que estreou no CCBB Rio e já passou pelo CCBB Brasília, finalizará o circuito no CCBB São Paulo.
Ficha Técnica:
Texto e Dramaturgia: Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho
Elenco: Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira
Locução Rádio: Cleiton Rasga
Direção Artística: Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves
Concepção, Criação e Confecção de Bonecos e Máscaras: Dante
Direção de Movimento dos Atores e Preparação Corporal: Paulo Mazzoni
Direção de Movimento dos Bonecos e Preparação Técnica Máscara Teatral: Marise Nogueira
Preparação Vocal: Verônica Machado
Figurinos e Adereços: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves
Cenário, Objetos, Adereços de Cena e Baleia: Karlla de Luca
Cenotécnico: Antônio Ronaldo
Direção de Palco: Alexandre Scaldini
Desenho de Luz: Rodrigo Belay
Operação de Luz: Poliana Pinheiro
Trilha Musical: Gustavo Bicalho
Desenho de Som: Luciano Siqueira
Operação de Som: Pedro Quintaes
Projeto Gráfico: Dante
Assessoria de Imprensa: Luciana d’Anunciação
Coordenação de Comunicação: Alexandre Aquino
Mídias Sociais: Tatá Oliveira
RP: Evandro Rius
Fotografia: Christina Amaral e João Julio Mello
Consultoria para Acessibilidade e Inclusão: Cris Muñoz
Assistência de Produção: Bruno Oliveira e Edeilton Medeiros
Produção: Marta Paiva
Direção de Produção: Henrique Gonçalves
Idealização: Artesanal Cia. de Teatro
Realização Centro Cultural Banco do Brasil
Patrocínio Banco do Brasil
Circuito Liberdade
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
SERVIÇO
Azul – Espetáculo da Artesanal Cia. de Teatro
Temporada: 20 de outubro a 20 de novembro de 2023
Sextas e segundas às 19h, sábados e domingos às 16h
Sessão em Libras, seguida por bate-papo, no dia 10 de novembro
Classificação indicativa: Livre (recomendado a partir dos 5 anos)
Duração: 70 minutos
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – Teatro II Capacidade: 80 lugares
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência [e acompanhante, quando indispensável para locomoção], adultos maiores de 60 anos e clientes BB), à venda no site bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Belo Horizonte.
Funcionamento – de quarta a segunda, das 10h às 22h
Telefone: (31) 3431-9400
E-mail: ccbbbh@bb.com.br
Site: bb.com.br/cultura
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