A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, mostra que o endividamento das famílias belo-horizontinas teve redução de 0,6 ponto percentual em relação ao mês de novembro, chegando a 91,1% em dezembro. Já o número de consumidores com contas em atraso teve uma redução de 0,7 ponto percentual chegando a 52,6% do total. O número dos que não terão condições de quitar suas dívidas somou 9,9% e representa aumento de 0,4 ponto em relação a novembro.
A PEIC traça o quadro de endividamento e inadimplência dos consumidores da capital mineira. O endividamento é um indicador que mostra o quanto os consumidores estão se comprometendo com financiamento de imóveis, carros, empréstimos e cartão de crédito, entre outros. O índice de inadimplência retrata o percentual de consumidores que possuem dívidas e estão com elas atrasadas.
A pesquisa mostra que 42,5% dos consumidores de Belo Horizonte consideram-se pouco endividados. O principal compromisso financeiro assumido é o cartão de crédito. Em dezembro, 90,1% se comprometeram nesta modalidade.
O índice de inadimplência é 16,3% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (54,8%) do que em famílias com salários maiores (38,5%).
Dos endividados, 42,1% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso. O percentual de famílias que acreditam que não terão condições de quitar as dívidas em atraso tem maior participação daquelas com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (11,2%) em relação às de maior salário (3,4%).
Considerando os indivíduos com dívidas atrasadas, 18,9% entendem que não terão condições de honrar, no próximo mês, com os compromissos adquiridos. Entre as famílias com contas pendentes, 24,3% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias.
A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 50,9 dias. Para 68,2% das famílias, os compromissos financeiros se estenderão por tempo igual ou superior a 90 dias. O tempo médio de comprometimento de renda é de 6,4 meses. Em média, as dívidas comprometem 28,1% do orçamento do mês.
Olhar Econômico – por Stefan D’Amato – Economista Chefe da Fecomércio MG
O endividamento em Belo Horizonte registrou uma redução pelo sexto mês consecutivo, apesar de persistir em níveis elevados, atingindo 91,1% da população. Essa trajetória decrescente é, no entanto, mitigada pela significativa dependência do crédito para despesas cotidianas, como as compras mensais. Notavelmente, observa-se uma mudança no padrão de pagamento, com os carnês ascendendo desde fevereiro como a segunda modalidade mais prevalente, especialmente entre as famílias com renda até 10 salários-mínimos, em meio ao aumento da inadimplência.
É essencial ressaltar que a porção de consumidores com dificuldades financeiras diminuiu consideravelmente, atingindo apenas 9,9% da população, a segunda menor taxa já registrada. Apesar do aumento modesto de 0,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior, esse dado indica uma perspectiva positiva em relação à capacidade de pagamento dos consumidores. Isso reflete uma melhoria significativa em sua estabilidade financeira, quando consideramos o período desde o início do ano anterior.
Em um contexto de fortalecimento econômico, evidencia-se uma influência positiva na diminuição da porção da renda destinada ao serviço da dívida. Essa tendência benéfica é possivelmente atribuída ao aquecimento no mercado de trabalho e ao subsequente aumento nos ganhos dos trabalhadores.
A redução no número de indivíduos endividados reflete não apenas uma melhoria nas condições econômicas, mas também um aumento significativo na capacidade de pagamento da população. Nesse contexto, o comprometimento médio do orçamento mensal apresentou uma leve queda, atingindo a marca de 28,1%, o que representa uma redução de 0,1 pontos percentuais com respeito ao mês anterior. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, esse valor está 3,5 pontos percentuais abaixo, indicando uma expressiva diminuição na proporção da renda destinada ao serviço da dívida.
Essa queda no comprometimento financeiro evidencia não apenas uma maior disponibilidade de recursos para o consumo imediato, mas também facilita o cumprimento de compromissos já existentes. A gestão mais eficiente da renda contribui para um panorama econômico mais saudável, estimulando a estabilidade financeira e o potencial crescimento econômico.
Contudo, é importante ressaltar que, com a proximidade do final do ano e as demandas financeiras associadas às despesas de início de ano, como impostos e matrículas escolares, as famílias devem manter uma vigilância rigorosa sobre seu controle financeiro. Isso garantirá que o consumo através do crédito não se torne um entrave no período subsequente, assegurando uma transição financeira mais suave para o novo ano.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.
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