Mais da metade da população brasileira – 56% – pratica ou já praticou ações voluntárias no país, segundo dados de pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS) realizada em 2021. Naquele ano, voluntários dedicaram 12 bilhões de horas a atividades que tiveram o intuito de ajudar alguém, o que significa dizer que cada uma dessas pessoas doou, em tempo, o equivalente a 12 partidas de futebol.
Com números como esses, não dá para dizer que o povo brasileiro não é solidário. Ao contrário, o país alçou à posição de 18ª nação em que mais se doou dinheiro ou ajuda a desconhecidos em 2022, conforme o World Giving Index 2022. Os números não são propriamente novos, mas merecem ser relembrados, segundo o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, na data em que se comemora o Dia Nacional do Voluntário, 28 de agosto.
Indicadores que caracterizam a solidariedade brasileira são importantes para a entidade, que representa o setor cooperativista em Minas Gerais. É que a Ocemg é idealizadora do maior movimento cooperativista de voluntariado brasileiro, o Dia de Cooperar (Dia C), que já contabiliza mais de 14 milhões de pessoas beneficiadas no Estado e mais de 26 milhões em todo o país. Celebrado em 1º de julho deste ano, e pela 15ª edição consecutiva, o movimento tem o objetivo de estimular as cooperativas a apoiar ou realizar ações sociais voluntárias voluntariado, não apenas na data, mas ao longo de todo o ano. “O Dia C, assim como outras iniciativas do Sistema Ocemg, demonstra o nosso compromisso com o sétimo princípio cooperativista, que é o ‘interesse pela comunidade’”, afirma Scucato.
O estímulo ao voluntariado pela entidade também atende ao propósito de incorporar os pilares do ESG (Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança) nas cooperativas, uma vez que constitui uma prática de responsabilidade social e ambiental dessas organizações. “O voluntariado é um criador de capital social para as cooperativas e para as pessoas, tendo o poder de transformar realidades e melhorar a vida de quem o pratica e das comunidades que ele beneficia”, avalia o dirigente.
E se faz parte da natureza desse modelo de negócios, que tem sua essência na colaboração, o voluntariado está intrínseco também em outras ações do Sistema Ocemg. As atividades que a entidade desenvolve na área da educação, por exemplo – entre elas o Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC) –, estão em linha com a adoção e o desenvolvimento de boas práticas de sustentabilidade nas cooperativas.
Exemplo nas coop – Em Caratinga, o Sicoob Credcooper desenvolve o programa Nascente Viva, cujo objetivo é estimular o engajamento de voluntários em ações de preservação dos recursos hídricos.
A ideia surgiu como forma de combater o problema da seca e da falta de água na região. Desde que foi criado, em 2016, a iniciativa já proporcionou a recuperação de 41 nascentes, beneficiando as comunidades do entorno e a economia local, pelo incentivo a uma agricultura sustentável. O foco principal é restabelecer as nascentes do Ribeirão do Lage, principal manancial da cidade.
A mesma cooperativa está engajada também com o Programa Revitalizar, relacionado à coleta seletiva, ao plantio de árvores e à utilização de fontes renováveis de energia.
Por essas e por outras, o Dia Nacional do Voluntário não pode passar sem memória.