quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Desimportâncias – novo espetáculo da Insensata Cia de Teatro entra em cartaz no dia 25 de novembro e segue até 3 de dezembro no Teatro Marília

Nova peça integra a programação da FeNAPI  – Arte Entre Infâncias

 

Desimportâncias, novo espetáculo da Insensata Cia de Teatro, entra em cartaz no dia 25 de novembro e segue até o dia 3 de dezembro, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia).  O novo trabalho é composto por objetos, jogos, textos e narrativas que buscam questionar as normas vigentes. O espetáculo é uma criação colaborativa que se dá a partir da leitura da obra de Manoel de Barros e outras provocações poéticas através das quais os artistas criadores acessaram suas memórias pessoais e levam para a cena em relação com o público a partir da ideia dos dispositivos e antidispositivos cênicos.

Ingressos: R$15 (inteira) e R$7,50 (meia-entrada), com venda pelo Sympla ou na bilheteria do Teatro a partir de 2 horas de antecedência

O espetáculo contará também com apresentações nas escolas nos dias 30/11 e 01/12.

 

Pesquisa e construção para as infâncias

Para verticalizar sua pesquisa dedicada ao “Teatro entre Infâncias”, a Insensata Cia de Teatro se propõe a investigar a criação e proposição de contradispositivos cênicos para quebrar hierarquias e borrar as fronteiras nas relações adulto-criança e artista-público, no sentido do que propõe a estética relacional. 

 

Em seus processos criativos, a Insensata Cia de Teatro percorreu um caminho de progressiva valorização do protagonismo do público e sua criação autoral, abrindo espaços para novas dramaturgias dedicadas às infâncias, que valorizam a participação e coautoria das crianças e adultos presentes no acontecimento teatral. 

 

Neste processo de montagem, o objetivo é proporcionar a verticalização desta pesquisa por meio da criação de contradispositivos cênicos capazes de provocar a participação ativa do público, quebrando hierarquias e borrando as fronteiras adulto-criança e artista-público, no sentido de criar uma atmosfera relacional e convivial de modo a abrir brechas para a elaboração coletiva da obra.  

 

Para tanto, o universo poético de Manoel de Barros servirá como elemento disparador do processo criativo. Conhecido por ser “o poeta que só teve infâncias”, o autor corrobora para uma visão psicanalítica da permanência da infância no sujeito, que abre a possibilidade de pluralização da ideia de infâncias para além do tempo cronológico de ser criança, levando a uma criação voltada para o público de todas as idades.

 

O contato com a obra de Manoel de Barros delineará a atmosfera de onde irão emergir as memórias pessoais dos artistas criadores, que se tornarão material para a elaboração dos contradispositivos cênicos a serem experimentados durante o processo de criação. Manoel de Barros, em sua poesia, escolhe olhar para o chão e para as “coisas desimportantes” que lá observa.

 

Dou respeito às coisas desimportantes

E aos seres desimportantes

Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo.

(Manoel de Barros. Trecho de “O Apanhador de Desperdícios”)

A metodologia desenvolvida para a criação de Desimportâncias seguiu a lógica dos processos de criação anteriores realizados pela Insensata Cia de Teatro onde o texto escolhido funciona como elemento disparador das memórias dos artistas criadores  e algumas memórias selecionadas são improvisadas,  ficcionalizadas e postas em cena. A  dramaturgia autoral é criada em processo. Nessa etapa, foram desenvolvidos e experimentados os dispositivos cênicos a serem utilizados.

Nesse processo de criação colaborativa, foi a partir da leitura da obra de Manoel de Barros e outras provocações poéticas que os artistas criadores acessaram suas memórias pessoais e levaram para a cena em relação com o público a partir da ideia dos contradispositivos cênicos.  

 

A partir da pesquisa com os contradispositivos cênicos, nossa criação buscou pensar a dramaturgia como um “campo expandido”. Nessa vertente, a dramaturgia deixa de ser concebida somente como produção textual – ou produção de dramas, em seu sentido mais estrito – para remeter à própria costura de sentidos em uma criação teatral. Tal perspectiva está sintetizada pelo pesquisador José Antonio Sánchez, em seu artigo “Dramaturgia no campo expandido”:

 

“Isso é dramaturgia: uma interrogação sobre a relação entre o teatral (o espetáculo / o público), a atuação (que implica o ator e o espectador como indivíduos) e o drama (a ação que constrói o discurso)”.

 

Nessa perspectiva, são os próprios contradispositivos cênicos encontrados durante o processo criativo que servirão como construtores dos sentidos da cena, em uma forma dramatúrgica que depende da participação do público para se completar. Na direção do que propõe a estética relacional, Desimportâncias propõe a criação de uma atmosfera relacional onde o artista surge mais como um provocador e facilitador de um ambiente que visa abrir espaços para a escuta do público e a convivência entre as pessoas presentes no acontecimento teatral.

 

Neste processo de criação colaborativa, a Insensata Cia de Teatro contou com a orientação teórica e artística de Júlia Guimarães Mendes para a elaboração do dramaturgismo deste trabalho e com a poesia de Manoel de Barros como elemento disparador deste processo de criação autoral. Daniel Ducato assina a criação de cenografia e figurinos e Tainá Rosa a criação de luz. Brenda Campos, Cláudio Márcio, Dário Marques e Keu Freire assinam coletivamente as funções de direção, atuação e trilha sonora.

 

 

SINOPSE:

Em “Desimportâncias”, as memórias despertadas pela poesia de Manoel de Barros se concretizam em quatro instalações cênicas que provocam relações inventivas entre infâncias. Uma bateria no fundo do quintal faz as latas chegarem ao estágio de poesiaSementes, se jogadas ao chão, podem até fazer uma cidade ganhar um desnome. 

 Com um pedido de passarinho, um menino avoado virou goiabeira E se pássaros, aviões e insetos desgovernados tropicarem numa menina desavisada?

 

SERVIÇO:

Novas Dramaturgias Em Cena | Espetáculo Infantil -|Desimportâncias

Período: 25 de novembro a 3 dezembro, apenas sábados e domingos

Horário: 16h

30/11 e 01/12 – apresentações para escolas

Ingressos: R$15 (inteira) e R$7,50 (meia-entrada), com venda pelo Sympla ou na bilheteria do Teatro a partir de 2 horas de antecedência

Local: Teatro Marília – Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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