A companhia brasileira de teatro chega em agosto ao Teatro SESIMINAS em BH para apresentar dois espetáculos: Sem Palavras, sua última criação com texto e direção de Marcio Abreu; e Descartes com lentes, um solo de Nadja Naira com texto de Paulo Leminski e direção de Marcio Abreu. A programação é uma realização do SESI, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Ministério da Cultura e patrocínio da Cedro Mineração.
Novo espetáculo da companhia brasileira de teatro, Sem Palavras, propõe uma reinvenção da linguagem cênica para contar histórias de diversos corpos. A peça, com texto e direção de Marcio Abreu, tem sua dramaturgia pensada como um livro de crônicas individuais, nas quais os personagens dialogam com questões urgentes do real, revelando suas transições e transformações. Estará em cartaz nos dias 3 e 4 de agosto, às 20h no Teatro SESIMINAS. Ingressos a R$ 50 (inteira), no setor 1, e a R$ 40 (inteira), nos setores 2 e 3, na Sympla e na bilheteria do teatro.
Já o exercício cênico Descartes com Lentes, criado em 2009, traz à cena um texto do escritor Paulo Leminski, no qual ele imagina uma hipotética vinda do filósofo francês René Descartes ao Brasil a convite do conde Maurício de Nassau. Interpretado por Nadja Naira e dirigido por Marcio Abreu, o espetáculo terá duas sessões no Teatro de Bolso SESIMINAS nos dias 5 (às 20h) e 6 de agosto (às 19h). Ingressos a R$ 30 (inteira), na Sympla e na bilheteria do teatro.
Cena de Sem Palavras, novo espetáculo da cia brasileira de teatro –
Foto Nana Moraes
Sem Palavras
O novo espetáculo da companhia brasileira de teatro tem direção e texto de Marcio Abreu. Com música ao vivo executada por Felipe Storino, Sem Palavras tem em seu elenco Fábio Osório Monteiro, Giovana Soar, Kauê Persona, Kenia Dias, Key Sawao, Rafael Bacelar, Viní Ventanía Xtravaganza e Vitória Jovem Xtravaganza.
Sobre a dramaturgia, Marcio Abreu a localiza no tempo e espaço: “o texto de Sem Palavras foi escrito em um processo bastante singular, que foi atravessado por essa pandemia e pelo distanciamento da sala de ensaio. Essa experiência influencia bastante na linguagem do espetáculo e eu quis que isso acontecesse, assim o texto tem essa relação com o real. Ele responde também às condições do mundo e do país e é um gesto artístico de reação a tudo isso”, diz Marcio Abreu.
Sem Palavras flagra os deslocamentos e travessias que ocorrem durante um dia ao redor de um apartamento. Oito pessoas de diferentes corpos, imagens sociais, referências, histórias de vida e mundos imaginados passam por ali e são a base para reflexões sobre a palavra e também sua ausência, já que o espetáculo aposta em visualidades que comunicam ao público sem uso da linguagem textual. São múltiplas personalidades que podem (ou não) habitar um mesmo espaço, um mesmo corpo.
A criação do Sem Palavras evidencia um tempo em que as palavras não dão mais conta, quando elas são insuficientes para refletir os acontecimentos em sua velocidade desmedida, quando reivindicam sua dimensão política e poética, quando querem reverberar não como lugar de poder, mas como corpo íntegro e permeável na sociedade, quando querem ativar a escuta e conviver com outras palavras, com outros corpos.
“Fica evidente que a história do Brasil é criada também pelas palavras que não foram ditas ou que não são escutadas. A língua é um lugar que se habita, a linguagem é um território de existência. Entender um Brasil como um país formado por muitas histórias que não foram contadas mostra como reivindicar a palavra é algo urgente”, diz Marcio Abreu. Para ele, um dos maiores desafios impostos pela peça foi contextualizá-la neste lugar em que as cenas faladas e as sem palavras tivessem impacto e uma pesquisa dramatúrgica ampla. “Fazer essa separação de texto e dramaturgia foi muito importante no nosso processo. Trata-se de uma escolha ética, estética e política”, completa.
A atual montagem, junto com PROJETO BRASIL e PRETO, compõe uma espécie de trilogia feita pela companhia para refletir territórios em que palavra e corpo são elementos indissociáveis, que usam da dinâmica da interação entre linguagens diversas e abordam temas ligados aos pensamentos decoloniais e às urgentes e vertiginosas transformações das sociedades contemporâneas.
Trajetória
Sem Palavras fez uma temporada de 20 sessões no Sesc Pompeia, em SP, 2 sessões na Ocupação Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, do Sesc SP, 4 sessões no Itaú Cultural em SP, 2 sessões no Festival Cena Contemporânea em Brasília/DF, 02 sessão no Festival de Teatro de Curitiba, 06 ensaios abertos no Teatro Oi Futuro e 12 sessões no Teatro Firjan SESI Centro, ambos no Rio de Janeiro/RJ. Antes, a peça esteve em turnê na França (no Thèâtre Bernard-Marie Koltès pelo PASSAGES TransFestival, em Metz, e no Parvis Saint-Jean pelo CDN Dijon Bourgogne, em Dijon) e na Alemanha (no Künstlerhaus Mousonturm, em Frankfurt); e realizou uma série de atividades online e presenciais de seu processo no Centro Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro.
Por Sem Palavras, Marcio Abreu e Nadja Naira ganharam os Prêmio Shell e APTR de Teatro 2023 de Melhor Dramaturgia. A obra ainda foi indicada às seguintes categorias: Prêmio Shell – Melhor Direção (Marcio Abreu), Melhor Atriz (Vini Ventania Xtravaganza e Vitória Jovem Xtravaganza), Melhor Ator (Fábio Osório Monteiro); Prêmio APTR – Melhor Direção (Marcio Abreu), Melhor Direção de Movimento (Kenia Dias) e Melhor Espetáculo. A peça está indicada ao Prêmio Cesgranrio de Teatro 2023 (resultados em julho) de Melhor Texto e Melhor Direção (Marcio Abreu), Melhor Espetáculo, Melhor Elenco e Prêmio Especial pela Direção de Movimento (Kenia Dias).
SINOPSE
Sem Palavras
A partir de corpos diversos, Sem Palavras propõe uma reinvenção da linguagem – misturando teatro, dança, música e performance – para dar conta dos velozes acontecimentos contemporâneos, com histórias de amor, de violência, de consumo, de corpos em transição, entre outros.
SERVIÇO
Sem Palavras
Teatro SESIMINAS (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG)
Dias 3 e 4 de agosto de 2023
Quinta e sexta-feira, às 20h
Ingressos pela Sympla ou na bilheteria do teatro:
Setor 1 e 2: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Setor 3: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Classificação indicativa: 18 anos.
Duração: 110 minutos
Não será permitida a entrada após o início do espetáculo.
Assista ao documentário “Travessias” de Clara Cavour e Marcio Abreu sobre a criação do espetáculo em: https://www.youtube.com/watch?v=BW8Tbsf6FUA&t=1163s
Assista ao documentário “Antes de Tudo” da companhia brasileira de teatro sobre o processo de criação dos 3 espetáculos: Projeto bRASIL, PRETO e Sem Palavras:
https://www.youtube.com/watch?v=OG2czAhxctM&t=151s
FICHA TÉCNICA
Sem Palavras
Direção e Texto: Marcio Abreu
Dramaturgia: Marcio Abreu e Nadja Naira
Elenco: Fábio Osório Monteiro, Giovana Soar, Kauê Persona, Kenia Dias, Key Sawao, Rafael Bacelar, Viní Ventania Xtravaganza e Vitória Jovem Xtravaganza
Direção de produção e administração: José Maria e Cássia Damasceno
Iluminação e assistência de direção: Nadja Naira
Direção Musical e Trilha Sonora Original: Felipe Storino
Direção de Movimento: Kenia Dias
Cenografia: Marcelo Alvarenga | Play Arquitetura
Figurinos: Luiz Cláudio Silva| Apartamento 03
Co-Produção no RJ: Miriam Juvino e Valéria Luna
Vídeos | instalação “Antes de tudo”: Batman Zavareze
Captação e edição dos vídeos | instalação “Antes de tudo”: João Oliveira
Fotos: Nana Moraes
Programação visual: Pablito Kucarz
Captação de imagens do espetáculo: Clara Cavour
Teaser – criação e edição: Aristeu Araújo
Colaboração artística: Cássia Damasceno, Grace Passô, Helena Vieira, José Maria e Rodrigo Bolzan
Técnico de Palco e luz: Ricardo Barbosa e Giu Del Penho
Técnico de som: Chico Santarosa e Luan Casado
Distribuição Internacional: PLAN B – Creative Agency for Performing Arts
Uma produção da companhia brasileira de teatro
Em co-produção com Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main/GE, Théâtre Dijon Bourgogne – Centre Dramatique National/FR, A Gente Se Fala Produções Artísticas – Rio de Janeiro/BR, Passages Transfestival Metz/FR.
Realização: SESI, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Ministério da Cultura
Patrocínio: Cedro Mineração.