O livro é um passeio sentimental pelo tradicional bairro, o lançamento acontece na Cozinha Santo Antônio
Sete anos depois de lançado, o livro sobre o bairro Santo Antônio, um dos mais antigos e tradicionais da cidade, ganha uma nova edição, revista pela autora Eliane Marta Teixeira Lopes. Título integrante da coleção BH. A cidade de cada um, editada pela Conceito Editorial, o livro promove um passeio amoroso pelas ruas e ladeiras do bairro, tecendo os fios de uma história que transita entre o passado e o presente, numa linguagem poética e bem-humorada. O lançamento acontece no sábado, 12 de março, a partir das 11 horas, no Cozinha Santo Antônio, charmoso restaurante da historiadora e chef Juliana Duarte, aberto no bairro há dois anos. “Eu acho muito importante esse carinho com o bairro e a Eliane é uma cliente queridíssima” fala Juliana.
Em seu passeio sentimental, Eliane Marta complementa a memória pessoal com relatos de amigos e fontes de pesquisa, revelando para o leitor os primórdios, os fatos históricos, os costumes, os moradores ilustres e anônimos, as relações humanas e sociais do bairro onde nasceu e mora até hoje. Para isso explora com “largas passadas e ousadias” suas fronteiras geográficas e afetivas, que nem sempre coincidem. Alguns lugares ganham destaque para a autora, como a Vila Estrela, que deu origem ao bairro; a Fafich, com sua história de resistência à ditadura militar; a Igreja Santo Antônio, que hoje já não pertence oficialmente ao bairro; a Rua Congonhas, cenário do filme Menino Maluquinho; e o lendário Bar do Lulu, que durante anos marcou a vida boêmia da região, instalado na casa onde morou o escritor Guimarães Rosa.
A autora
Eliane Marta nasceu na rua Carangola e mora até hoje no bairro Santo Antônio. Professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais, é graduada em Pedagogia, com doutorado e pós-doutorado em História da Educação. É organizadora e autora de artigos de livros editados pela Autêntica: A Psicanálise escuta a educação (1998); 500 anos de educação no Brasil (2000) e Richard Wagner e Tannhäuser em Paris. Nesse último traduziu, de Charles Baudelaire, o artigo que tem o título do livro. É autora do livro Querido alguém… edição independente, em parceria com Sylvia Vartuli (2014). Organizadora do volume 2 Império (em parceria com Carla Chamon) da coleção História da Educação em Minas Gerais: da Colônia à República (EDUFU 2019). Em 2021, publicou pela editora Quixote+Do, Cartas – Constança Guimarães (1871-1888), resultado de longa pesquisa no Arquivo Público Mineiro. A primeira edição do Santo Antônio foi em 2015.
A coleção BH. A cidade de cada um
Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a série tem como objetivo resgatar a memória afetiva da cidade por meio da crônica literária. Os escritores, tendo como ponto de partida sua própria história de vida, falam sobre lugares, fatos e personagens, sem se prender à história oficial.
Fazem parte da coleção os seguintes 35 títulos: “Lagoinha”, de Wander Piroli; “Mercado Central”, de Fernando Brant; “Estádio Independência”, de Jairo Anatólio Lima; “Rua da Bahia”, de José Bento Teixeira de Salles; “Fafich”, de Clara Arreguy; “Parque Municipal”, de Ronaldo Guimarães; “Praça Sete”, de Angelo Oswaldo de Araújo Santos; “Livraria Amadeu”, de João Antonio de Paula; “Sagrada Família”, de Manoel Lobato; “Pampulha”, de Flávio Carsalade; “Cine Pathé”, de Celina Albano; “Caiçara”, de Jorge Fernando dos Santos; “Carmo”, de Alberto Villas e “Lourdes”, de Lucia Helena Monteiro Machado; “Colégio Sacré Coeur de Marie”, de Marilene Guzella Martins Lemos; “Carlos Prates”, de Humberto Pereira; “Morro do Papagaio”, deMárcia Cruz; “Maletta”, de Paulinho Assunção; “Montanhez”, de Márcio Rubens Prado; “Santa Tereza”, de Libério Neves; “Serra”, de Nereide Beirão; “Padre Eustáquio”, de Jeferson de Andrade; “Centro”, de Antonio Barreto; “Mineirão”, de Tião Martins; “Colégio Estadual”, de Renato Moraes; “Santo Antônio”, de Eliane Marta Teixeira Lopes; “Viaduto Santa Tereza”, de João Perdigão; “Funcionários”, de Maria do Carmo Brandão; “Colégio Municipal”, de José Alberto Barreto; “Renascença”, de Ana Elisa Ribeiro; “Anchieta”, de José Márcio Vianna; “Campus da UFMG”, de Heloísa Murgel Starling; “Arraial do Curral del Rei”, de Adriane Garcia; e “Venda Nova”, de Bruno Viveiros.
Sobre a Cozinha Santo Antônio
Em uma esquina charmosa, em um dos bairros mais tradicionais da cidade, a Cozinha Santo Antônio chama atenção logo de cara pela arquitetura. Ao mesmo tempo mineira e cosmopolita, com garimpos e peças de design e uma imponente e acolhedora cozinha aberta.
Uma ótima tradução para a comida feita ali. “Estamos completamente conectados com as nossas origens e com a nossa história, mas temos os pés no presente e o olhar no futuro”, diz Juliana Duarte, que comanda tudo no espaço.
A Cozinha Santo Antônio tem por principio o respeito à sazonalidade dos ingredientes, por isso o cardápio muda de acordo com o que se tem de mais fresco e gostoso para cozinhar. Os insumos são orgânicos, de origem e chegam através de pequenos produtores.
“Todo início de semana planejo o cardápio dos próximos dias com base no que os produtores têm disponível” conta Juliana. “Durante a semana os pratos são de uma comida mais caseira, que eu defino como sendo ‘que nem a da casa da gente’. No final de semana temos pratos mais elaborados e sempre há opção vegetariana. A comida varia de receitas de família bem mineiras a pratos da cozinha do mundo, como a francesa e a do Oriente Médio que eu gosto muito e estudo”, completa.
Juliana é uma cozinheira, historiadora e pesquisadora da história da gastronomia mineira. Mas antes disso tudo trabalhava na publicidade enquanto paralelamente estudava gastronomia e vendia seu disputado paté na Feira Fresca.
Do seu jeito, vem fazendo comida com história e afeto, transformando algo aparentemente banal em “extraordinário”. Comida que valoriza a cultura alimentar mineira e que faz bem para o corpo e para a alma.
SERVIÇO
A cidade de cada um lança nova edição do título Santo Antônio, de Eliane Marta Teixeira Lopes
Local: Cozinha Santo Antônio – Rua São Domingos do Prata 453
Data: 12 de março
Horário: 11h
Preço: R$ 30,00
Entrada franca