O Circuito Tapume – Mostra de Lambe-Lambes de Beagá selecionará 10 artistas ou coletivos do universo dos lambe-lambes por meio de um edital de chamamento público, visando a criação de obras artísticas no formato de instalação, como murais de lambe-lambe e outras intervenções. As obras serão instaladas em espaços públicos e privados com acesso livre e gratuito, ocupando territórios nas nove regionais de Belo Horizonte. O festival focará exclusivamente em artistas e coletivos belo-horizontinos, garantindo 60% das vagas para mulheres, pessoas negras, idosos, PcD’s, indígenas, ciganos e pessoas LGBTQIAP+, de acordo com as diretrizes do edital. Os artistas selecionados receberão cachês e suporte para adaptação do projeto expográfico, produção cenográfica, montagem, colagem, divulgação e desmontagem.
Podem se inscrever artistas e coletivos que se enquadrem como Micro Empreendedor Individual e Pessoa Jurídica. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 22 de julho a 12 de agosto. Os artistas interessados em participar podem consultar todas as informações no edital e se inscrever preenchendo o Formulário disponibilizado no link: linktr.ee/atraves.cultura.
A exibição pública das obras ocorrerá por 60 dias, divididos em dois circuitos principais de 30 dias cada, a partir do mês de outubro. O primeiro circuito, “Baixo Centro”, ocorrerá na Zona Cultural Praça da Estação e adjacências, enquanto o segundo, “Transborda”, ocupará Centros Culturais públicos municipais, garantindo a democratização do acesso para toda a população. No “Baixo Centro”, as obras serão exibidas em cinco espaços centrais: CRJ (Centro de Referência das Juventudes), Núcleo de Formação e Criação Artística e Cultural (NUFAC-FMC, situado no Edifício Central), Centro Cultural UFMG e Sula Comida e Cultura (situado no Edifício Sulacap). Já no circuito Transborda, as obras vão invadir dez espaços públicos, ocupando todas as regionais de Belo Horizonte.
Segundo Leonardo Beltrão, um dos idealizadores do Circuito Tapume, a proposta é reconhecer o universo dos lambe-lambes, trazendo ao público um dos primeiros festivais dedicados ao gênero. “Sempre fui um apaixonado por lambe-lambes, desde a adolescência. Colava lambes de divulgação de eventos e, mais tarde, criei um projeto próprio para espalhar poemas em forma de lambes, o #umlambepordia. Já são 10 anos espalhando lambes, mas sempre senti que faltava um festival dedicado a eles “, explica.
Para o idealizador do projeto, Belo Horizonte possui muitos eventos dedicados às artes visuais urbanas e vive esse momento de grande efervescência. Entre eles, estão a Bienal do Grafite há anos atrás e hoje em dia a cidade conta com o Cura, a Festa da Luz, o TAU, a Família de Rua e tantos outros movimentos independentes. Outra referência importante na capital mineira é o livro Pele de Propaganda: lambes e stickers em Belo Horizonte, de Luiz Navarro, obra que traz a narrativa desses formatos no início do século XXI.
“Com isso tudo isso em mente, a Através abraçou a ideia junto ao #umlambepordia e convidamos a Júlia Ho – que é a diretora artística do Circuito Tapume – a embarcar nessa com a gente. Esperamos que os lambes cada vez mais ganhem espaço e, claro, que o Circuito Tapume se consolide como uma das iniciativas pioneiras no universo dos lambes. Ainda vem muita coisa por aí!”, destaca Leonardo Beltrão.