segunda-feira, junho 23, 2025
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CineOP celebra 20 anos como referência nacional na preservação do cinema brasileiro

Mostra de Cinema de Ouro Preto reafirma seu propósito de tratar cinema como patrimônio e oferece uma programação estruturada em três eixos temáticas – preservação, história e educação

A CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chega à sua 20ª edição, em 2025, consolidada como o único evento no Brasil a tratar o cinema como patrimônio cultural assumindo o compromisso com a reflexão crítica, a luta pela salvaguarda da memória audiovisual, o diálogo com a educação e a articulação com agentes do Brasil e do mundo. Realizada desde 2006 na cidade histórica de Ouro Preto (MG), Patrimônio Cultural da Humanidade, a CineOP se distingue por seu formato pioneiro, estruturado em três eixos temáticos fundamentais: preservação, história e educação. A mostra é uma realização da Universo Produção, com programação totalmente gratuita.

Sob o tema central “Preservação: a Alma do Cinema Brasileiro”, a edição comemorativa celebra duas décadas de uma trajetória dedicada à memória audiovisual, à reflexão crítica sobre a história do cinema nacional e à formação de novos públicos e educadores.

Chegar à 20ª edição da CineOP é motivo de celebração e muito orgulho. É a consolidação de um projeto singular que nasceu com o propósito de tratar cinema como patrimônio e valorizar o cinema brasileiro em sua dimensão histórica, educativa e de preservação e transformou profundamente a forma como se pensa, vive e preserva o cinema brasileiro. Representa também a relevância e a continuidade de um espaço que se tornou referência nacional e internacional no debate sobre a preservação audiovisual em conexão com educação. São duas décadas construindo pontes entre o passado, o presente e o futuro do nosso cinema. Duas décadas de pioneirismo e vanguarda expressa numa programação diferenciada, intensa e gratuita”, destaca Raquel Hallak, coordenadora geral da CineOP.

Em 20 anos, a CineOP exibiu mais de 2.000 filmes, de diversos estados e países, promovendo retrospectivas, estreias e curadorias temáticas que ampliam a visibilidade da produção brasileira em suas diversas fases, estilos e territórios. Além da programação de filmes, o evento oferece ações formativas, debates, rodas de conversa, lançamento de livros, promove, em edições anuais, o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, Encontro da Educação: Fórum da Rede Kino, exposição, Cortejo da Arte, Festa Junina, performances, shows musicais

PRESERVAÇÃO – PATRIMÔNIO VIVO DO CINEMA BRASILEIRO

Desde sua primeira edição, a CineOP atua como um fórum estratégico de debates e articulações. O Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, realizado desde 2006, é o espaço de construção de políticas públicas e ações emergenciais para o setor da preservação. Desse espaço nasceram conquistas fundamentais, como a criação da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) em 2008, o reconhecimento da CineOP como um fórum de debates, encaminhamentos e diretrizes no campo da preservação audiovisual por instituições, técnicos, pesquisadores, colecionadores, educadores, jornalistas e historiadores; a elaboração do Plano Nacional de Preservação Audiovisual lançado em 2016 – resultado de uma década de escuta e construção coletiva; a elaboração de documentos-chave como as Cartas de Ouro Preto que representam as demandas, diretrizes e recomendações do setor.

Ao longo dos anos, a Mostra também impulsionou discussões sobre digitalização de acervos, formação de redes de preservação e intercâmbios com instituições internacionais da Argentina, Chile, Colômbia, França e Portugal.

UM OLHAR HISTÓRICO QUE CONECTA PASSADO E PRESENTE

O eixo histórico da CineOP revisita marcos do cinema brasileiro e homenageia personalidades e movimentos que moldaram a linguagem e identidade do audiovisual no país. A cada ano, um novo tema convida o público a revisitar imagens e sons que compõem a diversidade cultural brasileira. Ao trazer à tona as contradições, inventividades, silenciamentos e resistências da história do cinema brasileiro, a Mostra nos convida a pensar o audiovisual como um reflexo e resposta de um país em constante reconfiguração social, política e estética.

A História, quando narrada pelas imagens em movimento, ganha contornos sensoriais, afetivos e críticos que ultrapassam a linearidade dos fatos. Ao revisitar décadas e marcos da trajetória cinematográfica brasileira, a CineOP preserva memórias, propõe um olhar contemporâneo sobre as imagens do passado, questionando quem as produziu, com que propósito, e a quem elas serviram. Ao homenagear artistas, movimentos e tradições esquecidas ou marginalizadas pelo discurso oficial da história do cinema, a CineOP tensiona as bases desse discurso e amplia o campo da memória.

Entre os recortes destacados ao longo das edições, estão a chanchada dos anos 1950, o Cinema Novo dos anos 1960 e os estúdios como a Cinédia. A mostra também deu visibilidade a iniciativas e produções fora do eixo Rio-São Paulo, além de valorizar vozes historicamente marginalizadas, como nas homenagens aos cineastas indígenas Kuaray Poty e Pará Yxapy (2022) e ao artista Tony Tornado (2023). Em 2025, a CineOP reconhece o papel das mulheres no humor do cinema brasileiro e presta homenagem à atriz Marisa Orth, celebrando a inventividade feminina no audiovisual.

AUDIOVISUAL E EDUCAÇÃO: UM COMPROMISSO TRANSFORMADOR

No campo da educação, a CineOP tem desempenhado papel transformador desde 2009, com a criação do Encontro da Educação: Fórum da Rede Kino, que discute o potencial pedagógico do audiovisual e impulsiona ações que aproximam as escolas da linguagem audiovisual. Reúne diversos profissionais para contribuir com reflexões e aproximações de diferentes práticas pedagógicas e cinematográficas, visando ampliar olhares e vozes na América Latina sobre as questões estéticas, éticas e políticas da presença do cinema na educação.

A aprovação da Lei 13.006/14, que tornou obrigatória a exibição de filmes brasileiros nas escolas e foi amplamente debatida nos encontros da CineOP, inspirou ações como as publicações “Cinema e Educação: a Lei 13.006”, e a “Cinema e Educação Digital: a Lei 14.533/23”, lançada em 2023. Em 2024, uma consulta pública resultou em outra publicação “Proposta de Programa Nacional de Cinema na Escola”, sistematizando diretrizes para a implementação da Lei 13.006/14. As três publicações foram editadas e lançadas em decorrência das reflexões e trabalho coletivo que busca integrar o cinema às práticas pedagógicas das escolas brasileiras.

A Mostra também fomenta a elaboração coletiva de propostas e diretrizes que aproximam o audiovisual da educação formal e não formal, contribuindo para o fortalecimento de uma cidadania audiovisual, entendendo o cinema como linguagem, como patrimônio cultural e como ferramenta capaz de provocar questionamentos, ampliar horizontes e mobilizar a sociedade em torno de valores como diversidade, memória e justiça social.

Outro ponto importante na trajetória da CineOP tem sido a articulação de redes e intercâmbios internacionais. Anualmente reúnem-se representantes de instituições de arquivos audiovisuais, com encontros que mobilizam profissionais de diversos países, como Argentina, Chile, Colômbia, França e Portugal.

Assim, nessas duas décadas, a CineOP segue um espaço essencial à permanência da memória e à estratégia da preservação do audiovisual no país. Nisso o evento não apenas resgata o passado, mas reflete o presente e ilumina o futuro, compreendendo o quanto preservar, educar e compreender os processos históricos contribuem diretamente no desenvolvimento da produção brasileira.

perfil amplo da Mostra permite muitos cruzamentos e reflexões de pontos de vista, perspectivas, abordagens, evidenciando o quanto pensar e difundir a preservação audiovisual tem enorme impacto sobre saberes aparentemente tão consolidados como a história do cinema brasileiro.

No decorrer de sua trajetória, a CineOP estabeleceu um intercâmbio sólido com profissionais e pesquisadores de diversos continentes, recebendo nomes expressivos do campo da preservação, cinema e educação de países como Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, México, Portugal, República Tcheca, Uruguai, tais como Caroline Frick, Maria Jose Santacreu, Ray Edmondson, Norma Rivera, Monica Vilarroel Marquez, Carlos Edgar Torres Perez, Djalma Lourenço, Eugênio Lopez de Quintana, Benjamin Lerena, Johan Oomen, Johan Oomen, Mariana Loterszpil, Andres Levinson, Andres Levinson, Carlos Ovando Tzutzumatzin Soto, Bill Morrison, Juana Suarez, Howard Besser, Celine Ruivo, Jorge Larrosa, Cecilia Etcheverry, Cecilia Cirillo, Cecile Petit-Vallaud, Carmen Canavese, Clara Ines Suarez, Mercedes Rondina, Graciela Acerbi, Carlos Skliar, Ines Dussel, Cristophe Dupin, Paula Felix Didier, Tiago Baptista, Alicia Vega, Ignacio Aguero, Natalia Mardones, Anne Gant, Monica Villarroel Marquez, Ricardo Cantor, Yvonne Ng, Aldana Louiseau, Miguel Hilari, Teresa Castillo, Mela Marquez, José Manuel da Costa, Abigail Child, Roberto Smith, Gérald Duchaussoy, Alejandra Fritis Zapata, Julia Minne, além de todos os brasileiros que marcaram presença nas edições anuais do evento.

Essa internacionalização tem possibilitado o confronto de modelos e práticas, enriquecendo o debate e ampliando o horizonte das políticas de preservação no Brasil. Ao mesmo tempo, reafirma a posição da CineOP como espaço referencial para o diálogo, no que se refere à proteção da memória audiovisual como bem simbólico e direito cultural e, com isto, ultrapassa a lógica tradicional dos festivais de cinema, firmando-se como um projeto de nação.

A CineOP mantém também uma forte ligação com a cidade de Ouro Preto, com a Universidade Federal de Ouro Preto -Ufop, com a Associação Comercial e Industrial, lideranças políticas, empresariais, comunitárias, estabelecimentos comerciais, construída com respeito, afeto e participação ativa ao longo de duas décadas. A cidade não é apenas o cenário da mostra – é parte integrante e essencial da sua identidade. Ouro Preto, com sua história, arquitetura e força simbólica, dialoga diretamente com o conceito de cinema como patrimônio, tornando-se o lugar ideal para esse encontro entre memória, arte, história e educação.

CINEOP: DUAS DÉCADAS DE MEMÓRIA E FUTURO

Com ações contínuas e integradas, a CineOP construiu um legado singular no panorama cultural brasileiro. O projeto inicial – que uniu exibição, reflexão e formação – segue vivo e expandido, mantendo Ouro Preto como um polo ativo da memória audiovisual. Da homenagem ao projecionista Adão Soares Gomes, em sua primeira edição, à criação de redes nacionais e internacionais de preservação, a CineOP reafirma seu compromisso com o passado, sem perder de vista os desafios do presente e as possibilidades de futuro.

Ao completar 20 anos, a CineOP não apenas celebra sua história, mas projeta novos caminhos para o cinema brasileiro, apostando na preservação como estratégia de continuidade, na educação como ferramenta de transformação e na história como base para um audiovisual mais justo, representativo e acessível.

Celebrar 20 anos da CineOP é reconhecer o êxito de um projeto cultural transformador, que fez da preservação cinematográfica um ato de resistência, da educação uma ferramenta de futuro, e da história um território de disputa simbólica. É também afirmar a urgência da memória como necessidade política e cultural diante dos desafios contemporâneos – da digitalização de acervos à valorização de profissionais da área, da formação de novos públicos à reconstrução de narrativas invisibilizadas.

SERVIÇO

20ª CINEOP – MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO | 25 A 30 DE JUNHO DE 2025 | PROGRAMAÇÃO GRATUITA

Centro de Artes e Convenções da Ufop | Praça Tiradentes | Cine- Museu da Inconfidência


LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA

Patrocínio Máster: Instituto Cultural Vale

Patrocínio: Itaú, Codemge/Governo de Minas Gerais
Parceria Cultural: Sesc em Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Prefeitura de Ouro Preto e Instituto Universo Cultural
Idealização e realização: Universo Produção
MINISTÉRIO DA CULTURA/GOVERNO FEDERAL/ UNIÃO E RECONSTRUÇÃO

Acompanhe nossas redes sociais:
Site: www.cineop.com.br | Instagram: @universoproducao | Facebook: @cineop
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Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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