quarta-feira, outubro 16, 2024
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Casa/iKhaya Lami: artista sul africano Jabulani Dhlamini inaugura exposição em Belo Horizonte, a sua primeira no Brasil

A abertura acontece dia 26/05 (sexta-feira) na Mitre Galeria e conta com a colaboração de Paulo Nazareth

A Mitre Galeria, em parceria com a Goodman Gallery, tem o prazer de apresentar Casa/iKhaya Lami de Jabulani Dhlamini. A primeira exposição do artista no Brasil traz uma seleção de imagens da África do Sul e obras inéditas produzidas no Brasil.

Casa/iKhaya Lami entrelaça dois termos distintos, mas interconectados, “casa” e “ikhaya lami” (“minha casa” em zulu), uma exposição que examina criticamente as origens históricas e as implicações duradouras dos municípios na África do Sul e favelas no Brasil como construções coloniais, com foco em seu surgimento durante a era do colonialismo europeu.

A exposição explora como a política espacial, enraizada nos legados históricos do colonialismo, apartheid e desigualdades sistêmicas, influenciaram o desenvolvimento, a estrutura e as percepções dessas paisagens urbanas.

Jabulani está no Brasil a convite do artista mineiro Paulo Nazareth, que promove um programa de residência com artistas internacionais que encontra durante seus trabalhos pelo mundo. Também faz parte da exposição o vídeo Old Hope de Nazareth, produzido na África do Sul e com participação de Jabulani.

Parte do que vem produzindo no bairro Palmital também estará na Mitre Galeria. “O trabalho reflete minhas vivências e conversas ao meu redor. Enxergo as casas como museus pessoais, onde muitas histórias estão guardadas, proponho criar novas memórias” explica Jabulani.

 

Serviço

Exposição Casa/iKhaya Lami | Jabulani Dhlamini

Local: Mitre Galeria – R. Tenente Brito Melo, 1217, Barro Preto

Abertura em 26 de maio, 19h às 23h

Visitação de 27 de maio a 01 de julho

Terça a sexta, 10h às 19h

Sábado, 10h às 16h

https://www.instagram.com/mitregaleria

 

Casa/iKhaya Lami 

“Casa/iKhaya Lami” reúne uma seleção de fotografias que examinam criticamente as  origens históricas e as implicações duradouras de “townships” e favelas como construções  coloniais. Centrando-se na sua emergência durante a era do colonialismo europeu, esta  exposição lança luz sobre as complexas dinâmicas que moldaram estes espaços e a vida  dos seus habitantes.

Casa/iKhaya Lami entrelaça dois termos distintos, porém interconectados, “casa” (que  significa “lar” em português e espanhol) e “ikhaya lami” (“minha casa” em zulu), para  destacar o anseio humano universal por um lugar de pertencimento, segurança e  enraizamento. A exposição explora como a política espacial, enraizada nos legados  históricos do colonialismo, apartheid e desigualdades sistêmicas influenciaram o  desenvolvimento, a estrutura e as percepções dessas paisagens urbanas.

A política espacial dos “townships” sul-africanos tem sido uma importante área de  interesse para Jabulani Dhlamini. Os townships, criados sob o regime do apartheid como  forma de segregar e controlar a população negra, continuam sendo moldados por questões  de poder, desigualdade e resistência. Uma área de particular interesse são os espaços  íntimos desses ambientes, que desempenham um papel significativo na formação das  relações sociais e da resistência política. São áreas dentro de casa ou da comunidade onde  as pessoas interagem e se envolvem na vida diária, espaços que costumam ser marcados  pela pobreza, superlotação e falta de infraestrutura, tornando-os locais de luta e  resistência.

A fotografia desempenhou um papel fundamental na construção colonial de vilas e  favelas. As imagens foram usadas para criar uma representação visual do “outro”,  reforçando as hierarquias raciais e culturais que sustentavam o colonialismo. Esses  arquivos fotográficos são repositórios inestimáveis da história visual, muitas vezes  documentando as realidades dos municípios e favelas durante a era colonial. No entanto,  esses registros têm frequentemente perpetuado estereótipos nocivos, reforçando a  marginalização e a desumanização de seus sujeitos. Através da criação de arquivos  fotográficos, o trabalho de Dhlamini pretende amplificar as vozes daqueles que viveram  e continuam a viver nestes espaços. A exposição desafia estas narrativas e revela as  experiências vividas daqueles que habitam estes ambientes marginalizados.

Ao aproveitar o poder dos arquivos fotográficos, a Casa/iKhaya Lami nos desafia a  reconhecer a agência e a resiliência dessas comunidades, ao mesmo tempo em que  reconhecemos as lutas contínuas que enfrentam. Ao envolver-se com diversas narrativas  e expressões artísticas, a exposição pretende resgatar suas narrativas das garras do  colonialismo. serve como um catalisador para a reflexão crítica, a ação coletiva e a visão de futuros mais inclusivos e justos para essas comunidades, ao mesmo tempo em que  fornece uma plataforma para que suas vozes sejam ouvidas, suas narrativas sejam  recuperadas e sua agência seja reconhecida. Através do ato de desconstrução, a exposição  abre caminho para uma compreensão mais profunda, empatia e solidariedade no  desmantelamento das construções coloniais que continuam a moldar nosso mundo.

 

Sobre Jabulani Dhlamini

Jabulani Dhlamini (nascido em 1983, Estado Livre, África do Sul) vive e trabalha em Joanesburgo. Dhlamini se formou em fotografia documental na Vaal University of Technology, formando-se em 2010. Ele é um ex-aluno do programa Edward Ruiz Mentorship e do Market Photo Workshop em Joanesburgo.

Seu trabalho concentra-se em sua criação, ao mesmo tempo em que reflete sobre diversas comunidades dentro da África do Sul contemporânea. A abordagem de Dhlamini é meditativa e provoca sutilmente um olhar mais atento para o que está nas margens, por meio de uma exploração da memória pessoal e coletiva. Incorporando imagens de paisagens e retratos íntimos, seu trabalho captura momentos históricos – como a recordação do Massacre de Sharpeville, os efeitos do desapossamento de terras e o funeral da ativista anti-apartheid Winnie Madikizela-Mandela – ao mesmo tempo em que documenta os momentos mais tranquilos na vida dos sul-africanos comuns.

 

Sobre a Mitre

Há sete anos, a Mitre atua no mercado de arte brasileiro e internacional. Fundada em 2015 pelos sócios Alexandre Romanini, Altivo Duarte e Rodrigo Mitre, com o nome Periscópio, a galeria ganha novo nome com a intenção de marcar um período de consolidação e maturidade, e de abrir caminhos para continuar articulando proposições inventivas que ativam o cenário das artes contemporâneas

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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