Nos dias 20 e 21 de julho, o Galpão Cine Horto recebe o espetáculo “AQUI – Amanhã é outra imagem”, da Súbita Companhia de Teatro, de Curitiba (PR). Na montagem, o grupo levanta questionamentos em torno do resistir e seguir trabalhando com arte. A trama traz cinco artistas que compartilham as suas inquietações e se mantém resistindo num lugar em perigo iminente. Nesse contexto, a dramaturgia de Lígia Souza e Maíra Lour mostra personagens que respondem de formas diferentes (da maneira que podem) aos desafios do mundo atual, a partir da própria metáfora do teatro.
“Aqui – Amanhã é outra imagem” é um dos 17 espetáculos da Súbita Companhia que em sua trajetória conta, ainda, com oito curtas metragens, dez publicações e participações em mostras e festivais nacionais e internacionais. O espetáculo estreou em setembro de 2022 no Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge em Curitiba (PR), onde realizou temporada de sucesso, totalizando 20 apresentações com ingressos esgotados. Belo Horizonte é a primeira cidade a receber a montagem após a estreia. As apresentações acontecem nos dias 20 e 21 de julho, sábado e domingo, às 20h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613 – Horto). A sessão do dia 21/7 contará com recursos de acessibilidade em LIBRAS e audiodescrição. Ingressos: R$20 (inteira) | R$10 (meia). Vendas: https://www.sympla.com.br/evento/aqui-amanha-e-outra-imagem/2517249. Classificação indicativa: 16 anos.
Nos dias 16 e 17 de julho, terça e quarta, das 09h às 13h, a Súbita Companhia realiza a Oficina de Criação Coletiva, gratuita, ministrada pela diretora Maíra Lour e pelo ator Pablito Kucarz, com o objetivo de promover a aproximação e o diálogo entre jovens artistas e artistas experientes, através do compartilhamento dos procedimentos de trabalho da Súbita Companhia. Público-alvo: artistas do teatro e da dança, estudantes e interessados em processos de criação em artes cênicas. Classificação: 16 anos. Inscrições: contato@flutuaproducoes.com.br
Em “Aqui – Amanhã é outra imagem”, cinco artistas estão reunidos num teatro onde o teto se abre gradativamente e invade a cena, cobrindo os seus corpos de pó. Um buraco que para cada uma das personagens significa algo diferente. Alguns personagens se desesperam, outros gostam do que veem, outros tentam consertar. Ainda assim elas se olham, se encontram e se abraçam com paixão, força, potência e amor. A direção aposta em uma fisicalidade intensa, que é uma característica do grupo curitibano. As personagens dançam coletivamente para se manterem vivas e atentas ao que acontece ao seu redor.
Em cena, estão as atrizes Dafne Viola, Helena de Jorge Portela e Patricia Cipriano, e os atores Cleydson Nascimento e Pablito Kucarz. O espetáculo é resultado de um trabalho de criação coletiva, outra característica da Súbita Companhia, formada por um grupo de artistas que deseja fazer arte de um ponto de vista coletivo, autoral e contemporâneo. O texto foi escrito pelo elenco e estruturado por Lígia Souza, a convite da diretora Maíra Lour. “O texto foi construído inteiramente pelos atores, mas estruturado por mim a partir de questões e provocações articuladas pela Maíra Lour. Em seguida, o processo de construção se deu em sala de ensaio, a partir de composições corporais e improvisações, que foram a base para a construção do espetáculo. Essa escolha do processo de criação coletiva inteiramente em sala de ensaio foi crucial para a criação de sobreposições de acontecimentos em cena e para potencialização da diversidade dos olhares e questões que surgiram de maneira intensa. Um jogo contínuo que apresenta o fazer teatral como uma tentativa constante de resistência artística e de articulações do sensível, do indizível”, explica a dramaturga Lígia Souza.
A diretora do espetáculo e fundadora da Súbita, Maíra Lour, lembra que a obra foi escrita e publicada em 2020, numa tentativa coletiva de seguir criando e trabalhando apesar das dificuldades que a pandemia impôs. “O ponto de partida se deu antes do início da pandemia, bem no começo de 2020, com algumas experimentações físicas que o elenco havia feito antes do lockdown. Quando nos vimos isolados, partimos desse material presencial e físico que tínhamos construído enquanto estávamos juntos. Estar em isolamento influenciou o trabalho, a forma de construir dramaturgia, de pensar desejos e de imaginar a morte do teatro, a queda desse teto, esse buraco em constante abertura, esse sentimento de tensão, já que naquele momento todos os espaços estavam fechados e não conseguíamos mais ir ao teatro. Nos perguntamos sobre a importância da nossa profissão, sobre formas de resistir e de continuar, sobre como nos mantermos saudáveis. Quando nos encontramos após a pandemia para recomeçar e reconstruir o espetáculo, percebemos que este era o maior ato de esperança e de amor que poderíamos realizar: criar, juntos”, conta Maíra Lour.
Para a dramaturga Lígia Souza, a relação entre a morte da linguagem teatral com as mortes da pandemia de Covid-19 ficou evidente, e o isolamento social do momento em contraponto à necessidade do encontro como base do acontecimento teatral, também foi catalisador das criações. Porém, quando a companhia se encontrou para criar o espetáculo presencialmente, o texto explodiu e a cena impôs suas necessidades. “Um novo processo criativo fez com que novas questões surgissem e outros textos se colocassem em relação às improvisações e às criações corporais. Mas o encontro, o compartilhamento de tempo e espaço e as precariedades que a linguagem teatral sempre convive, estão evidentes no espetáculo”, explica.
A dramaturgia inédita do espetáculo também deu origem a seis curtas metragens, filmados durante a pandemia, que desdobram as questões abordadas no texto. “Os filmes foram gravados antes da criação do espetáculo e por isso eles conversam muito fortemente com o que será visto em cena, apesar de serem uma linguagem totalmente diferente. Não necessariamente são uma continuação, mas eles apresentam uma visão ampla do que virá, de outros desdobramentos da história e do percurso que fizemos até chegar no espetáculo. Acredito que conseguimos embarcar no audiovisual de uma forma única, a partir de uma linguagem de fazedores de teatro, o que tornou a produção inovadora e instigante”, explica a a assistente de direção dos curtas, Dafne Viola. Os filmes estarão disponíveis ao público com legendas em inglês e interpretação em Libras no canal do YouTube da Companhia (www.youtube.com/SubitaCompanhia).
Sobre a Súbita Companhia de Teatro
A Súbita Companhia de Teatro é um coletivo de artistas, com sede em Curitiba, que cria espetáculos, produtos audiovisuais, publicações e ações formativas desde 2007. O grupo desenvolve uma pesquisa continuada em encenação e dramaturgia contemporâneas, com foco nos estudos do corpo e do movimento.
Com interesse em estabelecer um lugar de criação e experimentação com outros artistas e companhias nacionais e internacionais para seguir atualizando desejos e modos de fazer teatro. A trajetória da Súbita conta com 17 peças, 3 cenas curtas, 8 curtas-metragens, 10 publicações em dramaturgia, um evento internacional de formação artística, além de inúmeros workshops, residências, temporadas, circulações e participações em eventos culturais e festivais.
Em 2024, a Súbita foi contemplada no Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas – Grupos e Coletivos Artísticos, que promove as ações da companhia durante todo o ano (realização de oficinas e residências com artistas nacionais e internacionais, circulação de espetáculos de repertório, criação de espetáculo inédito e publicação de dramaturgia).
FICHA TÉCNICA
Direção artística: Maíra Lour . Textos: Súbita Companhia de Teatro . Dramaturgia: Lígia Souza e Maíra Lour . Elenco: Cleydson Nascimento, Dafne Viola, Helena de Jorge Portela, Pablito Kucarz e Patricia Cipriano . Direção de produção: Gilmar Kaminski . Assistência de produção: Dânatha Siqueira . Assistência de direção: Anna Wantuch e Vitor Schuhli . Cenário: Fernando Marés . Cenotecnia: Fabiano Hoffmann . Contrarregragem Anna Wantuch . Figurino: Isbella Brasileiro . Iluminação: Beto Bruel e Lucri Reggiani . Trilha original e sonoplastia: Rodrigo Stradiotto . Colaboração internacional: Senja Spackman . Operação de luz: Lucri Reggiani . Operação de som: Álvaro Antonio . Estratégia digital: Gabriela Berbert . Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções. Produção local: Câmara Produções Culturais . Audiodescrição: Vias Acessíveis . Intérprete de Libras: Dinalva Andrade . Assessoria de imprensa local: Cristina Sanches (CS Comunicação e Arte)
SERVIÇO
“AQUI – Amanhã é outra imagem”
Súbita Companhia de Teatro (Curitiba)
Dias 20 e 21 de julho (sábado e domingo), às 20h
Galpão Cine Horto (R. Pitangui, 3613 – Horto)
Ingressos: R$20 (inteira) | R$10 (meia)
Vendas: https://www.sympla.com.br/evento/aqui-amanha-e-outra-imagem/2517249
Classificação indicativa: 16 anos
No dia 21 de julho, domingo, a apresentação contará com recursos de acessibilidade
em LIBRAS e audiodescrição.
Mais informações: Instagram @subitacompanhia | www.subitacompanhia.com.br