A cadeira número 5 da Academia Mineira de Letras passa a ter novo ocupante. O jornalista e escritor Humberto Werneck toma posse como imortal dia 19 de dezembro, em cerimônia restrita para convidados, na sede da AML. Na ocasião, o acadêmico será recepcionado por discurso de Angelo Oswaldo.
Eleito com 33 votos no dia 11 de outubro de 2021, Werneck é o sexto sucessor da cadeira número 5, cujo Patrono é José Maria Teixeira de Azevedo Junior, sendo o fundador Amanajós de Araujo. A cadeira já foi ocupada também por Zoroastro Passos, Christiano Martins, Francisco Magalhães Gomes, Miguel Augusto Gonçalves de Souza e Carmen Schneider Guimarães.
Segundo o presidente da Academia Mineira de Letras, jornalista Rogério Faria Tavares, “a chegada de Humberto Werneck à casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa é motivo de honra e alegria. Werneck é um dos principais cronistas do Brasil. Seus textos são envolventes, sedutores e refinados. Sua atuação na imprensa brasileira, há décadas, renova o entusiasmo do leitor pelo consumo de textos críticos e reflexivos. Seus livros são fruto de pesquisa intensa, rigorosa e sofisticada. “O desatino da rapaziada”, lançado originalmente em 1992, já é um clássico da literatura brasileira”.
Sobre o novo acadêmico Humberto Werneck
Humberto Werneck nasceu em Belo Horizonte, em 1945, e vive em São Paulo desde 1970. Cursou, em Belo Horizonte, a Escola 12 de Dezembro (1952-1955), o Colégio Estadual de Minas Gerais (1956-1964) e a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, onde se bacharelou em 1969. Foi aluno do Institut Français de Presse, da Universidade de Paris II (1973-1975). Começou no jornalismo no Suplemento Literário do Minas Gerais, atendendo ao convite de Murilo Rubião. Já trabalhou no Jornal da Tarde, Veja, Jornal da República, IstoÉ, Jornal do Brasil e Elle. Foi correspondente do Jornal da Tarde em Paris (1973-1976). Atualmente é Editor sênior da revista de livros Quatro Cinco Um, Editor do Portal da Crônica Brasileira, do Instituto Moreira Salles, desde a sua criação, em setembro de 2018 e cronista licenciado do jornal O Estado de S. Paulo, onde publicou semanalmente de dezembro de 2010 a dezembro de 2020.
Publicou, entre outras obras, “Sonhos rebobinados”, crônicas, Arquipélago Editorial (2014); “Esse Inferno vai acabar”, crônicas, Arquipélago Editorial (2011); “O Espalhador de Passarinhos”, crônicas, Dubolsinho (2010); “O pai-dos-burros — Dicionário de lugares-comuns e frases feitas”, Arquipélago Editorial (2009); “O santo sujo – A vida de Jayme Ovalle”, Cosac Naify (2008); “Pequenos fantasmas”, contos, Novesfora (2005); “O desatino da rapaziada”, onde retrata a relação dos jornalistas e escritores mineiros com os jornais locais, Companhia das Letras/IMS (1992); “Tantas palavras”, reportagem biográfica – edição revista e ampliada de Chico Buarque letra e música (2006). Como editor, organizou pela primeira vez em livro a poesia de Hélio Pellegrino – “Minérios domados” (1993); “A revista no Brasil” – primeira História das revistas no país (2000); a antologia “Boa companhia – Crônicas” (2005); e a obra do contista Murilo Rubião, nos volumes “O pirotécnico Zacarias”, “A casa do girassol vermelho” (2006) e “O homem do boné cinzento” (2007).