As sambistas Cida Reis, Dóris, Raquel Seneias e Vivi Amaral, que integram o Coletivo Docilaré fazem show no sábado, dia 16 de agosto, no Quintal do Treze, localizado na Rua Jataí, 1.309, das 15h às 19h30. A apresentação objetiva salientar a conexão das sambistas para além do trabalho musical que elas já apresentam, questionar o lugar da mulher negra no mercado de entretenimento da cidade, além de mostrar a trajetória, músicas e voz de cada uma delas. A Roda de Sambá também problematiza a falta de oportunidades para artistas femininas no mercado de entretenimento e cultural, especialmente do samba.
Na oportunidade, a cantora, compositora e sambista, Manu Dias, homenageada do dia, se junta às componentes do Coletivo, e premiará o público com composições de sua autoria. Conhecida por sua voz marcante e por sua atuação na cena musical mineira, a cantora se destaca especialmente no samba, com mais de 20 anos de carreira. Ela já se apresentou em diversos eventos, como a Virada Cultural de Belo Horizonte, e possui músicas próprias disponíveis em plataformas digitais. Seu projeto “Samba d’Casa”, leva rodas de samba gratuitas a diferentes espaços públicos, promovendo a cultura e a descentralização.
Os ingressos custam R$ 15,00 e podem ser adquiridos através da página do Sympla pelo link: https://www.sympla.com.br/evento/docilarE-no-quintal-do-treze—roda-de-samba-de-volta-ao-comeco/3064062 A renda da bilheteria será integralmente utilizada para cobrir as despesas do Ponto de Cultura Treze de Maio. Este projeto foi aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura/2024, modalidade Fundo.
De acordo com a intérprete e sambista há 30 anos, Cida Reis, a história nos prova que a origem e a continuidade do samba se dá através das mãos e das vozes das mulheres. “O samba tal como conhecemos atualmente foi largamente influenciado pelas “tias”, mulheres negras que gentilmente permitiam que os sambistas se reunissem em suas casas ao longo do ano, proporcionando-lhes um ambiente seguro no qual pudessem se encontrar sem sofrer perseguição policial”, explica.
Ela cita como exemplo a Tia Ciata (1854-1924), Mãe pequena e baiana quituteira no Rio de Janeiro, foi uma das matriarcas que ajudou a revolucionar o ritmo samba. Sua casa era um ponto de encontro para músicos e compositores de samba, e ela é considerada uma das figuras mais importantes no desenvolvimento deste ritmo. Isso sem esquecer de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), considerada a primeira mulher a compor um samba, é conhecida por suas músicas carnavalescas como “O Abre Alas” e “Corta Jaca”, D. Ivone Lara (1921-2017), primeira mulher a ter um samba-enredo gravado e é considerada uma das maiores sambistas de todos os tempos, além de muitas outras.
Outra componente do Docilaré, Dóris, sambista e compositora que é conhecida também pelo projeto Cantando e Contando a História do Samba, ressalta que o Coletivo não esquece o trabalho da primeira sambista de Belo Horizonte. “Lourdes Maria” é reconhecida como uma figura fundamental no samba de Belo Horizonte, sendo frequentemente chamada de “Tia Ciata de BH”. Ela foi uma das primeiras sambistas da cidade, desempenhando um papel crucial na consolidação do samba local, especialmente nos bairros da região Leste, como Santa Efigênia, Santa Tereza e Floresta. Lourdes Maria é reverenciada por diversas gerações de cantores e músicos da cidade”, adverte..
Raquel Seneias também ressalta a importância dessas mulheres. “O legado deixado pelas nossas pioneiras é um testemunho de habilidade, determinação e originalidade. Elas tiveram um papel fundamental na formação deste ritmo que tanto apreciamos e que deve ser preservado e honrado, servindo de inspiração para as mulheres mais jovens ocuparem seus espaços”, adverte.
Local – Quintal do Treze, que fica localizado na Rua Jataí, 1.309, é o local escolhido para essa apresentação por possuir um significado muito forte. “Um espaço de confraternização, além de ser um local de junção da fé, com a festa, com a alegria e diversão, onde se comemora a união e celebra a vida. É também um, Ponto de Cultura, reconhecido por agentes culturais como Patrimônio Imaterial de BH – Reinado Treze de Maio e Terreiro de Umbanda São Sebastião, no Bairro Concórdia, Regional Nordeste, da capital mineira”, explica.
Difusão das tradições – O projeto Docilaré pretende criar e sedimentar uma atividade mensal que potencialize a difusão das tradições entre gerações. “Queremos principalmente, garantir a permanência de um conjunto de expressões simbólicas que fazem parte da identidade cultural da capital mineira, que é a junção da fé, com a festa, com a alegria, a diversão, a comemoração, a união, celebrando a vida”, explica a cantora Vivi Amaral.
Quem Somos – O Coletivo Docilaré formado pelas cantoras: Elzelina Dóris, Cida Reis, Vivi Amaral e Raquel Seneias, e teve início na Virada Cultural de Belo Horizonte, no ano de 2022. Quatro mulheres sambistas que construíram suas carreiras driblando o preconceito social e o machismo no samba, utilizando diferentes estratégias para conquistar, mesmo que de forma independente, a realização do sonho de se tornarem cantoras. Quatro artistas que se unem para juntas comandar rodas de samba.
Serviço: Apresentação Musical do Coletivo Docilaré |
Data: Sábado, dia 16 de agosto, Horário: 15h às 19h30 Endereço: Quintal do Treze – Rua Jataí, 1.309, bairro Concórdia Valor: R$15,00 |