quarta-feira, outubro 16, 2024
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Exposição individual “Rito de Margem”, de Christiana Quady, na Galeria Mama Cadela, chega à última semana com eventos gratuitos

Christiana Quady – Divulgação.

 

No conjunto de obras, em exposição até o dia 20 de outubro, a artista mineira narra um rito pessoal desafiando as possibilidades de múltiplos materiais e técnicas 

A exposição “Rito de Margem”, da artista mineira e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Christiana Quady, chega na última semana, na Galeria Mama Cadela. Para encerrar o período da exposição, que vai até o dia 20 de outubro, a artista promove eventos gratuitos, em diálogo com as obras. No dia 17, Paula Oliveira, especialista em terapias corporais e integrativas, e Paula Braga, especialista em chás, conduzem uma experiência imersiva, a partir de meditações, movimentos e blends saborosos de chá. No último dia, a mostra é tema de uma roda de conversa com o artista, o curador Júlio Martins e o grupo Pinturama, da UFMG.

A mostra parte do conceito de rito de margem como estágio liminar de elaboração íntima e pessoal. O sujeito que vive à está em um entre espaço, desassociando-se das margens sociais e buscando carreira reconectar-se com o universo à sua volta. No caso de Christiana Quady, essa reconexão se manifesta pela natureza. Com curadoria de João Gabriel Nemer e textos de Ana Viana, na coleção de obras, Christiana estabelece fronteiras e conexões com a natureza e seus elementos, narrando um processo de transformação.

“O ato de pintar carrega consigo um poder ritualístico, capaz de elaborar sentimentos e manifestar o que antes só era possível dentro de uma abstração individual. Por isso, a exposição é uma espécie de metalinguagem: a expressão visual de um rito, por meio de outro rito, que é a pintura”, comenta o artista.

Buscando retratar a complexidade estética e simbólica do mar, das montanhas e de outros elementos naturais complexos, Christiana desafia as possibilidades dos materiais e explora as múltiplas texturas da tinta sobre a tela. As obras acabam por demonstrar um encantamento com o mundo. Além do externo, no percurso, Christiana Quady mergulha em outras imensidões do universo íntimo e do inconsciente, como nas telas que exibem o feminino selvagem – muitas vezes indesejado e sufocado pela sociedade.

QUATRO SALAS, QUATRO ETAPAS DE UM RITO

Na primeira sala, “O que vestir para encontrar o mundo?”, os adornos são protagonistas, vistos como elementos essenciais para o rito de margem, carregando histórias e simbologias. Num encontro a sós, Christiana Quady presencia seus adornos se transformando em sujeito, agigantados emparelhando sob a paisagem.

Já é possível perceber a mistura de cores, texturas e técnicas que um artista mobiliza para representar diferentes elementos da natureza e do seu universo íntimo. Na obra “O que submerge e o que sobrenada”, em uma coreografia meticulosa, a delicadeza da aquarela se funda à imprevisibilidade do spray.

Silenciosa e imóvel, a montanha, ancestralmente, simboliza o ponto de conexão entre dois mundos. Em “Como ouvir o convite”, Quady ilustra a imensidão e a força desses elementos, a partir da experimentação, utilizando uma pintura mais energética e livre. Em cada uma das obras há um uso específico de materiais e técnicas. O resultado são paisagens bastante distintas, que convocam diferentes sensações.

Na sala “O que se manifesta nos meus santuários íntimos?”, Quady expõe o inconsciente feminino indesejado nos meios sociais. Na obra “As Herculanas”, o lado selvagem, petulante, questionador, onírico, ambicioso e transgressor da mulher – constantemente recalcados – vem à tona. Trazendo o questionamento “De qual caverna você saiu?”, também reflete sobre as amarras que nos aprisionam e nos impedem de enxergar o que de fortuito e poderoso temos à nossa volta.

Por fim, a exposição faz uma homenagem ao mar. Nas pinturas, Quady retorna à tinta a óleo para traduzir a profundidade e complexidade estética e simbólica do mar. Traz histórias adquiridas e vivenciadas pela artista nas suas visitas à Bahia, uma magnitude das ondas e o emaranhado de filetes de espuma, que parecem costurados à mão. O deslizar do óleo é como um gesto de amor.

SERVIÇO

Exposição “Rito de Margem”, de Christiana Quady

Até dia 20 de outubro

Visitação gratuita: Sextas, sábados e domingos, das 9h às 15h

Local: Galeria Mama Cadela

Rua Pouso Alegre, 2048, Santa Tereza – Belo Horizonte

*Durante uma semana, é possível agendar pelo direct do Instagram  @mama_cadela

PROGRAMAÇÃO

Vivencia: o corpo como nossa obra de arte

Dia 17 de outubro

Horário: 19h

Roda de Pintura

Dia 20 de outubro

Horário: 15h

Eventos gratuitos

Jornalista & Editor: Felipe de Jesus
Jornalista & Editor: Felipe de Jesus
Jornalista Felipe Jesus | Siga: @felipe_jesusjornalista Apaixonado pela área acadêmica, Felipe de Jesus é Jornalista pela Faculdade Estácio de Sá/BH | Advogado pela UNIESP e Pós-Graduado em Direito Empresarial e Direito Público e Licitatório pela Faculdade Focus. É Economista pela UNIP/SP | Teólogo pela ESABI | Sociólogo pela Universidade Polis das Artes/SP | Técnico em Publicidade pela IPED/SP | Pós-graduado (Lato Sensu) em Relações Públicas - RP & Assessoria de Imprensa | Perito & Assistente Judicial Trabalhista - Contábil/Imobiliário pela 'Faculdade Beta Perícias & Pós-Graduação Jurídica' | Mestre em Comunicação Social: Jornalismo e Ciências da Informação pela UEMC. Atualmente cursa o Bacharelado em Farmácia/Ciências Médicas pela UniFECAF/SP - Grupo Federal Educacional LTDA. Tem duas obras literárias publicadas, sendo uma da área de Sociologia: Sociedade Conectada (2020) e outro na área Econômica: 10 Passos Para Alcançar a Estabilidade Financeira (2024).
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