sábado, julho 5, 2025
HomeNoticiasEstadoCooperativismo se destaca no cumprimento da Agenda 2030 da ONU

Cooperativismo se destaca no cumprimento da Agenda 2030 da ONU

Seminário de Responsabilidade Social das Cooperativas realizado pelo Sistema Ocemg mostrou como os ODS estão na essência desse modelo de negócio

Faltam apenas sete anos para a próxima década e o mundo ainda encontra dificuldade para cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Os desafios são grandes e o tempo é curto, como alertou a conselheira de sustentabilidade e pioneira dos ODS da ONU, Denise Hills, em palestra no XVII Seminário de Responsabilidade Social das Cooperativas Mineiras, realizado pelo Sistema Ocemg no dia 23 de novembro, em Belo Horizonte.

Falando para dirigentes e cooperados mineiros sobre negócios que geram valor não apenas para as organizações, mas para toda a comunidade, Hills reforçou aquilo que está na essência do cooperativismo: a importância da sustentabilidade para alavancar a economia e gerar prosperidade social. “Não existem negócios rentáveis que não sejam claramente sustentáveis”, frisou ela, alertando que a circularidade da economia já é um caminho sem volta. “Nesse ponto, o cooperativismo é o exemplo perfeito do mundo que a gente precisa”, completou.

A explicação vem dos próprios princípios desse modelo, pautado pela adesão livre e voluntária, a autonomia, a participação e a educação de seus membros, pela intercooperação e, ainda mais especialmente, pelo interesse pela comunidade. “Contribuir para o desenvolvimento sustentável local está na natureza, no DNA do cooperativismo”, lembrou o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

A entidade, que desde 2018 é signatária do Pacto Global da ONU, priorizando e incentivando as cooperativas mineiras a implementarem programas que contemplem os ODS, é pioneira nas ações de responsabilidade social no país. Mais de 40% de todas as iniciativas de voluntariado realizadas pelas cooperativas ao longo do ano em suas comunidades estão em Minas Gerais, conforme resultados do Dia C (Dia de Cooperar) –programa criado pelo Sistema Ocemg em 2009 e, hoje, implementado em âmbito nacional para incentivar ações voluntárias no cooperativismo.

Em linha com as discussões levantadas por Denise Hills, a multiespecialista Rosilene Rosado (Sustentabilidade e Meio Ambiente; Gestão e Governança direcionada às Práticas ESG; e Gestão Estratégica e Inteligência de Mercado no Agronegócio) também trouxe sua contribuição ao seminário, abordando o tema do ESG em articulação com o cooperativismo. Para ela, os pilares do ESG (que determinam o impacto social, ambiental e de governança das organizações), como critérios de performance de um negócio, estão totalmente alinhados ao cooperativismo, numa afinidade intrínseca ao modelo. “O enraizamento das cooperativas nas comunidades favorece o desenvolvimento econômico em equilíbrio com a prosperidade social”, explicou. Nisso, também, Minas Gerais mantém a dianteira em relação ao restante do país.

Fruta Feia – Integrando o painel sobre “desperdício e combate à fome não combinam”, a fundadora e presidente da Fruta Feia, Isabel Soares, ganhou atenção especial. Ela contou como a cooperativa portuguesa está conseguindo combater o desperdício de alimentos, comprando diretamente de agricultores locais e vendendo aos consumidores hortifrutis que são rejeitados pela grande distribuição devido a razões estéticas. “O problema da rejeição aos alimentos de aparência comprometida começou com os próprios consumidores, que deixaram de comprar esses produtos. Por isso, a solução precisava incluí-los no processo”, salientou Soares. A fruta é “feia” no nome, mas a iniciativa é “linda”, como frisou o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato. Afinal, ela beneficia os produtores rurais, reduzindo prejuízos com o descarte dessa produção e a comunidade, que pode se tornar cooperada e ter acesso aos alimentos com preços mais competitivos.

O seminário também contou com a participação de Túlio Notini, Diretor Executivo da Yunus Brasil, falando sobre projetos de inovação, impacto social e planejamento estratégico e, agraciando o público participante com exemplo, música e simpatia, o pianista e maestro João Carlos Martins explicou como deu “A volta por cima”, superando adversidades para se transformar num dos músicos mais reconhecidos, nacional e internacionalmente, e sua luta pela democratização da cultura, levando a música erudita às mais diversas plateias do país.

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Dê sua sugestão!spot_img

Most Popular

Recent Comments