Nesta sexta, dia 10 de novembro, às 19h, haverá uma conversa entre o artista e Froiid, autor do texto crítico da mostra, na Casa GAL
Últimos dias para visitar a exposição individual de Alisson Damasceno: Eu Ainda Acredito. A mostra abrange os últimos nove anos de sua produção artística e reúne uma seleção de trabalhos recentes entre pinturas, desenhos, fotografias, videoarte e instalação.
Nesta sexta, dia 10 de novembro, às 19h, haverá uma conversa entre os artistas Alisson Damasceno e Froiid, autor do texto crítico da mostra, na Casa GAL.
Mostra em cartaz até 11.11.23
Visitação: Terça a Sexta – 14h às 19h | Sábado – 10h às 14h
Casa Gal: Rua Groelândia 50, Sion. Belo Horizonte – MG.
Visitas em outros horários disponíveis por agendamento.
AINDA PODEMOS ACREDITAR
“Casou-se com muita gala
O saber de Aristóteles
Com a cultura do mouro
Pra ter num só filhote
O duplicado tesouro”
Apocalipsom A (O Fim no Palco do Começo – Tom Zé)
Nos últimos nove anos, o sistema de ensino tem sido uma das temáticas frequentes na produção do multiartista Alisson Damasceno. Por meio de pinturas, desenhos, esculturas, gravuras, fotografias, instalações e diversas outras linguagens, o mobiliário escolar é constantemente reinterpretado como um elemento central em sua construção conceitual. Tornando-se um signo em seu vocabulário imagético, que traz à tona questões profundas e emergenciais dentro das reflexões contemporâneas sobre o lugar poético e político da noção de escola brasileira, para além de um projeto político-pedagógico.
No trabalho de Alisson, os regulamentos institucionais que dividem o ‘eu’ e o ‘outro’ são reconfigurados como uma poderosa produção de presença, que nos levam a compensar as relações sociais dentro do contexto da educação. Assim, a exposição intitulada Eu Ainda Acredito traz, através de seis ambientes e trinta e cinco obras, a continuação e a expansão da investigação minuciosa do artista.
O mobiliário escolar, apresentado ou utilizado como suporte, é combinado com diversas espécies de plantas. Essas vegetações, com tropismos, tons e texturas variadas, contrastam, se entrelaçam e por vezes se rebelam em desordem contra a dura estrutura estática dos móveis institucionais, criando alegorias e metáforas que exploram a relação entre o indivíduo e sua formação a partir do contexto social.
Nas palavras do artista: “Cada planta cresce de maneira única, assim como cada pessoa se desenvolve de forma singular”. Aqui reside uma provocação central desta exposição. Ao entrarmos nas salas da galeria, somos convidados a enxergar esses objetos e formas de vida para além de suas funções e contextos usuais, perturbando nossos processos perceptivos e interpretativos. A cadeira não é apenas uma cadeira, as plantas não são apenas plantas, e a sala não se limita a ser apenas um espaço físico. Essa perspectiva se estende à relação da galeria de arte com a casa, bem como à noção de corpo, território, presença, imaginário e aprendizado.
Em um período em que as disputas se acirraram, fervilhando em torno de outras formas de produção e disseminação do conhecimento, e na busca incessante pelo reconhecimento de outras cosmovisões, até mesmo crenças que desafiam abertamente o sistema hegemônico. Alisson dança com suas criações, ele as ressignifica, as tensiona, as experimenta, expande e reconfigura profundamente a maneira como encaramos espaços e instituições historicamente formalizadas, acrescentando novas camadas de significado ao que antes nos parecia comum.
Serviço
Conversa com Alisson Damasceno e Froiid
Data: 10 de Novembro – 19h
Casa Gal: Rua Groelândia 50, Sion. Belo Horizonte – MG.
info@gal.art.br / 31.99370.8998