Em sua 8ª edição, que acontece em Manaus de 02 a 12 de agosto, festival reafirma compromisso com legado artístico dos povos originários
O CURA – Circuito Urbano de Arte, um dos maiores Festivais de Arte Pública do Brasil, com sete edições realizadas em Belo Horizonte, chega a Manaus onde três artistas indígenas e amazônicos serão celebrados no CURA Amazônia: Denilson Baniwa (AM), Olinda Silvano (Peru) e Jaider Esbell (RR), morto em 2021.
Durante os 11 dias do Festival, dois murais em larga escala serão pintados nas laterais de edifícios do centro histórico da cidade e uma grande obra em formato de instalação será apresentada ao público.
Em Belo Horizonte, já são 4 obras realizadas por artistas indígenas. Entre elas, Selva Mãe do Rio Menino, primeira empena pintada por uma artista indígena no mundo, realizada por Daiara Tukano no CURA 2020. A obra também carrega mais um marco histórico: é a maior obra de arte pública contemporânea indígena com 1.006 m². Ela está no Ed. Levy, na Av. Amazonas.
Somam-se a ela a empena criada por Kassia Rare Karaja Huni Kuin (Kássia Borges), Bane (Cleiber Sales) e Itamar Rios com o Coletivo MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin que trouxeram consigo a força da floresta, sua luta pelo direito ao território e seus encantamentos medicinais. Também no Ed. Levy, na Av. Amazonas.
A artista Sueli Maxakali em sua empena no Ed. Roma, na Av. Paraná, traduz em imagens a presença e as experiências de um povo que há incontáveis gerações vive e cuida da terra, convidando-nos a perceber e a compartilhar o seu olhar, a conversar com a sua cultura e a refletir coletivamente sobre os elementos naturais.
Já Sadith Silvano e Ronin Koshi, artistas Shipibo-Conibo (povo originário do Peru, etnia que vive na amazônia peruana), pintaram com seus cantos, costumes, língua, território e conhecimentos de cura um Kené de quase 3.000 m² no chão que circula a Praça Raul Soares. Por 3 dias e de forma ininterrupta, a pintura-ritual shipibo deu vida a uma Anaconda, a maior obra Shipibo do mundo.
Novas obras CURA Amazônia
A curadoria formada pelas idealizadoras do festival Jana Macruz, Priscila Amoni e Juliana Flores, convidou dois artistas indígenas da região amazônica reconhecidos internacionalmente na arte contemporânea: Olinda Silvano, do Peru, e Denilson Baniwa, do Amazonas. Além das duas empenas, o CURA levará a instalação “Entidades” de Jaider Esbell para Manaus, obra já conhecida dos belo-horizontinos.
O CURA chega a Manaus a convite da 3M, patrocinadora desta edição. “A 3M é uma empresa que apoia a cultura há anos no Estado. Estamos muito felizes em apoiar uma iniciativa como essa para a população de Manaus via lei de incentivo à cultura e com a participação de artistas renomados do Amazonas. A iniciativa se conecta com nossos valores de colaboração, criatividade e, por meio da cultura, visa gerar impacto positivo e transformador na vida das pessoas”, comenta Eduardo Araújo, diretor da fábrica da 3M em Manaus.
Sobre os artistas
“Denilson Baniwa, 39 anos, é bastante estabelecido na cena internacional de arte, é reconhecido por seu trabalho enquanto artista, curador e articulador de cultura digital” conta Janaína. Nascido em uma comunidade do povo Baniwa, no município de Barcelos, no Amazonas, morou por 10 anos na cidade de Manaus, onde estudou ciências da computação na Universidade do Estado do Amazonas. Já expôs seus trabalhos em espaços importantes de arte no Brasil como: CCBB, a Pinacoteca de São Paulo, CCSP, Centro de Artes Hélio Oiticica, Museu Afro Brasil, MASP, MAR, além de países como França, Canadá e EUA.
Olinda Silvano Inuma, peruana de 55 anos, é uma artista, tecelã e muralista amazônica. Com uma trajetória de mais de 30 anos e reconhecimento internacional, Olinda é uma das lideranças do povo Shipibo e através da arte kené, caracterizada pelas linhas geométricas, ela tem conseguido preservar o saber ancestral de seu povo originário, que é localizado na comunidade de Cantagallo em Lima.
Denilson Baniwa vai pintar a obra “Piracema” na empena do edifício Rio Madeira (Rua Costa Azevedo, 9), de 394m2. Olinda Silvano vai pintar a obra “Cosmo e energia amazônica” na empena do Edifício Cidade de Manaus (Rua Eduardo Ribeiro, N° 620), de 396m2. A instalação “Entidades” de Jaider Esbell ficará no Largo São Sebastião.
Jaider Esbell
Formada por duas cobras de 17 metros de comprimento e 1,5 metro de diâmetro cada, “Entidades” carrega a pesquisa e a poética do artista, morto em 2021, em torno da “Cobra Grande”, a grande avó universal.
Nas palavras de Jaider, “a Cobra Grande representa várias simbologias, desde a fertilidade e o caminho das águas, da fartura, porque ela vive debaixo da terra, nos grandes rios subterrâneos, mantendo o movimento da água sempre pulsando para que sejam mantidas as fontes. Ela também está distribuída no universo através da Via Láctea, também no intermediário, através dos rios voadores. Então, é uma ideia de sacralizar mesmo esse animal que é tão banalizado ainda na própria Amazônia, o quanto as pessoas não valorizam a sua sabedoria, a sua medicina, o seu poder e também distendendo essa cosmologia para a nossa realidade cotidiana e atual.”
Jaider Esbell foi artista e ativista indígena da etnia Makuxi (RR) com prêmios na literatura, nas artes visuais e no cinema. Trabalhos individuais e coletivos, tanto no Brasil quanto no exterior, marcam a trajetória do artista que criou a primeira galeria de arte exclusivamente para obras de arte indígena contemporânea em Boa Vista (RR).
3M do Brasil
A 3M acredita que a Ciência ajuda a criar um mundo melhor para todos. Ao estimular o poder das pessoas, das ideias e da ciência para inovar de forma sustentável, nossos colaboradores em todo o mundo abordam de uma forma única as oportunidades e desafios de nossos clientes, das comunidades e do planeta. No Brasil, onde conta com cerca de 3,3 mil funcionários, a companhia mantém três fábricas localizadas no Estado de São Paulo, que compõem a 3M do Brasil, além da empresa 3M Manaus, instalada no Amazonas. Saiba mais sobre nosso trabalho para melhorar vidas e nossa atuação em www.3M.com.br.
CURA AMAZÔNIA
Realização: AGUA – Agência Urbana de Arte
Patrocínio: 3M
Apoio: Tintas Coral – Tudo de Cor, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Centro Cultural Casarão de Ideias (CCCI) e Centro de Atenção à Saúde e Segurança no Trabalho (CASST)
Promoção: Rede Amazônica
Produção local: Graffiti Queens
Incentivo: Lei Federal de Incentivo à Cultura
