quarta-feira, dezembro 3, 2025
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Do interior de Minas para a França: conheça o trabalho de Gê Brandão

Artista plástica mineira é especialista em criar flores em tecido, especialmente a seda. De origem simples, nascida na cidade de Caçaratiba, Gê já conquistou o Brasil e o mundo, tendo desfilado suas criações em duas edições do São Paulo Fashion Week e vendendo suas flores para uma boutique internacional.

Elas estão sempre em alta e, neste ano, as flores são a grande aposta para a moda em todas as estações. Se na primavera e no verão elas são figuras já consagradas, é nas estações mais frias que elas se destacam como diferencial dos looks.

Em Minas Gerais, as flores são a especialidade da artista plástica Geralda Brandão, ou Gê Brandão, como é conhecida. Seu talento começou a aparecer desde a infância, quando Gê ainda levava uma vida simples no interior de Minas Gerais. “Nasci de uma cidadezinha do interior, de nome Caçaratiba. Comecei a desenhar desde que me entendo por gente. Desenhava nas paredes do lado de fora, com carvão do fogão a lenha, giz e lápis de cor. Depois, tinha que desmanchar e pintar tudo de branco de novo. Aos 7 anos, fui para a escola e lá continuei desenhando, porém em cadernos. Adorava desenhar flores enormes, que tomavam toda a folha. A maioria dos meus coleguinhas tinha um desenho meu na contracapa do caderno”, lembra.

“Aos vinte anos, já em Belo Horizonte, seguindo meu instinto, participei de um curso de estilismo no Senac com a professora Eunice Carattiero. Aliás, naquela época não existia faculdade de moda, e todos passavam pela professora Eunice. Concluído o curso, já fui encaminhada para um estágio e não parei mais. Trabalhando em uma loja de nome
Estrela dos Tecidos, o sr. Rui Gontijo, dono da loja, pediu aos estilistas que fizessem um desenho para um jornal. Eram vários estilistas, eu não conhecia todos. No caso, o meu desenho foi selecionado. Exatamente um que eu tinha feito com uma flor num lugar meio inusitado. Sr. Rui já tinha me dito: ‘Você acha q uma mulher colocaria um vestido com uma flor bem na direção do fiofó?’ E riu…. mas eu nem liguei. Exatamente esse foi o escolhido.  A crítica me foi favorável. Dizia que tinha sangue novo no mercado. Saiu como Roupa Nova. E por isso fui procurada por pessoas que gostavam de modelos diferenciados. Já em outra loja, de nome Grande Gala, uma das mais bem-conceituadas da época, a gente era procurada por jornalistas do caderno Feminino do Estado de Minas. E eu também participava. E foi aí que me descobri florista, pois uma certa cliente me procurou querendo uma roupa para seu casamento. Mas tinha que ser diferente e chique ao mesmo tempo. Pois não ela não usava vestido e tinha que estar à altura, pois ia se casar com um sheik. Ela me deu toda liberdade para criar, e como eu já tinha um pé na lua… Ela era muito bonita e estilosa. Elaborei um croqui com detalhes enflorecidos que eu achava que seria fácil de elaborar. Ela foi embora feliz da vida. Daí a um certo tempo, ela voltou bem enfurecida, dizendo que aqueles detalhes não tinham com serem elaborados, que papel aceita tudo… Esperei que dissesse tudo que queria. Quando ela se acalmou, eu disse a ela que iria resolver o problema. E assim foi. Naquela noite, não dormi até chegar a uma conclusão que estivesse de acordo com o que eu lhe propusera. Deu tudo certo. Ela amou e eu também.  Foi aí que me descobri florista”.

Flores como profissão

Após descobrir seu talento para as flores, Geralda começou a trilhar esse caminho e foi conquistando cada vez mais seu espaço. “Daí para frente eu continuei com esse trabalho como um complemento para o meu salário. Depois de um tempo, fiz faculdade de Arte, o que me ajudou principalmente com a teoria das cores, porque eu fazia as combinações por instinto e as pessoas gostavam muito, mas eu fazia sem saber por que dava certo. Com o estudo, comecei a entender melhor esse processo”, explica.

Com clientes fiéis, Geralda conta que suas criações, feitas em tecido, especialmente a seda, são versáteis e ideais para qualquer estação. “Podem ser usadas como broches, gargantilhas, no cabelo, na lapela, na alça de vestidos e em várias ocasiões. Inclusive, elas são excelentes presentes para aquelas pessoas que já têm tudo”, destaca.

Além das flores, Geralda também cria echarpes. “Tive essa ideia para aproveitar as peças de tecido que sobravam e tem dado muito certo. As criações não são modismos, podem ser usadas em todas as situações, são muito versáteis”, garante.

Atualmente, Gê Brandão, já consolidou seu espaço, inclusive internacionalmente. Além de ter assinado os acessórios de um desfile de Ronaldo Fraga e vender suas peças no Grande Hotel Ronaldo Fraga e no Ateliê, no Mercado Novo, ela tem parceria com algumas importantes marcas mineiras, uma boutique na França, a OÁ Antibes, e também já desfilou suas criações em dois São Paulo Fashion Week.

Com alta demanda, atende em seu ateliê apenas com horário marcado, produzindo por encomenda personalizada, seja por estilo, cor de cabelo, pele ou figurino. Para conhecer melhor o trabalho dela, basta acessar seu perfil no Instagram (@geraldaabrandao), que está inclusive passando por uma fase de rebranding, e se encantar!

Leo Junior
Leo Juniorhttps://viralizabh.com.br
Bacharel em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNA, graduado em Marketing pela Unopar e pós graduado em Marketing e Negócios Locais e com MBA em Marketing Estratégico Digital, é um apaixonado por futebol e comunicação além de ser Jornalista certificado pelo Ministério do Trabalho.
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