Zezé Motta percorreu uma trajetória inspiradora em suas quase seis décadas de carreira. Gravou discos, fez mais de 100 personagens na TV e no cinema. Já esteve nos mais importantes palcos do mundo, apresentou-se no Carnegie Hall de Nova York, no Olympia de Paris e na Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal. É uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), denunciando corajosamente casos de racismo.
Em comemoração à trajetória de uma das artistas mais aclamadas do país e que inspira gerações de mulheres negras na luta por espaço, expressão e oportunidades, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) traz para seu palco de Belo Horizonte, depois de uma temporada com lotação esgotada em todas as apresentações do CCBB Brasília, o primeiro monólogo da carreira de Zezé Motta: “Vou Fazer de Mim um Mundo”. A montagem estreia no dia 21 de junho e fica em cartaz até 14 de julho, no Teatro I do CCBB BH, de sábado a segunda, sempre às 20h. Os ingressos serão vendidos a R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada), a partir de 11/06 (quarta), no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH. Todas as sessões contarão com acessibilidade em Libras e haverá bate-papo após o espetáculo no dia 5 de julho.
O espetáculo é uma adaptação para teatro do livro da Dra. Maya Angelou, o best-seller “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, lançado em 1969 e que agora chega ao Brasil com dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino.
A história, que se tornou um clássico, é a primeira das sete autobiografias que a autora publicou. Em ‘Pássaro’, Maya apresenta um tocante retrato da comunidade negra dos Estados Unidos durante a segregação dos anos 1930-1940. Nele, parece haver um grito silencioso desse pássaro aprisionado que a Dra. Maya Angelou vivenciou e que a tornou ainda mais forte. Como ela mesma cita: “O pássaro engaiolado canta com um trinado amedrontado sobre coisas desconhecidas, mas ainda desejadas…”. Angelou foi múltipla: poetisa, escritora, professora, roteirista, cantora, tradutora, atriz, militante, conviveu com Malcolm X, com James Baldwin, com o pastor Martin Luther King Jr. e se tornou um dos nomes mais reverenciados do século 20.
A peça valoriza a palavra oral, a palavra bem pronunciada a nos salvar de toda a loucura, tensão e extremismo da contemporaneidade. O cenário intimista, criado pelo artista plástico Claudio Partes, traz uma plantação de algodão, nuvens e um livro, de onde brotam as palavras poeticamente e impetuosamente recitadas por Zezé. A iluminação de Aurélio de Simoni, profissional que dispensa apresentações, cria uma atmosfera, pinçando memórias e afetos antigos. O figurino é de Margo Margot e apresenta Zezé com uma paleta amarela, contextualizada ao fim da peça, mas, também, alusão direta a Oxum, seu orixá.
A adaptação e a direção de Aquino abrem possibilidades para evocar a palavra, por vezes cadenciada como uma coreografia, por vezes como uma música, com notas espontâneas e improvisadas. Sempre, contudo, bendita. “Partimos para um projeto bastante intimista, corajoso e potente. A ideia é cruzar duas realidades – a princípio tão distantes – e encontrar um elo entre as experiências humanas que nos atravessam como se não houvesse fronteiras. O projeto se abre em camadas, alternando micro e macro, o que o torna interessante e, ao mesmo tempo, desafiador. Sabemos que ele toca feridas diferentes, pois ora apresenta congruências coletivas, ora invade a nossa casa e expõe as dores mais veladas”, alerta o diretor artístico.
Em cena, dois músicos, Mila Moura e Pedro Leal David, multiplicarão o palco tocando arranjos exclusivos forjados no blues e suas variações. A trilha, porém, não se limita à atmosfera dos anos 30/40 do Sul dos Estados Unidos. Ao contrário, ela se mescla e abrange um campo nacional ao trazer nossos contemporâneos Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Johnny Alf, Dona Clementina e Seu Jorge.
Segundo Pedro Leal David, que assina a direção musical, “é a confluência de dois rios: Maya Angelou e Zezé Motta. Com suas carreiras atravessadas pela música é natural que se buscasse, em antigas gravações, pistas para esse processo de criação. As musicalidades de Maya e Zezé nos dão notícias distintas sobre como os ritmos, sons, tons da diáspora africana foram abrindo caminho ao longo do século XX, tanto nos Estados Unidos, como no Brasil. Nossa proposta foi deixar esses rios se encontrarem, trazendo o blues pro violão de nylon, como quem levasse Baden Powell para um passeio nas margens do Mississipi, ou como quem imaginasse os Tincoãs, numa manhã de domingo, com suas vozes e atabaques, num culto em uma igreja da Louisiana. A Zezé tropicalista (ouça ‘Prazer Zezé’, de 1972!) e a Maya do ‘Calypso’ nos dão a ousadia para esse experimento.”
Zezé, em “Vou Fazer de Mim um Mundo”, se aventura corajosamente num universo pouco habitual dessa atriz-cantora solar. Nesse espetáculo mais lunar, veremos uma Zezé introspectiva, política, denunciadora das mazelas sofridas por nossos antepassados e, sim, dolorida. Zezé pertence àquela categoria de atrizes que sentem profundamente cada palavra, que, quando ditas, estranhamente vão abrindo chagas ou cicatrizando feridas. Sabiamente o texto finaliza com alegria. Não uma alegria exaltada, do riso, mas uma alegria por ter ao que agradecer, por honrar os ancestrais, uma alegria por aprender com as gerações que é preciso continuar a trajetória sendo a mudança.
Depois de dez anos, ter o retorno de Zezé Motta ao teatro estrelando “Vou Fazer de Mim um Mundo”, seu primeiro monólogo, é uma forma de celebrar seu octogésimo ano com um acontecimento único e histórico.
Ficha Técnica
Do original “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou
Com Zezé Motta
Dramaturgia e Direção: Elissandro de Aquino
Direção Musical: Pedro Leal David
Direção de Produção: Clara Bastos
Produção Zezé Motta: Vinicius Belo
Músicos: Mila Moura e Pedro Leal David
Stand in: Mila Moura
Cenografia: Claudio Partes
Figurino: Margo Margot
Iluminação: Aurélio de Simoni
Preparadora Corporal: Cátia Costa
Preparadora Vocal: Dafinne Santiago
Design, Comunicação e Artes Gráficas: Partes Estúdio
Fotos Divulgação: Wagner Loiola
Cabelo e Maquiagem: André Florindo
Assessoria de Imprensa: Luz Comunicação
Montagem: Pablo Rodrigues
Operador de Som: Max Paulo
Operador de Luz: Daniel Bollara
Costureira: Maria de Fatima Monteiro
Gestão de Projeto: Cris Moreira
Gestão financeira: Graziane Gonçalves
Consultoria Jurídica: Alessandra Ulrich
Produção: Viramundo
Assessoria de imprensa em BH: Luz Comunicação – Jozane Faleiro
Circuito Liberdade
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
Serviço
Vou Fazer de Mim um Mundo
Temporada: De 21 de junho até 14 de julho – Sábado, domingo e segunda, às 20h
Local: Teatro I do CCBB Belo Horizonte – Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada), disponíveis a partir de 11/06 (quarta), no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.
Todas as sessões contarão com Libras (acessibilidade)
Bate-papo após o espetáculo: Dia 05 de julho (Sábado)
Mini Bios
Zezé Motta (Atriz)
Atriz e cantora, se dedica à cultura no Brasil há mais de 60 anos. Nascida em Campos, no interior do Rio de Janeiro, ela estudou no Teatro Tablado e começou a carreira profissionalmente em 1968, com a peça “Roda Viva”, de Chico Buarque de Hollanda. Na música, lançou mais de 14 discos, apresentou-se em Hannover (Alemanha), Carnegie Hall de Nova York (EUA), Olympia de Paris, e em países como Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal. É uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, denunciando casos de racismo. Ao todo, são mais de 50 projetos realizados na TV e mais de 70 filmes realizados no Brasil, Angola e Venezuela. A atriz já recebeu o Troféu Oscarito – destinado a grandes atores do cinema brasileiro – por sua majestosa atuação como Xica da Silva. Foi também homenageada e entrou para a memória do Museu do Festival de Cinema de Gramado (RS), o maior festival de cinema ininterrupto do Brasil. Em sua trajetória constam quase todos os prêmios: Air France, Candango de Ouro, Mario Gusmão, Palmares, Troféu Raça Negra, entre muitos outros. Zezé já́ esteve também como grande homenageada de importantes festivais do país: Festival de Brasília, Vitória, Ouro Preto, João Pessoa, São Paulo e vários outros estados. Em 2019, a artista foi a homenageada do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, o prêmio mais importante do cinema do país, outorgado anualmente pela Academia Brasileira de Cinema com a finalidade de premiar os melhores filmes e condecorar a excelência dos melhores profissionais em cada uma das diversas especialidades do setor.
Maya Angelou (Texto Original)
Tornou-se a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood. Na década de 1950 — quando assumiu o pseudônimo “Maya Angelou” — afirmou-se como atriz, cantora e dançarina em várias montagens teatrais que percorreram o país, tais como “Porgy and Bess“, “Calypso Heatwave“, “The Blacks” e “Cabaret for Freedom“. Nos anos 60, tornou-se amiga de Martin Luther King Jr. e Malcolm X, vindo a servir na Conferência da Liderança Cristã do Sul com Dr. King, e a trabalhar anos para o movimento de direitos civis. Também nos anos 60, viajou pela África, onde trabalhou como jornalista e professora, ajudando vários movimentos de independência africanos. Em 1970, publicou o primeiro livro, “I Know Why the Caged Bird Sings“, que foi bem recebido, e no ano seguinte ganhou uma nomeação para o Prémio Pulitzer em poesia. Foi poetisa, escritora, ativista de direitos civis e historiadora. Também foi atriz, dançarina e cantora. Atuou na peça de Jean Genet, “The Blacks“, e no aclamado seriado, “Roots“, ganhador de um Emmy. Angelou também é conhecida pelos seus trabalhos autobiográficos, que incluem “I Know Why the Caged Bird Sings” e “All God’s Children Need Traveling Shoes“. Em 1993, Angelou leu um de seus poemas, chamado “On the Pulse of Morning“, na tomada de posse de Bill Clinton como presidente; este foi um dos pontos altos de sua carreira: recebeu o Grammy de melhor texto recitado pela sua leitura, que novamente a trouxe para a vista do público. Ao final de sua carreira, foi professora de história americana na Wake Forest University, Carolina do Norte, fazia excursões e dava palestras em vários lugares. Morreu em 28 de maio de 2014. Em 2015, um selo do serviço postal dos Estados Unidos foi emitido em homenagem a Maya Angelou, com a citação: “Um pássaro não canta porque tem a resposta, ele canta porque tem uma música”, de Joan Walsh Anglund, embora o selo erroneamente atribui a citação à Angelou. A citação é do livro de poemas A Cup of Sun, de Anglund.
Elissandro de Aquino (Dramaturgia e Direção)
É psicanalista, professor de literatura Brasileira, Africana e Portuguesa e psicodramatista. Premiado pela UNESCO com o conto “De Papel”, traduzido para o inglês e francês. Indicado ao Shell em 2023 pela dramaturgia de “Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus”. É parecerista credenciado nas áreas de Artes Visuais, Museus e Memória e Humanidades pela Funarte, Ministério da Cultura e Parecerista para a área de teatro pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa n°08/2021. Dirigiu o filme “De Piaf a Elis: Música e Dança Flamenca”, com sessões no Instituto Moreira Salles e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também dirige o espetáculo de dança “Pequena Coreografia do Adeus”, de Aline Bei para o Flamenco. Escritor infanto-juvenil do “Rio de Gentileza”, pela Viramundo; e “Água Rasa” e “Passarinho de Gaiola Também Sabe Voar”, pela Bennu Editora. Sócio do Instituto João Donato e da Viramundo Produções. Atualmente está desenvolvendo o projeto “A Água que me Trouxe: Mãe Senhora”. Realizou consultoria com projetos para Tim, Datasus, Globosat, OI, Vale e TV Globo.
Pedro Leal David (Direção Musical e Arranjos)
Compositor de trilha sonora para teatro, cinema, podcast e também roteirista. É formado em composição pela UNIRIO e em Comunicação Social pela UFRJ. Em sua pesquisa de doutorado, estuda as relações entre música e cena. Entre seus trabalhos, destacam-se as trilhas sonoras originais do podcast Praia dos Ossos (2020) e do documentário Minha Terra Estrangeira (2025), de Lousie Botkay, Coletivo Lakapoy e João Moreira Salles. Em teatro, atua como instrumentista em Caranguejo Overdrive (2015) e Guanabara Canibal (2017). Assina a direção musical e as composições de Apocalipse Naquela Esquina (2016), Gênesis ou a Invenção do Mundo Naquele Pátio (2023), dentre outros.
Claudio Partes (Direção de arte e Cenografia)
Artista visual com formação em Desenho Gráfico e Artes e Ofício da Imagem, cria obras que vão do design às artes visuais conceituais. Entre os trabalhos encontram-se: a exposição” Em Torno dos 80 Anos com Luiz Aquila”, “Pequena Coreografia do Adeus”, de Aline Bei para o Flamenco com adaptação de Elissandro de Aquino, a intervenção artística “Vendo o Mundo” / Festival de Inverno Sesc, as séries “Alfaiate de Asas”, selecionada para residência artística R.A.R.O Buenos Aires, “Memórias e Ilusões das Casas”, dentre outras. Contemplado duas vezes com o Prêmio de Cultura Maestro Guerra-Peixe com as exposições “Brasil-Portugal – O Mar que nos Separa a Língua que nos Une” e “Mulher de Ninguém”. Correalizador do projeto “Arte Garagem”, indicado ao Prêmio Estadual de Cultural/RJ.
Mila Moura (Atriz e Instrumentista)
É nordestina de Surubim-PE. Hoje mora no Rio, na favela da Maré. É atriz, cantora, assistente de direção, preparadora corporal e instrumentista (percussão). É formada em Artes Dramáticas pela Martins Penna e Bacharel em Teatro pela CAL – Casa das Artes de Laranjeiras. Em sua trajetória constam os seguintes destaques: 2024: Prêmio Curta Criativo Firjan Sesi Por “Coragem”, com a diretora e roteirista Bianka Carrilho. 2024-2021: Atriz em “Nem Todo Filho Vinga”, Prêmio Shell de Teatro por “Melhor Direção”. 2023: Prêmio de Melhor Atriz em Papel Coadjuvante” – 7º Prêmio CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude), com a peça “Quem é o Zézinho”, da Trupe de La TAG. 2022: Prêmio “Jovem Talento” – 17º Prêmio APTR Nacional Por “Invencíveis”, do Entre Lugares Maré. 2018: “Melhor Atriz Revelação” – VI Festival Maré em Cena, como Tia Assembleia de “Viúva Porém Honesta”, de Nelson Rodrigues. 2024: Assistente da peça “Eu amarelo: Carolina Maria de Jesus”, com direção de Isaac Bernat. A peça foi indicada ao Prêmio Shell pela dramaturgia de Elissandro de Aquino. 2023-2024: Atuação, canto e dança no espetáculo “Das Dores – Opereta Favelada”, de Marcus Bassini. 2022-2023: atuação, canto e dança no projeto “Quem é o Zézinho”, da Trupe de La Tag. Atualmente, está trabalhando no projeto “Caminhos”, encontro de Conceição Evaristo com Carolina Maria de Jesus (direção de Izak Dahora).
Aurélio de Simoni (Iluminação)
Da geração que firma o crédito de iluminador nas fichas técnicas dos espetáculos profissionais, realiza uma centena de iluminações para diretores cariocas representativos. Assina a luz de espetáculos dirigidos por Miguel Falabella, Celso Nunes, Alcione Araújo, Luiz Arthur Nunes, Isaac Bernat, Moacir Chaves, Luís Alberto de Abreu, Aderbal Freire Filho, Amir Haddad e André Paes Leme. Possui várias indicações e Prêmios Shell.
Margo Margot (Figurino)
Atua no mundo da moda e instalações há mais de 20 anos. Realizou projetos para a Abril, Globo, Trip, Rolling Stones, entre outras. Idealizadora do Ateliê Cortiço, com desfiles no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, Rio Scenarium, Mercado Lunático, Centro Cultural da Justiça Federal, Barra Shopping, entre outros. Idealizou a exposição “Orisá: Quando o Mito Veste o Corpo”, com fotografias de Daryan Dornelles e Stefano Martini, representando os mitos mais difundidos no Brasil. A exposição, com melhor pontuação no Edital de Ocupação do CCJF 2016/2017 e vencedora da Incubadora Cultural Petrobras, apresentou valores ligados à natureza e aos bens da terra e teve a participação de Zezé Motta, João Donato e Gilberto Gil. Em 2019, a convite do diretor de arte Pedro Loureiro, elaborou uma peruca com fios de cobre e cabelos para Elza Soares (CD Deus é Mulher). Em 2019, fez o figurino do espetáculo “Eu Amarelo”, protagonizado por Cyda Moreno e indicado ao Prêmio Shell 2023, na categoria Dramaturgia. Em 2023, Margo idealizou e realizou a Oficina de Figurinos Artísticos na Coart/UERJ e, após a oficina, realizou o desfile Guerreiras Negras, apresentando os figurinos produzido na oficina. Em 2024, Margo participou de produções como “A História de Kafka e a Boneca Viajante” (12 indicações ao Prêmio CBTIJ), indicada na categoria Figurino; também criou o figurino da peça “Mostra a Tua Cara” (direção de Isaac Bernat); fez direção de arte do filme “De Piaf a Elis” e o figurino do espetáculo “Pequena Coreografia do Adeus”, da obra de Aline Bei para o Flamenco Contemporâneo, ambos com direção de Elissandro de Aquino. Também criou o figurino do espetáculo “Rocino Crispim e Regional Caboclo Tocam Luiz Americano” (Circuito Sesc Pulsar/2024).
Daffine Santiago (Preparadora Vocal)
Fonoaudióloga e Especialista em Voz. Graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre e Doutoranda em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), onde também atua como pesquisadora na área da voz e comunicação. Preparadora vocal de cantores de alta performance, atores de teatro musical e profissionais da voz artística. Atua nos bastidores de espetáculos, shows e gravações, com foco no cuidado e aperfeiçoamento vocal. Em consultório, trabalha com reabilitação vocal e treinamento da voz profissional cantada e falada.
Cátia Costa (Preparadora Corporal)
Atriz, performer, diretora teatral, preparadora corporal e de elencos, diretora de movimento, curadora e parecerista. Desenvolve pesquisa de experimentação cênica e performativa, acerca das relações diaspóricas corporais das danças afropindorâmicas no Brasil, entrecruzadas com o estudo do Butoh japonês (Afrobutho). Encruzilhadas metodológicas ancestrais para o pensamento do corpo negro e a cena contemporânea. Mestre em Artes da Cena na linha de Experimentações Artísticas pela Escola de Comunicação (Direção TeatralPPGAC/UFRJ). Prêmio Shell de 2025 pela direção conjunta com Adriana Schneider e Mar Mordente no espetáculo “Um Pássaro não é uma Pedra”.