A dengue, embora bastante conhecida pelo cidadão brasileiro, ainda apresenta números expressivos de infectados todos os anos. Em 2024, o país registrou mais de 6 milhões de casos da doença, e o número de mortes em decorrência dela superou os óbitos por COVID-19 no ano, de acordo com o Ministério da Saúde.
Os métodos tradicionais de prevenção da arbovirose, como a vacinação e as campanhas educativas, continuam sendo muito importantes, mas precisam estar associados a outros métodos de combate. O aumento no número de casos nos últimos anos ressalta a necessidade de novas abordagens e mais tecnologia.
Os focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, são o primeiro alvo no combate à doença. Muitos deles, no entanto, estão em locais de difícil acesso ou sequer são identificados. “Sem o mapeamento de focos do mosquito e a possibilidade de alcançá-los, o controle da arbovirose se torna uma missão cada vez mais complexa”, explica Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia, empresa especialista em Geoanalytics.
Inovação no combate à dengue
O uso de drones atrelado às campanhas educativas e a vacinação pode ser um caminho para para a redução dos números da dengue. Após investimento de R$30 milhões do Governo mineiro para que os municípios pudessem contratar empresas especializadas para operações com drones para o monitoramento e combate da doença em 2024, o estado testemunha uma queda expressiva no número de infectados no começo de 2025 em relação ao mesmo período do último ano.
O Techdengue (techdengue.com), que já atua em mais de 70% de Minas Gerais, é justamente essa solução inovadora para tratar o problema da dengue pela raiz. Segundo Ribeiro, através de um único sobrevoo por uma região pré delimitada, um drone carregado com larvicida consegue tratar até 26 focos do Aedes aegypti.
Antes disso, entretanto, é realizado um mapeamento da região. É nesse momento que são registradas imagens georreferenciadas do local, que são posteriormente processadas para que, enfim, sejam identificados os possíveis focos a serem combatidos, como caixas d’água abertas, pneus, piscinas abandonadas, etc.
Todos esses processos são registrados e armazenados, de forma que gestores possam acompanhar e avaliar a progressão das ações de combate à dengue. “A solução é muito completa, afinal, além de tratar de forma mais eficaz o vetor da doença, também analisa, recolhe e guarda as informações e dados obtidos durante o processo”, completa o CEO.